Capítulo 14

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Era uma noite de sábado e os amigos viajavam de carro para o parque de diversões de uma cidade vizinha. Kenan dirigia, tranquilamente, o carro emprestado de seu pai. Um Jeep Renegade cinza. Kendra estava no banco de trás, junto com Arthur e seu irmão, um menino de dezessete anos que possuía cabelos enrolados como o do irmão, mas era mais curto e platinado nas pontas. Art havia dito que a mãe insistira para que ele o levasse.

— Essa menina aí é nova. — Ele apontou para Kendra. — Nunca vi ela.

— Eu te falei sobre ela antes, Kyle. E pare de falar dela como se não estivesse aqui.

— Você é bem bonita. — O garoto a encarou. — Tem namorado?

— Isso não lhe interessa.

— Sabe, eu até gostei de você.

— O que quer que eu te diga? "Parabéns"?

— Arthur, você tinha me dito que ela era muito boazinha. — Kyle disse ao irmão.

— Ela é! —Misha, que estava no banco da frente, riu. — Mas isso é só com ele. Não é, Ken-Ken?

— Até parece. — Kendra virou o rosto, olhando para a janela. — Eu estou com sono, vou tentar dormir um pouco.

Arthur a olhou, deitando a cabeça sobre o vidro da janela e lhe entregou um casaco todo enrolado.

— Apoie aí, é melhor do que no vidro duro.

Kyle apenas encarou o irmão com um olhar debochado. Meia hora depois, eles, finalmente, haviam chegado. Kendra foi com Misha, até a bilheteria.

— O que vocês fazem em lugares como esse, Mi?

— A gente brinca nos brinquedos, come muita besteira, essas coisas. Você nunca veio em um?

A mestiça balançou a cabeça negativamente. Logo, sua atenção foi atraída para os vários brinquedos coloridos, que começavam a piscar alegremente. Aos poucos, o parque começou a encher, com pessoas de vários lugares.

— Vamos na montanha russa! — Kenan empurrou Arthur e Misha para a fila. — Vem, Ken-Ken!

— Isso não vai rápido demais? — Kendra observou o carrinho, que descia de uma rampa gigante.

— Não acredito que você vai arregar depois de ter feito toda aquela pose de marrenta comigo. — Kyle riu.

— Ah, por que você não cala a sua boca?

Assim que abriram a passagem para que eles entrassem, ela foi a primeira e se sentou na frente, junto com o garoto, que insistia em segui-la.

— Cadê o Art? Ele que devia sentar comigo.

— Ele tá ali atrás, fica tranquilinha. Mas, e aí? Você é a namorada dele, né?

—Ele disse isso?

— Não.

— Então, eu não sou.

O carrinho atingiu a parte mais alta e ficou parado por alguns segundos, mas para Kendra pareceram-se horas. Assim que o começaram a descer, ela estendeu os braços, ignorando os gritos desesperados atrás dela. Era como voar, mas sem bater em árvores e postes. Quando terminaram o passeio, Arthur foi até ela, cambaleante.

— Ai, fiquei um pouco tonto... — Ele se apoiou sobre ela, olhando-a nos olhos. — Eu queria ter sentado com você.... Você gostou?

— Foi a coisa mais divertida que eu fiz, mas você vai ficar comigo da próxima vez!

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