A polícia invadiu o local, haviam vários adolescentes e crianças que entraram de penetra naquele lugar, muitos tomavam bebidas e alguns até chegavam a usar drogas. No susto, todos começaram a correr para a saída dos fundos do lugar, Kendra foi separada e empurrada pelos penetras. Ela só conseguiu parar quando estava a algumas quadras da boate. Sentada na calçada, ela encontrou Misha que cantava uma música bem baixinho, enquanto balançava de um lado para o outro.
— Boom, boom, boom, boom, i want you in my Room...
— Misha! — Kendra foi até ela.
— Oi Ken-Ken! Você também foi arrastada?
— Fui, não achei que tinha tanta gente lá, até agora.
— Tava ocupada agarrando o Art! — Ela cantarolou. — Eu vi, eu vi, eu vi!
— Eu não… Ah, esquece. — Ela segurou o braço da garota. — Levanta daí, o chão tá uma imundície.
Kendra discou o número de Arthur tentando ligar para ele. Após longos toques ele finalmente atendeu.
— Kendra, você tá bem? A Misha tá com você? Espero que esteja. Eu tô nervoso…
— Eu tô legal. A Misha tá aqui comigo. O que tá acontecendo aí?
— A polícia tá verificando os documentos de quem ficou, acho que vai demorar.
— Então eu acho que é melhor eu levar a Misha pra casa dela, ela tá doidona e… MISHA, SAI DAÍ!
Misha havia subido em um canteiro de flores, ela tentava arrancar a própria blusa enquanto cantava a mesma música mais alto ainda.
— I wanna go boom boom! Let's spend the night together, together in my room!
— Desse daí, Misha! — Kendra gritava com raiva. — Eu vou dar um soco na tua fuça, que você vai cair durinha!
— Não faz isso! — Arthur dizia no telefone.
— Por enquanto, não vou. Me manda o endereço dela por mensagem, que eu vou levar ela… MISHA, EU JÁ TE DISSE PRA PARAR!
Kendra deixou o celular cair quando foi tirar Misha do canteiro. Agora, ela mantinha a garota ao seu lado, segurando fortemente sua mão. Quando foi pegar o celular do chão, a ligação havia sido desligada.
— Mi, vou te levar pra casa, ok? Mas tenta ficar quieta senão eu vou quebrar a sua mão!
— Não, não faz isso… — Misha choramingou
— Sossegue então.
Depois de caminharem em silêncio, Misha entrelaçou seu braço ao de Kendra.
— Você beijou o Art?
— Não. — Ela lembrou dos dois na boate. — Não mesmo…
— Devia ter beijado! O Kenan disse que ele beija bem.
— O que?
— É, eles me disseram que testaram, sabe? Quando tinham quinze anos. Arthur disse que não gostou, mas o Kenan sim. Kenan gosta de meninos e meninas.
— Isso é um pouco confuso.
— Que nada, só um teste!
Kendra riu do jeito que Misha falava enquanto andavam até o metrô. Elas estavam em uma área mais afastada da cidade, então seria mais rápido usar um dos metrôs.
— Kendra, o que você acha do Art?
— Por que quer saber?
— O jeito que você olha pra ele — Ela coçou sua bochecha. — é muito fofo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Caminhos Cruzados
FantasyTudo o que Kendra queria era ter uma vida normal, mas o destino pode, muitas vezes, brincar conosco. Filha de um grande vampiro e de uma jovem humana, ela nasce sendo uma mestiça. Considerada pelos outros vampiros como impura. Kendra teve uma vida d...