المنقذ

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Karila Aistarabaw POV

O movimento violento e inescapável de Normani na imagem me fez franzir o cenho desviando o olhar da cena no visor de meu computador para olhar além, a distância. Sentia meu corpo se arrepiando em tom de repúdio ao que acontecera, Tawaba era a primeira mulher que matavam em ligação à mim, há sempre estas primeiras vezes estranhas.

Isso foi brutal. - Falei erguendo meu olhar a ela, seu corpo parecia tenso, os braços cruzados.

— Perceba a mão dela. - Normani pediu que minha atenção se voltasse a cena violenta diante de mim. Tawaba segurava uma pequena câmera, as câmeras de segurança dos fundos de minha garagem que haviam capturado aquela cena com tantos detalhes.

Ela gravou e transmitiu isso a alguém, um cúmplice talvez. - Sua suposição era certeira, é fim de tarde e nossas constatações são semelhantes. Pelo discurso de Tawaba ao qual Normani me contou pela manhã, amargamente me remetia ao inferno.

Eu fui exposta. - Ela afirmou apoiando as mãos em minha mesa, inclinando sem demonstrar um traço sequer de temor. Não se arrependia de sua atitude.

— Nada vai lhe acontecer, vamos resolver isso. - Falei seriamente a ela, sua obstinação me deixava temerosa. Só eu tenho permissões aqui para ser obstinada e não temerosa sobre minha própria vida, ela não, não vou deixar que ela se machuque.

— Alguma autoridade já deve ter esse vídeo em mãos, eu a matei de rosto exposto, é questão de tempo... talvez o plano fosse que ela fosse pega, para que me pegassem para tentar lhe enfraquecer, eles me temem, minha presença parece representar que estará protegida o suficiente para que não consigam chegar até você, alteza. - Eu sabia bem daquilo, nem precisei de muito ao ouvir de seus lábios.

Eles temem Normani como o inferno.

— Tenho meios para te proteger, infiltrados na polícia e no governo, eu prometo que nada sairá do previsto. - Informei sem estremecer ou relutar, há álibis que posso utilizar, não me importo de ultrapassar sob as leis nesse país para que faça o que tem de ser feito, eu sou uma assassina, não há nada que possa ser pior do que isso.

— Se sabem o que aconteceu, porque até agora não vieram? O dia está prestes a acabar. - Sua desconfiança faz sentido. Mas talvez o destino não estivesse disposto a ceder espaços aos desabafos, assim que ela se afastou de minha mesa e eu fechei o vídeo, um toque apressado na porta me fez cerrar o olhar. Sarosh entrou após minha permissão, seu rosto entregava tudo.

— Alteza, membros da polícia local estão aqui, procuram Normani Kordei. - Sua informação me fez levantar de minha mesa em imediato, notando que Normani sorriu sem humor para o fato, seu corpo já se dirigindo a porta, em direção a Sarosh, porém fui rápida o suficiente para a interromper no meio do caminho, segurando em seu pulso com determinação para que não se fosse sem mim.

Confia em mim? - Movi o lenço de meu rosto a olhando nos olhos de rosto livre, nada em sua feição demonstrava medo. Talvez seja uma sensação inerente à ela, não sentia medo absoluto de nada.

Sempre. - Seu tom decretou minha percepção, minha força a ser estabelecida, não demonstrei que me chateava o que estava acontecendo, não reagi de maneira explosiva que a fizesse sentir-se ainda pior. É culpa minha que esteja nessa posição. Envolvi seus ombros com determinação e senti seu abraço em mim ao envolvê-la com necessidade de proteção. Minha guardiã precisa de mim como nunca antes.

Ignorando que Sarosh ainda estivesse ali, não detive de depositar um beijo perdidamente preocupado em sua testa, confortando seus ombros sabendo que ela estaria caminhando agora para um local imprevisível. Podiam matá-la, torturá-la, precisava segurá-la viva mesmo que aquilo implicasse que sofresse, é o que me fazia engolir com dificuldades imaginando e me afastando de seu corpo notando seus olhos tão negros e corojasamente convictos em mim.

Karila AistarabawOnde histórias criam vida. Descubra agora