Quem é o carneirinho agora?

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Precisava de mais armas

A minha única fonte era o meu próprio alvo. Precisava abater o máximo que eu conseguiria para obter as armas necessárias.

Depois de muito treino eu consegui uma boa estabilidade com a minha mira. O suficiente pra esperar eles virem. Porém, apenas com flechas eu ficava reduzida a apenas um por vez. E isso não é vantagem pra alguém que está sozinha como eu.

Uma gota de água caiu na ponta do meu nariz. Meus olhos se direcionam para o céu acima de mim. Mais uma gota cai no meu rosto.

Chuva.

Não podia ficar melhor, ironizei.

...

Tobias

Eles me jogaram no chão, no meio do salão que antes eu via pela brecha do armário.

—Nao é educado escutar as conversas dos outros. - o 5 aponta a sua foice em direção a mim. Engoli em seco.

Um deles se aproxima e pigarreia para o homem que me ameaçava.

—Agora não é hora pro seu showzinho. Espere o alarme.- ele bufa como resposta, mas se afasta de mim.

O homem me ajuda a levantar do chão. Não conseguia por conta da prótese danificada.

—Me dá o seu braço. Não tire essa pulseira.- ele passa uma pulseira de cor verde no meu pulso.

— O que significa isso? - eu pergunto, hesitante da resposta.

—Voce vai ver. Você é do primeiro grupo. Se posiciona naquela fila. - ele se afasta e começa a falar com o restante das pessoas. - Todos vocês irão descer. Esperar as instruções e quando soar o alarme, todos devem correr. Há um perímetro de fronteira protegido na floresta. Então escapar não é uma opção. - ele acena para o cara que monitorava a porta, ele a abriu e a fila foi sendo empurrada pra fora da sala.

Muitos estavam com os braços amarrados, provavelmente quem tentou reagir. Outros pediam clemência a todo momento. Aquele sentimento de caminhar para a morte estava presente. Consumia meu coração, que batia fervorosamente no meu peito. Logo Madeleine apareceu nos meus pensamentos. Sua luta contra a morte era constante, isso parecia não afetá-la mais.

Tentava procurar pelo meu irmão. Quando tudo aconteceu eu lembro dele ter saído com Caroline,mas não o vi mais, nem ele e nem ela. Precisava encontrá-lo, pra pelo menos dizer adeus.

Fomos escoltados até o andar de baixo. Ao descer as escadas, a madeira rangia dolorosamente. Pelo olhar periférico, vejo Caroline amarrada a corrente no corrimão da escada. Eu me agarro nas suas mãos e olho no fundo dos seus olhos. Puro sofrimento, estava extremamente assustada, que quando sentiu meu toque, recuou imediatamente.

—Tobias...- ela compreende que sou eu e volto a se aproximar. - Me tira daqui, por favor.- ela começa a chorar e um deles nos afasta. Eu tento reagir, tento chegar mais perto dela, mas ele começa a me empurrar.

—Onde ele está?! Onde está Josh?! - eu grito para ela, já bem afastado. Só consigo vê-la chorando ao escutar o nome dele e isso me desespera.- Não...Não ! Não! - eu me solto do homem e corri até ela novamente.

— Ele morreu?! Caroline! Me responde! - eu grito encima dela, desesperado por uma resposta. Ela não consegue falar do tanto que soluça.

Um corpo é jogado ao lado da escada onde estávamos. Meus olhos se arregalam quando percebo que é Josh.
Corri até ele.

—Não! Josh! - eu tento acorda-lo e ele reage.

Meu coração se alivia de uma forma inexplicável. Ele começa a falar algumas coisas, mas não o entendo. Ele estava muito machucado, tinha apanhado muito. Ele tem dificuldade pra se levantar e eu o ajudo.

Vou Até Você - (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora