• Capítulo Quarenta-Dois - A pior parte

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• ARIANA GRANDE BUTERA •

Eu não fazia ideia de quanto tempo havia se passado desde o dia que eu assinei o papel do divórcio. Eu não havia visto o Justin desde aquele dia e embora eu estivesse todo o tempo tentando ignorar a falta que ele me fazia, lá no íntimo eu sabia o quanto doía.

Meu caso com Castiel permaneceu, mas ele estava longe de ser como o Justin costumava ser para mim. Ele preenchia o meu corpo, mas não a minha alma ou o meu coração, eu estava vazia e sabia que a culpa de estar assim também era minha.

Contudo, sou orgulhosa demais para voltar atrás e uma Butera bastante forte para deixar que algo tão idiota como os meus sentimentos prejudiquem a minha família.

— Melhora essa cara. — Amberly me cutuca assim que passamos pela porta de entrada.

— O quê eu posso fazer? — Eu reviro os olhos. — Eu não queria estar aqui.

Minha melhor amiga me convenceu a sair de casa quando Castiel pareceu ocupado demais para mim. Ela sabia que sem sexo, eu provavelmente ficaria mais triste que o de costume e por isso me arrastou até aqui.

Um dos piores lugares que ela poderia querer me trazer, a boate em que eu conheci o Justin, o lugar onde vivemos tantas coisas que eu descobrisse finalmente que ele não passava de um grande mentiroso.

— Você precisa melhorar. — Ela me guia até o bar. — Você nem parece mais aquela Ariana festeira que um dia eu conheci.

— Ariana festeira está de férias, ela não está no clima, Amberly.

— Não, a Ariana festeira está triste por causa do término e do coração partido que ela teve. — Amberly me olha nos olhos. — Então, nós precisamos curar essa merda e vamos fazer isso com álcool.

— Que seja. — Digo, sem animação.

Minha melhor amiga levanta a mão, chama a atenção do barman, pede uma garrafa enorme de whisky, um balde cheio de energético e dois copos.

Viro um copo atrás do outro como se eles pudessem amenizar a dor interna que eu sinto, mas que passo tempo demais tentando ignorar. Mas, nada parece funcionar tão bem assim, porque continua doendo, ainda mais quando toca uma música que parece retratar a minha história com o Justin.

— Ei, vai com calma. — Amberly tira o copo da minha mão. — Assim você vai acabar passando mal.

— Eu não ligo. — Meus olhos ardem. — Eu só quero esquecer ele por uma maldita noite, Amberly.

— Você ainda o ama, não é?

Eu sei que sóbria, eu provavelmente jamais admitiria a verdade, mesmo sabendo que é pata a minha melhor amiga. Mas bêbada, eu não tenho a menor vergonha de ser sincera com ela.

— Eu amo, como eu nunca pensei que fosse amar alguém. — Eu ri, sem emoção. — Eu nunca disse isso para ele, mas essa é a verdade, eu o amo.

— Por quê nunca disse para ele se você sabia que sentia, Ari? — Amberly me questiona.

— Porque eu sabia que se dissesse, se tornaria ainda mais real para mim. — Abaixo a cabeça. — Não que isso importe agora, porque ele já se foi.

— Justin ama você. — Ela me diz. — Por quê você não quis ouvir ele?

Eu me calo.

— Você tinha que ter dado a ele uma chance, exatamente como ele estava disposto a te dar quando você errou. — Ela murmura.

— O quê acha que eu devo fazer? — Eu indago.

Sei que provavelmente vou me arrepender de qualquer atitude que eu tomar agora, mas eu também sei que vou preferir me arrepender do que não fazer.

— Liga para ele, Ari, fala com ele. — Ela me encoraja.

Eu abro um sorriso enorme e pego o meu celular, mas antes que eu possa digitar o número dele, algo no meio da multidão chama a minha atenção, é ele, Justin está aqui na boate que nós nos conhecemos.

E a pior parte é que ele não está sozinho.

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