Capítulo 3 - Parte I

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- Quem são vocês? – questiona Eliza assustada, enquanto limpa o rosto

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- Quem são vocês? – questiona Eliza assustada, enquanto limpa o rosto.

   Joseph e eu trocamos olhares e no momento que estou prestes a abrir minha boca para responder sua pergunta, ela continua.

   - Ah... agora me lembrei de vocês, estamos na mesma classe, certo? – pergunta em tom rude, se pondo de pé.

   - Exatamente – diz Joseph, sem expressar nenhuma emoção.

   - O que vocês querem? – questiona dando passos para trás, como se estivesse com medo de nós ou apenas querendo se proteger de algo – Já sei, estão aqui para zoarem da minha cara também?!

   - Não somos iguais aqueles retardados que tem prazer em ver a tristeza de outra pessoa - respondo dando um passo para frente - Pensamos que você precisa de ajuda.

   - Pensaram errado, não preciso de ninguém – exalta ela se afastando de nós.

   - Eu disse que era um erro ter vindo aqui – propõe Joseph pegando no meu braço - vamos Alice.

   - Calma, ela só está triste... Eu fazia o mesmo quando ficava assim, precisamos ajudá-la, Joseph – digo baixo olhando para aqueles belos olhos azuis, que agora se encontram irritados – Ter só a dor como companhia não é a melhor sensação de se ter, vai por mim.  

   - Já disse que não quero a ajuda de ninguém – repete mais uma vez.

   Eliza é uma garota sozinha também, apesar de sentar nas primeiras carteiras, permanece em silêncio a aula inteira. Nunca a vi conversando com alguém que não seja os professores, na escola é comum vermos os garotos fazendo insultos e provocações, alegando que ela é "um espaço no mundo desperdiçado", mas isso não é verdade, pois eu já a observei e ela não é nada disso, apenas o seu problema é a falta de atenção nas coisas. 

Sei que ela está deprimida, igual a mim dias atrás, e não aguentando mais tanta humilhação. As pessoas estão tão cegas em suas arrogâncias que não conseguem mais sentir a dor do próximo. Sei que posso ajudá-la.

   - Eliza me escuta, só te peço isso – ela me lança um olhar de reprovação, mas permanece quieta – Você não precisa se sentir assim, eu passei por isso e sei o que estou falando – olhando em seus olhos avermelhados sobre a sombra do começo da noite – Houve dias em que precisei mentir para meus pais que estava doente para que não fosse obrigada à ir na escola, sabe quando você simplesmente não entende como uma pessoa é capaz de tirar pouco a pouco seus bens mais preciosos? – pergunto levando meus olhos para o nada enquanto começo a lembrar – Dias intermináveis de atuação, fingindo ser a garota mais feliz para meus pais, sendo que por dentre tenta lutar bravamente para esquecer a dor que tanto me corroía – volto a focar nos olhos arredondados de Eliza, percebendo que ela me olha de um jeito compreensivo – Ainda tenho e terei momentos de angustias, nada se cicatriza num piscar de olhos, mas decidi fazer alguma coisa para mudar tudo isso e por esse motivo que te peço do fundo do coração que me deixa te ajudar.

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