Entre livros e atrasos [wyf+hzt]

Um

Essa fanfic é um especial de natal. ("Amas ainda não é natal" eu sei, jovem gafanhoto, eu postei essa fic em outro site em janeiro, vc acha mesmo que faltar um mês para o natal iria me impedir? ~risada maléfica~)
Aviso: não é indicado para diabéticos porque essa fanfic é puro açúcar.

A neve fraca caía lentamente do lado de fora quando o lúpus adentrou a biblioteca que já era bem conhecida por si. O local era bem iluminado e aquecido. Yifan retirou seu casaco parcialmente coberto de neve e o deixou no cabideiro. 

O Wu adorava aquela época do ano pois mesmo com a neve sendo fraca, muitos deixavam de sair de suas casas com medo de se intensificar, e com isso, seus lugares favoritos ficavam vazios, como era o caso da livraria naquele momento.

Yifan observou ao redor, procurando a figura feminina da ômega que costumava tomar conta do lugar e não a encontrando. Franziu o cenho, se dirigindo até o balcão onde um garoto se encontrava de costas. 

Ao chegar perto, raspou a garganta, procurando chamar a atenção do garoto, que pelo odor de lavanda — que o lúpus achou muito agradável para seu olfato — era um ômega. O mesmo se virou. O ômega era jovem e possuía a pele amorenada, cabelos pouco compridos e traços felinos, juntamente com “bolsinhas” abaixo de seus olhos. Os lábios finos eram bem traçados e sustentavam um sorriso leve. Suas mãos carregavam alguns enfeites natalinos.

— Uau! — Yifan deixou escapar, arqueando as sobrancelhas.

— Ah! — o ômega suspirou. — Lá vamos nós de novo… — sussurrou para si mesmo.

— O quê? — o alfa questionou, sem entender.

— Antes de nós começarmos, eu preciso que escute com atenção: — começou — Oi! — disse animado — Eu me chamo Huang Zitao e tenho 17 anos. Sim, eu estou trabalhando aqui e sim, eu tenho um telefone, mas não, eu não vou te passar o meu número. Eu não quero sair com você e significaria muito se você levasse isso em consideração e não insistisse e nem fizesse cantadas, até porque o Papai Noel não passou mais cedo esse ano e eu não sou o seu presente de Natal.  — fez uma pausa para respirar fundo. — Dito isso: Oi! Eu sou o Zitao. Como posso ajudar? — sorriu, como se não tivesse falado nada.

Yifan demorou alguns segundos para processar a fala do ômega, que tinha recitado tudo como se fosse algo normal de seu dia-a-dia. Aos poucos o alfa foi compreendendo e seu cérebro começou a raciocinar.

— Ahn… Eu não ia… te chamar pra… sair… — o Wu disse pausadamente, sem saber como reagir. — Eu só ia perguntar onde está a senhora Fei.

— Ah, sim! Minha mãe está de licença médica. 

— Licença médica? O que aconteceu? — o alfa perguntou. Sempre que via a bibliotecária ela esbanjava saúde.

— Ela pegou uma pneumonia, mas já tá’ melhor. Ela pediu pra eu tomar conta da livraria enquanto ela não volta.

— Ah! Diga que o Yifan mandou melhoras pra ela, por favor.

— Digo! — sorriu. — Mas enfim, posso te ajudar em alguma coisa?

— Eu vim devolver um livro. — mostrou o mesmo em suas mãos.

— Trouxe o cartão? — o ômega pegou o livro enquanto o alfa procurava o cartão em seus bolsos, achando e o entregando ao outro.

Zitao foi rápido ao assinar a devolução do livro no cartão, devolvendo-o ao lúpus. Mas claro que não sem antes notar que todos os livros assinados no cartão do alfa se prendiam apenas ao ramo de direito. Franziu as sobrancelhas.

— Você lê alguma coisa que não seja de advocacia?

O lúpus o olhou. Apesar de não gostar que se intrometessem em sua rotina, algo o impedia de ficar com raiva do ômega a sua frente. Atribuía isso ao fato de que a curiosidade do outro lhe parecia familiar.

— Sua mãe sempre me pergunta a mesma coisa. — disse e o ômega se encolheu levemente.

— Acho que puxei isso dela. — disse meio sem graça pelo alfa ter percebido sua curiosidade.

— De qualquer forma, a maior parte dos livros que eu preciso estão relacionados à faculdade, então não é estranho que só tenha livros de direito aí. — esclareceu, recebendo um menear de cabeça de Zitao. — Enfim, obrigado! — agradeceu, guardando o cartão em seu bolso.

— Não há de quê! — sorriu.

Yifan se afastou lentamente do Huang, que voltou a fazer o que estava fazendo antes, e seguiu para a seção de livros de direito. Precisava de alguns livros para fazer seu trabalho de final de ano. 

Ao encontrar o que procurava, foi até uma das mesinhas que estavam no canto da biblioteca, perto da janela, se sentando no lugar mais calmo que achou. Começou a ler, anotando as partes que julgava mais importantes em seu celular.

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O alfa mal percebeu quando anoiteceu, apenas quando olhou pela janela se deu conta de que havia passado o dia lendo o livro e só tinha conseguido chegar até a metade do mesmo. Se espreguiçou ao se levantar e pegou o livro, seguindo até o balcão. Zitao estava terminando de atender uma beta e assim que viu o alfa deu um meio sorriso. 

— Obrigado, volte sempre! — ouviu o ômega dizer. — E então, o que vai levar hoje? — perguntou para o lúpus, que se aproximou e entregou o livro para o mesmo, juntamente com seu cartão da livraria.

Zitao marcou os dados do livro e a data de entrega no cartão do lúpus, fazendo o mesmo no cartão do livro que ficava na biblioteca. 

— A data de entrega é daqui sete dias. Fique atento, se houver algum atraso terá que pagar uma pequena multa.

O ômega colocou o livro no balcão, juntamente com um outro. Yifan franziu a sobrancelha.

— Eu não separei esse livro. — disse ao outro.

O livro tinha a capa laranja e possuía uma pássaro cor-de-rosa desenhado na capa. Continha o nome “O Sol é para todos” em preto e o nome da autora “Harper Lee” em branco.

— Eu sei! — o ômega deu de ombros. — Eu separei pra você.

Yifan o olhou de uma maneira estranha, como se perguntasse a si mesmo se aquele ômega era maluco para sair se intrometendo nas leituras alheias. Zitao riu.

— Dá uma chance! Tenho certeza que você vai gostar.

O Wu suspirou.

— Ok. 

Pegou os livros e o cartão, guardando-o no bolso.

— Obrigado e volte sempre! — o ômega disse, com uma expressão divertida no rosto.

Yifan acenou com a cabeça como se concordasse que voltaria e seguiu até o cabideiro, onde pegou seu casaco e vestiu, saindo da biblioteca. Em sua cabeça tudo que se passava era como aquele ômega era doido, mas por mais incrível que pareça, não achava aquilo ruim.

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