- Você está linda, a verdade é que você é linda, Rafaela!
Rafaela baixou a cabeça com seu elogio dela. Definitivamente não estava pronta para aquele encontro inusitado, nunca imaginou essa cena, nem nos seus sonhos mais loucos e insanos. Ter Bianca lhe olhando daquela forma e tão próxima, lhe causava um constrangimento que não sabia explicar o motivo ao certo. Levemente tirou uma mecha de cabelo do seu rosto. As duas se olharam novamente, como uma luta interior de quem falava o que.
- Obrigada, Bianca. Você está muito linda, adorei sua caracterização de Pin Up... Eu não sabia que era festa temática, na verdade nem sabia que a festa era sua...
- Então, você caiu mesmo de paraquedas aqui?
Bianca adorava ver a cara de confusão que Rafaela carregava consigo, era melhor quando lhe olhava com os olhos de timidez, ela definiu como sendo os olhos mais bonitos que já tinha visto na vida.
- Meio que foi isso mesmo. Manu, é amiga do promoter da festa, o Gustavo. Ela me arrastou pra cá, sem eu saber de nada, e antes que diga algo, eu realmente não sabia que era sua festa, só vim para pagar um favor que estou devendo a ela.
Respirou fundo e só então percebeu que os olhos de Bianca estava em sua boca, talvez observando a forma rápida que explicou toda aquela situação.
- Mas você está gostando da festa? Já bebeu algo?
Bianca realmente resolveu deixar aquele assunto pra lá, sua única preocupação era como Rafaela estava se sentindo em seu evento.
- Eu já bebi sim, e tô gostando. Mas já tô de saída...
- Como assim? Por que?
- É que esses eventos não combinam comigo, não me sinto bem. Mas fica tranquila que não tem nada a ver com sua festa em si. Tá?
Elas conversavam sobre o olhar de algumas pessoas que estavam curiosas em saber de onde se conheciam, percebendo isso, Rafaela preferiu se afastar, ir embora mais cedo do que previsto. Olhou para sua amiga que estava no bar acenando para elas.
- Manu, está chamando. Depois nos falamos!
Caminhou em direção a amiga, quando seu braço foi levemente puxado para trás.
- Não acredito que você vai embora mesmo. O que eu faço para você ficar?
- Bianca não tem nada que você faça não, trem. Não sou desse "meio" entende? E isso me deixa constrangida, ainda mais do jeito que vim parar aqui... de "paraquedas" como você mesmo disse.
- Esquece isso, você é minha convidada. Aceite esse convite no lugar do nosso encontro que recusou mais cedo.
Piscou um olho em sinal de que havia ganhado aquela batalha.
- Eu não recusei seu convite... Bianca aqui é seu evento, seu trabalho, não pode dá atenção exclusivamente para uma pessoa, vê se tem cabimento isso sô.
- Isso aqui é trabalho, mas é uma festa de comemoração também, então não se trata 100% de negócios. Vamos beber, conversar, dançar, como pessoas normais. Esquece que tem gente "famosa" aqui. Por favor, fica!
Rafaela não soube em qual momento seu corpo se sentiu tão atraído por aquele par de olhos castanhos, onde sua razão havia parado de funcionar. Precisaria ser muito forte para resistir aqueles olhinhos pidões, que mais parecia um cachorro que caiu do carro de mudança. Manoela dessa vez gritava o nome dela, a bebida já lhe atingia, mas nada grave.
- Fica, Rafa!
O quão difícil é resistir a algo que não aconteceu ainda? O amor parece um trem chegando em uma estação, não dá para vê-lo, mas já se escuta seu sinal ao longe, ele vem ganhando força no seu percurso, não se sabe quando ele vai parar para novos passageiros entrar, mas sabemos que é necessário ter pessoas entrando e saindo para continuar seu percurso, assim é o amor em nossa vida. Muitas vezes pensamos que encontramos o amor verdadeiro, que ele durará para sempre, mas o para sempre não existe, o que existe são momentos, ensinamentos que cada pessoa nos deixa, o seu amor pode descer na próxima estação, ou se o destino deixar ele simplesmente pode ir com você a viagem inteira, por que o amor é eterno, todo amor é eterno, independente do intervalo de tempo que ele foi vivido, ele só precisa ser sentido...
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O amor não tem partida
FanficUma mensagem sem pretensão de resposta. Uma loucura indecifrável. Dois mundos diferentes e uma conexão singular. O Furação e a calmaria. Encontros e desencontros, até achar seu lar... "Aprendi que lar não é um lugar, é um sentimento."