Capítulo XXII - Anotações e... Ódio?

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Haru soltou um suspiro de cansaço assim que se atirou para a cama. Depois daquele amistoso em tanto, sentia que não tinha forças para mais nada — ou era isso que pensava, porque energia é o que não falta em Haru Mikane. Estava cansada, mas sentia que podia correr uma maratona. Provavelmente não, reconsiderou.

— Ganhámos por pouco! — exclamou perante as suas amigas.

— Jogaste mesmo bem. — comentou Shimizu com um sorriso amigável.

Yachi assentiu e Mikane corou um pouco, sentindo-se apreciada.

— Bem, o que vamos fazer hoje à tarde? — questionou, pondo o mão no queixo.

— Dormir. — a loira respondeu e desta vez foi Hitoka que se atirou para a cama.

E assim Yachi adormeceu e Shimizu decidiu sair com os mais velhos e até convidou Haru, mas esta recusou, lembrando-se de algo importante.

"Preciso fazer o trabalho de casa" dissera, com um sorriso que deixava os seus olhos como duas linhas.
Como trabalho de casa ela se referiu a anotar no seu caderno tudo sobre o amistoso contra Tokage.

Levantou-se da cama onde estava deitada com um saltinho e procurou pelo objeto na sua mala.

— Argh, onde raios... — foi interrompida pelo toque do seu telemóvel, que mostrava no ecrã uma chamada de Oikawa. — Agora não, Shittykawa! — disse e desligou-lhe na cara, impaciente. (É escusado dizer que Tooru sentiu-se extremamente ofendido.)

— Aha! — exclamou ao encontrar finalmente o caderno perdido.
Decidiu sair para apanhar um ar fresco enquanto escrevia, então saiu do hotel.

O tempo estava solarengo, sem una unica nuvem no céu. Uma brisa passeava pelo ar, amenizando o calor das ruas largas de Kyoto.
Haru sentou-se numa esplanada perto do hotel onde dormia. Pediu algo fresco para beber, abrindo o seu caderno.

— Então... Começamos pela formação inicial... Jogadores... E o bloqueio... — murmurou concentrada enquanto escrevia freneticamente, atraindo olhares discretos aqui e ali. — Okay. Agora vamos ao que é interessante!

"Tricky Attack: o atacante posiciona-se como se fosse realizar um paralelo, mas no último instante troca para um cruzado, ou vice-versa"

Relendo as próprias notas, apercebeu-se de algo:

— Oh, é verdade! Sabia que já tinha visto isto em algum lugar! — comentou, depois de beber um gole da limonada que havia pedido. — Havia alguém do Inarizaki que cortava assim!

E com este comentário também surgiu um certo arrependimento de não ter perguntado a Aeno para lhe ensinar — era um ataque muito poderoso.

— Quero aprendê-lo! Assim vou poder usá-lo no Campeonato de Primavera! — lançou um olhar ao braço recém-curado. — Se eu puder ir...

Pediu outra limonada enquanto escrevia à velocidade do som, extremamente focada. Tanto o empregado quanto a família que lanchava na mesa ao lado ficaram com um certo medo, como se Haru fosse explodir ou algo assim.

Depois de quatro bebidas e muitas folhas rasgadas e preenchidas, Mikane acabou o seu dever. Achara este jogo demasiado interessante para não escrever sobre.

Nesse momento, a sua mãe diria algo como "Se ao menos estudasses matemática tanto como estudas voleibol...!" ao que ela responderia com "Mãe, um jogador de vólei profissional não precisa de saber o que é a porcaria de um polinómio de terceiro grau!"

Ao sair do café, deparou-se com Kageyama a digitar algo no telemóvel, provavelmente para os pais, e Hinata ao lado a olhar por cima do seu ombro, curioso.

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