PONTO DE VISTA DE FRANCIS ESTTEMORT
O dia estava incrivelmente limpo, olhando para cima eu conseguia vislumbrar algumas poucas nuvens no céu azul acima de nos, mesmo sendo outono era lindo como o dia estava, o clima estava agradável, o sol brilhava e seus raios acertando meu rosto me traziam uma sensação de paz.
Estávamos a quase um dia galopando sem parar, em uma pequena rota de estradas que nos levaria até a borda do grande rio negro, em menos de um dia chegaríamos a nosso destino após isso, à descida do rio negro seria pacata e calma, e era isso que eu queria, chega de problemas por enquanto.
Peguei-me distraído observando entre as arvores da densa floresta que nos cercava. Meus olhos se focaram em um estante, havia algo lá, um lobo? Não, era brilhante, brilhava intensamente com uma luz prata. Um espirito bestial? Mesmo se fosse, ele não nos deixaria velo se não quisesse. Então eu percebi, a criatura me olhava, olhava dentro dos meus olhos, era como se ele visse dentro da minha alma, era como se ele me avaliasse. Apertei a espora em Koshi e puxei as rédeas fazendo-o relinchar e levantar os cascos dianteiros rapidamente, eu fixei meus olhos na criatura na esperança de não perde-la de vista, talvez se eu tirasse meus olhos dela, ela desaparecesse. Vi Henry pelo canto dos olhos me olhando e virando Patrie sua mula para se encontrar ao meu lado, vendo que eu tinha parado. Ele então se pôs ao meu lado e seguiu meu olhar até a criatura prateada quadrupede olhando imóvel em meus olhos, vi henry arregalar os olhos e sussurrando para mim:
"mas que diabos? o que em nome de deus é aquilo?"
"não tenho a mínima ideia, um espirito bestial talvez?" respondi tentando esconder minha duvida ainda maior que a dele.
"se essa coisa é um espirito bestial, nós devíamos tentar nos aproximar e criar um pacto, se ela se mostrou pra nós é porque quer algo de nós, você sabe, não é sempre que espíritos bestiais surgem do nada."
Relevando sua hipótese, desci do lombo de Koshi me certificando de não dar nenhum passo em falso, caminhei passo após passo até me encontrar a cinco metros da criatura.
Me arrisquei em piscar, quando meus olhos se abriram a besta estava instantaneamente na minha frente me fitando com os grandes olhos azuis, divididos com linhas de olhos de gato, a criatura pareceu olhar para minha mão direita onde estava minha manopla, especificamente onde estava a safira presa nela, olhei para minha mão também, e nesse momento partículas azuis luminescentes vazaram da criatura se dirigindo até minha manopla, as partículas entraram na safira na minha mão, a safira brilhou intensamente enquanto a besta continuava a me olhar, uma dor irreal irradiou da palma da minha mão enquanto subia em meus braços, eu cai de joelhos, runas azuis brilhantes subiram da minha mão direita chegando até o meu ombro, minha cabeça doía intensamente enquanto eu caia no chão segurando meu punho, enquanto eu sentia a vasta energia magica irradiando por cada molécula do meu corpo, vi Henry gritando meu nome, mas não consegui ouvi-lo, minha dor falava mais alto, engoli saliva sufocando um grito contido enquanto a dor sumia aos poucos. Isso tinha sido um pacto? Um pacto de linhagem? Não era possível, os pactos de linhagem só são possíveis com um ritual de invocação. Espera! Esse era o espirito bestial da minha família? Não, o espirito da minha família tem a forma de um bebê dragão azul. Então o que era? O que diabos é essa energia? É como se milhares de portas se abrissem dentro de minha alma. Não, é como se milhares de mentes entrassem na minha.
Abrindo os olhos novamente, percebi a dor diminuindo, e eu consegui organizar meus pensamentos de novo, ao meu lado estava Henry me segurando com uma face de pânico, e a besta ainda parada a nossa frente, eu olhei pra ela novamente, e foi como se ela balançasse a cabeça mentalmente aprovando meu olhar. Não, eu tinha sentindo ela me aprovando mentalmente, a criatura então, simplesmente se virou de costas e foi embora, então enquanto ela caminhava em direção à floresta, eu vi, sua cauda havia desaparecido, me pergunto se foi isso que a alguns segundos quase me matou.
Isso não foi um pacto de linhagem Um pacto de linhagem só ocorre quando alguém que não possui magia faz um ritual de invocação para atrair um espirito bestial de um plano paralelo chamado plano astral, quando as regras do acordo são estabelecidas com o espirito, esse por si se funde a pessoa e assim fazendo com que a pessoa que antes não tinha magia, obtenha todos os poderes mágicos e afinidades daquele espirito, e que consequentemente todos os seus descendentes herdem essa mesma afinidade magica, ainda assim a pessoa não recebe o conhecimento de como executar a energia magica. É necessário anos de estudo para alguém com um pacto executar uma magia.
Olhei para meu amigo que tinha uma total cara de confusão e me encarava a quase um minuto, me levantei ainda ameio zonzo usando-o de apoio, então falei para ele:
"fecha a boca antes que entre um mosquito."
Ele me olhou perplexo com as sobrancelhas franzidas em total desentendimento e me disse:
"ma- que porras foi aquilo?"
"não faço ideia, me ajuda a subir no Koshi vai" coloquei a mão no meu cavalo e me lancei pra cima dele. Então abria boca mais uma vez e disse:
"ah! Mais uma coisa, acho que agora sou um mago,"
"QUE?" ele me perguntou enquanto me sacudia pela gola da minha camisa.
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CENTRAL KHAOS - Espiritos bestiais {Livro - 1}
FantasyFracis e Henry são dois aspirantes a cavaleiros em viagem pelo mundo com seu mestre Sor Gustav de Aramor. Em uma de suas viagens o mestre morre de velhice, deixando os dois aspirantes recem nomeados cavaleiros sozinhos em um mundo perigoso cheio de...