Capítulo XXIX - Fogos de Artifício

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A semana do Festival estava chegando ao fim, e sempre que pensava no terceiro trimestre que teria que aguentar depois disso, Haru ficava mal-humorada.
Por falar em mau-humor, não há algo mais irritante que um toque do despertador às sete e meia da manhã.

A garota de cabelos roxos (que, por sinal, pareciam um ninho de ratos de tão despenteados) abriu os olhos lentamente e bocejou enquanto ia perdendo a sonolência. Tirou um braço de debaixo dos lençóis e deu um soco no relógio, que emitia o barulho irritante que era obrigada a aturar todos os dias.

Olhou para o teto baixo do seu quarto,  sentido uma dor de cabeça irritante. Tinha tido de novo o mesmo pesadelo, em que magoava o braço de novo e nunca poderia jogar vólei... E, para, piorar a situação, depois daquela defesa atribulada na partida do dia anterior, o braço estava realmente lhe doendo. Decidira não contar a ninguém — achava que iria passar mais tarde ou mais cedo.

— Já é o último dia do festival... Nãooo... — disse para consigo mesma, praguejando mentalmente. O Festival de Karasuno estava a ser divertido, já que tinha a oportunidade de passar o dia inteiro com os seus amigos sem preocupações académicas. Porém, embora sendo o último, era capaz de ser o melhor dia. Por coincidir com um feriado tradicional, podiam vestir um kimono, yukata, haori ou algum tipo de roupa tradicional. A mãe de Mikane já tinha tomado a iniciativa e lhe emprestado um dos seus, já que a última vez que a garota vestira um fora com doze anos.

— Levanta-te, Haru! O pequeno almoço está pronto! É o teu favorito! — ouviu a sua mãe exclamar do outro lado da porta, e assim que ouviu que seria o seu prato preferido, saltou da cama bruscamente e correu para a casa de banho. Despiu o pijama e tomou um duche rápido, enquanto cantava entredentes alguma melodia que ouvira por aí. Com a toalha em volta do seu corpo, secou rapidamente o cabelo curto e prendeu duas madeixas atrás, com um gancho em forma de flor de cerejeira. Saiu do banheiro e abriu o guarda roupa cheio de posters de voleibol, tirando com cuidado o kimono emprestado. Tinha uma cor branca, com detalhes vermelhos. A fita que prendia na cintura era escarlate e formava um laço atrás das costas. Passou as mãos pela roupa quando acabou de a vestir. Sentia-se um pouco desajeitada com aqueles trajes, pois a sua vestimenta diária incluía apenas o uniforme escolar, T-Shirts e fato de treino, ocasionalmente umas calças de ganga largas.

Logo após se vestir, abriu a porta do quarto, saiu e desceu as escadas, dirigindo-se à cozinha, onde a mãe a esperava.

— Olha que perfeita que ela está! — comentou a Sra. Mikane, chegando-se à filha e apertando as suas bochechas. Haru encolheu os ombros – não gostava nem desgostava.

— É um pouco desconfortável. Mas até que é bonito. Pareço uma kitsune com estas cores.— respondeu divertida, dirigindo-se à bancada da cozinha e barrou uma fatia de pão com geleia e queijo.

— Bem, como hoje tirei o dia de folga do trabalho, posso te levar de carro até à escola. — disse a mulher, sorridente.

Haru soltou uma interjeição de contentamento, com a boca cheia de pão.

— Deixa-me só mandar uma mensagem ao Kageyama para não me esperar. — disse, desbloqueando o celular e bebendo um copo de água.

A mais velha abriu um sorriso de troça:

— É o teu namorado, é? — perguntou.

Haru cuspiu a água que tinha na boca.

— Eu... Eh... N-não! — negou, abanando a cabeça de um lado para o outro.

(Kageyama, entretanto a beber café na sua casa, espirrou. Muitos diziam que “espirrar é sinal que alguém estava falando de ti”... )

— Ah não? Então que reação foi essa? — observou a Sra. Mikane.

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