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 Pela primeira vez em todos aqueles anos de amizade, Tzuyu presenciou sua melhor amiga quebrando uma promessa.

 Quando Chaeyoung prometeu na noite anterior que elas conversariam sobre sua confissão, a taiwanesa mal conseguiu pregar os olhos, mas foi a toa.

 Son a tratou como de costume; como se aquele fosse mais um dia qualquer; como se nada tivesse acontecido.

 Mas ela não a julgava, imaginando que era algo difícil de se lidar. De qualquer forma, continuava a machucá-la.

 Tzuyu apenas engoliu o choro e tentou agir naturalmente; deu um beijo na testa da amiga antes que ela fosse para o trabalho, se ofereceu para levar Seola até a escola e depois disso foi direto para o escritório.

 Chegando lá, a editora percebeu que não conseguiria focar no trabalho. Seus olhos focavam nos arquivos do computador, mas sua mente passeava em outro lugar, mais especificamente na noite anterior e no quão assustada ela estava em relação a o que aconteceria dali para frente.

 Frustrada, ela se rendeu a sua última tentativa tirar tudo aquilo no peito e, com muita relutância, ligou para sua velha amiga, na intenção de desabafar.

— A quê devo a honra de receber uma ligação da ilustre Chou Tzuyu? — A voz da mulher mais velha demonstrava surpresa e a taiwanesa apenas revirou os olhos, antes de responde-la.

— Você tem tempo agora? Quer tomar um café ou alguma coisa assim? — Tzuyu perguntou.

— A sorveteria está com um movimento normal, mas todos os funcionários estão ocupados e eu morro de medo de deixar o atendimento nas mãos da garota nova. Ela consegue ser a pessoa mais atrapalhada do mundo. — Nayeon contou, recebendo um suspiro cansado como resposta. Percebendo que se Tzuyu estava tanto querendo encontrá-la o assunto seria sério, ela resolveu aceitar. — Mas é claro que eu vou ter um tempo para você. Me encontra no café aqui do lado?

— Vou estar aí em 15 minutos.

 Não foi preciso muito tempo para a mais velha resolver tudo que precisava. Depois de alguns minutos tentando providenciar alguém para seu cargo de "vigia" da novata, ela partiu para o estabelecimento ao lado, dando de cara a amiga estrangeira, sentada em um mesa ao canto.

— Gostei dos óculos. — Nayeon se sentou na frente da mulher, elogiando sarcasticamente os óculos de sol que tapavam quase todo o rosto da taiwanesa.

— Oi pra você também. — Tzuyu a cumprimentou, tirando os óculos para revelar suas olheiras.

— Nossa você está péssima.

— Como se eu já não soubesse disso. — Ela disse sarcasticamente.

 Nayeon observou a outra revirar os olhos e tomar um gole da xícara de café que estava sobre a mesa. Ela sorriu um pouco, sabendo que Tzuyu provavelmente queria desabafar e se sentiu orgulhosa por sempre ser a pessoa que ela procura para isso.

— Vai me contar o que aconteceu ou eu vou ter que advinhar? — Perguntou, com um sorriso convencido. — Você nem precisa dizer que é sobre a Chaeyoung porque isso já é óbvio.

— Eu odeio que você me conheça tão bem.

— Nem precisa te conhecer tão bem assim pra ter uma ideia…

— Cala boca. — Tzuyu interrompeu, fazendo a mais velha rir.

— Tá, fala logo o que aconteceu.

— Eu me declarei. — Ela contou, observando os olhos da amiga praticamente saltarem do rosto.

— Você o quê? — Nayeon questionou, incrédula.

Ballet Teacher [Michaeng]Onde histórias criam vida. Descubra agora