Capítulo 1

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- A polícia investiga o caso do vampiro noturno - A notícia passava em um pequeno rádio em cima de uma das mesas da cafeteira. - As vítimas do caso foram encontradas com feridas de mordida e anemia. Logo, traremos mais notícias a todos. Por favor, tomem cuidado.

Arthur lavava os últimos pratos da pia enquanto o rádio contava as notícias. Sua amiga Misha, estava sentada na bancada soltando seus cachos de um coque.

- O que você acha dessa notícia, Art?

- Com certeza, falso. Não existe esse negócio de vampiros. Deve ser apenas um cachorro ou alguma coisa.

- Está duvidando? Caso você não saiba... eu sou uma vampira! - Ela pulou no amigo tentando morder em seu pescoço. - Formada por livros e livros do Crepúsculo!

- Sai fora, Mi! - Arthur ria tentando tirar a amiga de suas costas.

- Hey! Prestem atenção, vocês vão quebrar os pratos  e isso vai sair do salário de vocês!

- Desculpe chefe. - Os dois disseram juntos, se separando.

- Pode deixar que eu termino com os pratos, Arthur. O horário dos dois já acabou, não precisam ficar aqui mais tempo que o nescessário.

Misha foi até seu chefe, um velho baixinho e arrogante, se apoiou nele e começou a bagunçar o resto de cabelo que lhe restava.

- Sabe, Senhor Dmitry... nós gostamos muito do senhor. Sabe disso, não sabe?

- Misha, pode desistir, eu já disse que  não vou te dar um aumento.

O sorriso da garota se dissipou e ela se afastou tirando seu uniforme e o colocando dentro de um pequeno armário na cozinha.

- Droga, achei que daria certo dessa vez. Vamos embora, Art.

- É tarde pra você andar sozinha, Misha. - Dmitry a alertou.

- Fica tranquilo, Senhor Dmitry, eu tenho um canivete!

Arthur riu da amiga enquanto tirava e dobrava seu uniforme. Misha era uma garota forte e corajosa, às vezes, até demais.

- Eu posso levá-la. - Dmitry pegou as chaves para fechar as portas da cafeteria. - Embora não more longe, é perigoso demais.

Depois de se despedir, Arthur colocou sua mochila nas costas e seguiu seu caminho. Ele morava a algumas quadras da cafeteria, então seu caminho sempre era tranquilo, mas não dessa vez. De repente, algo o agarrou e o puxou para um dos becos, segurando-o por trás.

- Acho melhor ficar bem quietinho. - Uma voz feminina sussurrou em seu ouvido.

Arthur tentava sair, mas ela o segurava com uma força surreal. A garota abaixou a gola da blusa e o cheirou delicadamente seu pescoço, antes de morder lentamente seu trapézio. Arthur sentia sua pele sendo perfurada, sentia seu sangue quente se misturando com a saliva da garota. Até luzes que vermelhas e azuis, fizessem ela parar.

- Ah, merda!

A garota arrumou a gola de Arthur, limpou o sangue em sua boca e o virou, prensando-o contra a parede. O beco estava pouco iluminado, mas ele conseguia ver uma garota pálida com cabelos negros, que iam até o pescoço, e olhos azul acinzentado. Ela o puxou pela blusa e o beijou. Dava pra sentir o gosto metálico de sangue se misturando com a saliva dos dois. Era uma sensação estranha. Ele não entendia o que estava acontecendo, até um guarda iluminar os dois com uma lanterna e ela se separar dele.

- Hey vocês dois, o que estão fazendo?

- Ah, boa noite senhor guarda! Estávamos apenas matando a saudade! - Ela disse dando uma risada no final.

- Mas não acham que está um pouco tarde para isso?

- Sim, sabemos. Mas sabe, às vezes é bom dar uma fugidinha!

- Claro, claro. Já tive a idade de vocês. Mas tem alguma coisa atacando civis. Por favor, vão para casa.

- Já estamos indo. - Ela deu um sorriso.

O guarda entrou de volta na viatura e seguiu seu caminho. O sorriso da garota foi substituído por um olhar de ódio para Arthur.

- Você tem a chance de escapar, por hoje. Se contar a alguém, eu vou sugar seu sangue até que não sobre nem uma mísera gota. Tenha certeza disso!

- Eu... entendi... - Arthur respondeu assustado.

Ela o empurrou e se afastou. Logo, duas asas saíram de suas costas e ela saiu voando. Arthur colocou a mão onde a garota havia mordido, não tinha sangue, apenas duas casquinhas pequenas. Ele não entendia o que havia acontecido, mas tentou seguir seu caminho de volta para casa. A noite, ele começou a pesquisar várias coisas para serem usadas contra vampiros e quando foi se deitar, viu que já eram 1h da manhã.

No dia seguinte, na faculdade, Arthur praticamente se arrastou até seu lugar. Ele havia colocado uma bandagem na mordida e carregava um pequeno saquinho com dentes de alho no bolso de seu casaco, com medo de que a garota aparecesse novamente. Misha e Kenan já esperavam o amigo. Misha estava vestindo um conjunto de marca roxo e branco, com o cabelo preso em duas chiquinhas. Kenan usava uma camiseta com desenhos de caveiras com uma calça jeans rasgada, seu cabelo estava preso em um pequeno rabo de cavalo. Ele foi o primeiro a notar a bandagem de Arthur.

- Art, seu safadinho! Se deu bem essa noite, foi? - Ele disse dando um peteleco na cabeça do amigo.

- O que?! Onde? Onde? - Misha tentava entender o recado.

- Olha lá, ele ganhou um chupão tão grande que teve que colocar um esparadrapo. Esse cara é um cachorrão! - Kenan ria alto.

- Não é nada disso que os dois estão pensando!

- Art, seu mentiroso! Disse que estava cansado e depois do trabalho foi pegar mulher!

- Por favor, não entendam errado. Vocês sabem que eu não sou assim! Eu...

A conversa foi interrompida quando ouviram uma porta se fechar, seguido por um "licença" rouco. Bem ali, na porta, estava uma garota, estranhamente familiar. Logo, Arthur percebeu de onde ele a conhecia. Era a garota que havia o atacado na noite passada.

- Ah, vai se f...

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