Capítulo 9.

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Capítulo 9. 

Giovana

Foi bom resolver as coisas com meu pai. E confesso que foi emocionante, ver Nina chamá-lo de vovô. Eu nunca pensei que veria isso acontecer. 

A semana passou como um borrão, e entre levar Nina para a escolinha pela manhã, ir para a faculdade, buscar Nina na escola, brincar com ela, ir para o estágio no hospital e meu trabalho à noite como bartender, eu mal vi o tempo passar. Dois anos atrás eu estaria me contorcendo só em imaginar fazer todas essas coisas, mas meu curso de Enfermagem alterna os dias em que tenho aula, tenho aula dois dias na semana e estágio em outros dois dias, como bartender eu trabalho uma noite sim e outra não em um pub no centro. No final, se eu organizar de forma certa o meu tempo, ainda consigo brincar com Nina e sair com Doug, quando deixo Nina com a babá ou com minha mãe. 

Olhando pro passado, nunca imaginei que não daria conta de ser mãe, provedora e universitária, mas também não pensava que me adaptaria tão bem. 

Quando termino mais um trabalho de pesquisa para a aula de casos de papel. Fecho o notebook e vejo Nina dormindo ao meu lado no sofá. Ela tinha pegado no sono assistindo um episódio do desenho da galinha pintadinha, que é o favorito dela.

Sorrio ao vê-la tão em paz. 

Me levanto e pego ela do sofá, levando -a até o berço no nosso quarto. Ajeito ela ali e vou tomar um banho rápido e me arrumar para ir ao pub. 

Saio do banho e seco os cabelos com o secador, antes de prendê-los em uma trança lateral. Faço minha maquiagem habitual, resumida à rímel e um batom claro. 

Quando saio do quarto com minha bolsa sobre o ombro, encontro Doug e Cris - a babá - me esperando na sala. 

- Ela já está dormindo, Cris. - digo a ela, enquanto calço meus tênis. - Acho que vai dormir à noite toda. Tem comida na geladeira, vou deixar meu celular ligado, então qualquer coisa me ligue. 

-Claro, pode deixar comigo. - diz ela com um sorriso simpático. 

-Fique a vontade, Cris. - diz Doug, quando saímos pela porta da frente, em direção ao carro. 

Como Doug trabalha comigo no pub, vamos sempre no carro dele para o trabalho, para economizar na gasolina. Nossa amizade começou em sala de aula, quando por ordem do destino, ficamos como parceiros de observação no hospital ainda no primeiro semestre, desde então não nos separamos mais.

Meu amigo dirige tranquilamente pelas ruas movimentadas de Porto Alegre, em plena sexta-feira à noite, rumo a mais uma noite agitada no pub. 

Depois de colocarmos o uniforme, uma camiseta branca com o símbolo do pub, uma calça preta e o avental preto na cintura, nos ocupamos de arrumar as coisas para enfim abrir o estabelecimento. Eu vou para o balcão e passo um pano com álcool em todo seu comprimento, enquanto Doug, tira as cadeiras de cima das mesas e as coloca em seus devidos lugares. 

Alguns minutos antes de abrirmos Vicente, nosso chefe, chega. 

-Boa noite.- nos cumprimenta com um sorriso. 

Ele é ótimo, e mudou muitas regras no pub para que eu e Doug conseguíssemos trabalhar aqui. 

-Boa noite! - retribuo o sorriso. 

Ele se aproxima do balcão e senta em um dos bancos altos. 

- Como está a pequena? - pergunta. 

-Está bem, ficou com a babá. - digo lavando as mãos na pequena pia na parede em paralelo com o balcão. 

Ele concorda com a cabeça e toca meu ombro. 

DOCE VENTURA - SPIN-OFF de Doce Tentação e Doce VenenoOnde histórias criam vida. Descubra agora