O Grande Circo

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Assim que minha outra mãe abre a porta dos fundos, já começo a ver pelas frestas uma imagem que não me agrava muito, me mostrando o tal amigo que comentou.

-Que ótimo, outro Wybie! - falo me levantando da mesa e indo até ele, que já estava começando a entrar em casa. - Olá Wybobão Born!

Ele acena, olhando fixamente para mim, se é que é possível olhar fixamente com aqueles olhos de botões.

-Ooooooi! - retorno a falar, aguardando uma resposta, mas só vejo as suas sobrancelhas levantando, enquanto minha outra mãe coloca suas mãos sobre os ombros do garoto.

-Eu achei que você iria gostar mais dele se ele falasse menos, aí dei um jeitinho! - Termina fazendo carinho sobre os cabelos cacheados do Wybie.

-Então esse aí não fala nada? - pergunto estranhando, afinal, Wybie falando menos, era novidade pra mim, se bem que tudo era novo, mas o Wybie, fiquei surpresa.

-Não! - afirma minha outra mãe, me fazendo pensar sobre.

-Hmmmmm, gostei! - tá, não nego que talvez assim, o Wybie seria uma pessoa melhor pra se ter amizade.

-Agora vocês dois podem ir, divirtam-se! - minha mãe, quero dizer, minha outra mãe, fala enquanto o Wybie começa a ir até a porta da frente comigo.

Descendo as escadas, vejo que essa versão do Wybie não parava de ficar pulando e brincando, degrau por degrau, um sorriso estampava seu rosto, quero dizer, ao menos, o desenho de um sorriso ficava em seu rosto, já que ele não conseguia sorrir.

- Você até que é bem alegre, considerando que não pode falar nada! - fico em silêncio esperando ele falar algo, até que me lembro o porquê do silêncio - Não doeu né? Quando ela...

Antes mesmo de terminar, sou interrompida pelo Wybie apontando ao céu, o que parecia ser um balão azul brilhante, voando em direção a porta do Bobinsky.

Wybie e eu, mais que depressa começamos a subir toda a escada, e conseguimos ver esse mini balão passar por uma mini janela acima da porta, que se abre e fecha assim que o mesmo entra.

Paramos em frente a sua porta e eufórica e apressada que sou, já começo a bater nela para poder entrar. Rapidamente, a porta começa a girar, jogando depois de algumas voltas, Wybie e eu para dentro da casa.

Aquilo era fantástico de se ver, canhões pintados nas cores amarela e vermelha faziam um caminho que nos levava até uma mini tendinha de circo. Acima dos canhões, pisca piscas enfeitavam o teto, dando um ar magico no local. Sob o canto esquerdo dos canhões havia um tipo de mini carrossel com pacotinhos de pipoca no lugar dos assentos, tinha também um galo que é tipo um micro ondas em cima do carrossel, que bicava um milho a sua frente e soltava pela culatra nos pacotinhos a pipoca já pronta, o que chegava a ser bizarro.

Caminho até o carrossel para pegar um pacotinho de pipoca, mas paro ao escutar um barulho, era o Wybie pisando em um pedal que há em frente ao mini canhão, lançando instantaneamente um algodão doce para o alto.

Dou uma leve risada e pego meu pacotinho de pipoca, no mesmo momento, ouço varios barulhos ao mesmo tempo. Ao me virar, vejo Wybie com algodão doce por todo o corpo.

-Olha só o que você fez! - começo a rir sem parar enquanto ele da uma bambaleada com o corpo.

Ao parar, ele aponta para a tenda do circo, que começa a abrir com holofotes rodeando a entrada.

-Senhoras e senhores, atente os seus olhos e ouvidos, para que os corações batam com mais força. - ouço o Bobinsky falar de dentro do mini circo, então chamo o Wybie para irmos rapidamente lá dentro.

Coraline e o Mundo SecretoOnde histórias criam vida. Descubra agora