Capítulo 12

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Calliope e Arizona trocaram alguns beijos e carinhos, até a mais velha ter uma ideia.

O que acha de sairmos daqui ? - a morena coloca uma mecha do cabelo de Arizona atrás de sua orelha

Para onde? - a loira olha a mais velha curiosa

Calma, não vou te levar para o banheiro ou um motel - revira os olhos - não me olha assim

Desculpa - ri - tudo bem, eu topo sim

Pensei da gente ir até a praia, sentar na areia, olhar o mar… 

Só se for agora - a loira levanta animada - vamos - estende a mão

Calliope riu do jeito infantil da loira e segurou sua mão. As duas foram até Karev e o pessoal para se despedir.

Já estão indo? - Leah amiga de Jô diz - achei que iria conseguir seu número - pisca

Desculpa mas ela não está disponível no momento - Calliope quem responde

Arizona apenas sorri para a morena e as duas saem do bar de mãos dadas, atravessam a rua e andam até a areia. Elas tiram os sapatos e ficam eles nas mãos.

Olha esse cheirinho que delícia - a loira diz abrindo os braços e fechando os olhos para sentir a brisa 

Sim esse cheiro de mar é tão bom - fecha os olhos também e abre os braços - faz tanto tempo que não me sinto assim... tão livre - Callie diz

As duas ficam em silêncio e quando a morena abre os olhos, Arizona está observando-a com um sorriso no rosto.

O que foi? - a morena perguntou sem jeito

Você é a coisa mais linda sob a luz dessa luz - a loira confessa e se aproxima dela

Não mais do que você - a morena a puxa pela cintura - porquê você é incrivelmente linda sabia maluquinha? - brinca

Você gostou mesmo desse apelido né agente Torres? - diz séria

Talvez - sorri

Calliope roça seus lábios nos dela, que sorri e então o olhar das duas se cruzam.

Elas queriam falar alguma coisa uma para a outra mas parecia que as palavras faltavam, então a loira resolveu aquilo, colando seus lábios nos dela e iniciando um beijo suave e lento.

{...}

Depois de molharem o pé na água e saírem correndo pela água fria, Calliope pegou a loira no colo e a rodopiou no ar.

Para...para...vai me derrubar - a loira ri

Jamás derrubaria minha maluquinha preferida - brinca e a coloca no chão

Aí cansei - a loira diz e senta no chão com pernas de índio mesmo com vestido 

Não tem vergonha não? - a morena senta ao lado dela rindo 

Ué não tem ninguém aqui para olhar...além de você - provoca

Não começa que você não aguenta - a morena beija o pescoço dela 

Posso te fazer uma pergunta? - a loira diz e a morena se afasta para responder

Claro... só fazer - diz olhando para o mar

Eu nunca consegui esquecer o que você me disse aquele dia...que entendia o que eu tinha passado. Eu entendo se não quiser falar nada é só que…

Tudo bem - a morena suspira - nunca falei sobre isso com ninguém confessa… Sabe meu pai e a família dele vieram do México e quando chegou aqui ele se casou com a minha mãe, uma mulher com um coração muito doce. Meu pai era de família militar, todos eram muito rígidos, íamos a igreja todos os domingos, eu tinha hora para comer, fazer lição e rezar. Foi assim que eu cresci. Mas minha mãe, ela sempre dava um jeito de deixar as coisas melhores, mas então quando eu tinha quinze anos ela morreu - diz emocionada - e então minha vida pareceu perder a cor e eu mudei. Eu já não queria seguir as regras do meu pai e minha vó. Eu saí, eu bebia, eu fumava, nada mais me importava. E eu sempre ouvia deles que Deus me castigaria, que eu teria que sofrer as consequências - diz sem tirar os olhos do horizonte - então uma noite, eu já tinha quase dezessete anos, fui a uma festa com alguns colegas da escola, lá havia muitas pessoas que eu não conhecia. Um garoto mais velho se aproximou, ele era muito bonito e eu me senti importante por ele se interessar por mim já que eu me achava feia, desarrumada. Ele me ofereceu uma bebida e eu aceitei, nunca me passou pela cabeça as intenções dele. Apesar de rebelde e fazer coisas erradas...eu ainda era virgem - confessa com a voz embargada - e do que aconteceu naquela noite, eu só lembro dele me levar para um quarto, tirar minha roupa e tampar minha boca para que eu não fizesse barulho. Eu não tinha forças para lutar Arizona. O que tinha naquela bebida paralisou meus músculos, minha mente, tudo - ela abaixa a cabeça - eu acordei no outro dia, nua, naquela casa desconhecida e com muita vergonha. Eu senti que Deus estava me castigando, que eu havia sido culpada pelo que houve. Então fui embora e não disse nada há ninguém. Em casa meu pai me bateu por passar a noite fora e eu só soube chorar e me isolar. Prometendo a mim mesma que não deixaria ninguém mais tocar em mim sem minha permissão. Então aquele dia quando vi aquele homem tentando te agarrar a força, aquelas lembranças voltaram e eu só pensei em te ajudar e não permitir que a mesma coisa passasse com você

