Capítulo XXX - Reecontros Amargos

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O Festival acabara, e Karasuno voltara à sua programação normal, entre aulas e treinos. O dia estava nublado, representando a enorme falta de vontade dos alunos de ter aulas.

A mente de Haru estava presa no dia anterior — não conseguia parar de pensar no que sentira quando as mais dela e de Kageyama se tocaram, e no porquê de não conseguir tirar isso da cabeça. Era frustrante — logo agora que tinham atado a amizade —o isto acontecia. Nessa mesma manhã, o constrangimento era palpável enquanto ela, Kageyama e Hinata caminhavam até à escola. O garoto pequeno ficara tão confuso que achou que os dois estivessem doentes ou algo assim.

Suspirou em irritação, pousando a cabeça em cima dos livros de História enquanto a professora explicava a matéria, monotonamente. Aquele maldito cabelos de mirtilo era tão complicado.
E não só ele, os seus próprios sentimentos o eram. Nunca fora pessoa de romance, nem sequer teve um namoradinho na primária. Afinal, o pai abanadonara-a e à sua mãe — isso era amor? Não lhe parecia.

Talvez eu apenas tenha medo de me apaixonar, pensara tristemente.

— Vá lá Haru, para de pensar em coisas inúteis agora... — murmurou para si mesma, dando uma leve batidinha na testa e se concentrando no quadro de giz.

Um quarto de hora depois, escutaram o som agradável do sino escolar para o almoço. Alvoroço levantou-se na sala enquanto os magotes de alunos saíam porta fora.

Yachi aproximou-se da mesa de Haru, que ainda fechava os livros com um ar pensativo.

— Então, Haru... — a arroxeada saiu das nuvens e olhou para a melhor amiga com um sorriso.

— Ah, Yachi! Vamos almoçar juntas? — a loira assentiu ao convite. Haru levantou-se, soltando os seus cabelos curtos de um rabo de cavalo.

— Passa-se algo? Estiveste meio distraída hoje. — perguntou, preocupada.

— Estou bem, estou bem. — afirmou, abanando as mãos à sua frente. — Apenas entendiada.

— De certeza? — Yachi semicerrou os olhos. — Nada de... Problemas amorosos ou assim?

Mikane riu-se nervosamente. Mas que raios, Yachi, és vidente?

— Eu? Problemas amorosos? Pfft-- Nada disso! — pausou, apertando os lábios. — Eh, e já estamos atrasadas para o almoço! — e assim puxou Yachi consigo.

*  *  *

Os pássaros chilreavam enquanto Hitoka e Haru caminhavam até ao ginásio de Karasuno. Os treinos haviam sido temporariamente suspensos durante o festival — até eles mereciam uma pausa de vez em quando — porém agora iam voltar ao horário normal.

— HARUUUU! — ouviu de longe e alguém deu-lhe um grande abraço por trás. A garota virou a cabeça, sorrindo animadamente.

— Olá 'noya, Tanaka! — cumprimentou — Prontos para recomeçar? Vou-vos torturar com o aquecimento.

— Nós fazemos o que quiseres! — Tanaka piscou o olho.

— Oi, não fiquem a bloquear a porta! — reclamou Kageyama, que vinha da porta junto com Hinata.

Haru bem queria retrucar, mas as coisas não eram tão simples assim. Mal cruzaram os olhares, uma sensação estranha instalou-se no seu estômago. Enterrou a cabeça no ombro do amigo baixinho, derrotada. Yuu surpreendeu-se pelo ato repentino (e teve um leve ataque cardíaco).

— Xdzsvscrfjcd...

— De novo com a tua língua estrangeira? — questionou Sugawara, rindo. Mikane deitou-lhe a língua de fora em jeito de brincadeira e seguiu para dentro do ginásio, com o resto da equipa atrás.

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