Capítulo 24.

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Capítulo 24.

Victor

Eu já estava na casa dos meus pais com Nina, quando recebi uma ligação às duas da manhã, me dizendo que Giovana havia sofrido um acidente de carro no caminho ao hospital. 

Naquele momento, eu me senti morto. Se algo acontecesse com a minha loirinha, eu nem sei o que aconteceria comigo. Deixei Nina com meu pai e minha mãe e eu saímos de casa e fomos até o hospital. Assim que entrei naqueles corredores brancos e sem vida, avistei David e Douglas. Meu coração pulsava dentro do peito e parecia que a qualquer momento eu despencaria. 

Assim que os alcanço, David toca meu ombro e Doug limpa os olhos com as mãos. 

-Ela está em cirurgia. - diz Doug, respirando fundo. - De acordo com testemunhas que estavam no local, dois carros fecharam ela na estrada e o carro acabou saindo da pista e capotando. 

Eu não consigo dizer nada. Só nego com a cabeça. Não era possível que uma coisa dessas tivesse acontecido com o amor da minha vida. Estávamos tão felizes… Minha cabeça começa a girar e não consigo respirar. Me apoio na parede e puxo o ar. Minha mãe toca minhas costas. 

-Calma , filho. - diz ela baixinho.

-Cara, - chama David. - disseram que foi intencional… aquele cara, Vicente foi detido. 

Ergo minha cabeça e sinto uma raiva começar a queimar dentro de mim. 

-O quê? - pergunto entre dentes.

-Ele que colocou o carro com Giovana para fora da pista. - responde ele. 

-Eu vou matar esse desgraçado. - digo já me virando para sair do hospital e ir até a delegacia matar esse filho do demônio.

Minha mãe segura meu braço e me força a virar de frente para ela. 

-Tu não vai querer estar longe se algo acontecer. - diz ela séria. - Giovana precisa de ti aqui, filho. Deixa a justiça cuidar desse homem. 

Respiro fundo, por que sei que minha mãe está certa. Em parte.

-A justiça falha, mãe. - digo entre dentes, uma triste realidade.

-A de Deus não. 

Mordo os lábios e me encosto na parede, deixando meu corpo deslizar por ela, até eu estar sentado no chão. Fecho os olhos e cubro o rosto com as mãos. 

Direciono meus pensamentos em uma pequena súplica ao Deus que desde pequeno acreditei, esperando que esse não fosse o meu castigo por ter feito tudo errado. Eu estava me esforçando para fazer diferente, e Deus, eu a amo tanto. Sempre amei. Não posso perdê-la.

***

Já eram três horas quando a mãe de Giovana ficou sabendo do acidente da filha e se juntou a nós na sala de espera, tão abatida quanto uma mãe estaria depois de receber uma notícia dessas, horas depois de perder o marido. Me levanto do chão, onde estive pela última hora, e vou até ela estendendo meus braços. Carmem comprime os lábios e seus olhos transbordam dor, quando vem em minha direção e me abraça, deitando a cabeça em meu peito e chorando. 

-Minha menininha. - funga. - Minha filhinha. 

Acaricio suas costas, mas não digo nada. Não tenho nada para dizer que vá confortá-la. A verdade é que estou destruído também.

Minha mãe vem até nós e pega a mão de Carmem na sua. 

-Vai dar tudo certo. - diz tentando tranquilizar minha sogra. -Giovana é uma guerreira, vai dar tudo certo. 

DOCE VENTURA - SPIN-OFF de Doce Tentação e Doce VenenoOnde histórias criam vida. Descubra agora