Eu sinto tanto, tanto mesmo - a loira a abraça - eu nunca imaginei uma coisa dessa. Callie você era uma menina, você merecia ter recebido ajuda. 

Não se preocupa - a morena diz se soltando dela e limpando o rosto - eu superei isso, é claro que as cicatrizes existem, mas não deixo mais que isso afete minha vida - a morena abre um sorriso - agora vamos mudar de assunto…

Claro, desculpa ter feito você lembrar disso… 

As duas então ficam em silêncio apenas olhando o mãe, até Arizona falar.

Meus pais morreram a quase três anos - diz olhando o horizonte - em um acidente de carro - foi como se parte de mim tivesse ido com eles - mas eu precisei ser forte por Emilly. Meus pais sempre diziam que como irmã mais velha, eu sempre deveria protege-la, cuidar dela.as as vezes é difícil sabia? - diz com os olhos marejados - ela é adolescente e pelo jeito gosta de ser rebelde também - ri fraco - as vezes ela conversa comigo e as vezes se tranca em seus próprio mundo. Quando meus pais a trouxeram, foi como se me dessem um presente, eu sempre quis uma irmã, sempre pedi uma e meus pais sempre diziam que não até o dia que a adotaram

Eu sinto muito também querida - Callie pega a mão dela - mas não imaginava que Emilly fosse adotada

Mesmo não nos parecendo nada? - ri - meu pai adotou ela ainda bebê, a trouxeram de um orfanato e foi o dia mais feliz da minha vida. Meus pais nunca contaram para ela e eu não sei se deveria contar, não sei se é certo fazer algo que eles nunca quiseram. Eles tinham medo que ela se sentisse rejeitada, fora de lugar

Eu entendo apesar de achar que ela mereça a verdade. Mas ela é a sua irmã, e só você decide o que é melhor - beija o dorso da mão dela - obrigado por contar um pouco da sua história

Obrigada você por confiar em mim Callie. Você realmente é muito especial para mim e espero um dia poder conquistar seu coração do jeito que você já conquistou o meu

A morena ficou surpresa com as palavras dela, como poderia já ser tão especial para ela quando elas mal se conheciam. Porque os sentimentos era algo tão maluco, porque no fundo era como se Arizona já tivesse seu coração, mesmo que ela não estivesse pronta para isso.

A morena então sorriu e colou sua testa na da mais nova a sua frente.

Tudo o que eu quero é viver um dia de cada vez com você. Quero poder te conhecer cada vez melhor. Você me faz bem de um jeito que não dá para explicar - confessa

Eu estou disposta a seguir o seu tempo, se você seguir o meu - sorri - você também me faz muito bem, você me passa segurança

Mesmo eu sendo diferente de você?

Já ouviu falar que os opostos se atraem? - pisca - então...vamos mostrar que isso é verdade

Calliope então apenas concorda e segura o rosto da loira em suas mãos e as duas se beijam novamente.

Destino ou Acaso - CalzonaOnde histórias criam vida. Descubra agora