Capítulo 03

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Depois de terem se perdido em seus pensamentos e não trocarem nem sequer um olhar disfarçadamente, eles chegam ao local do jantar, era o mesmo onde celebraram o fim do apocalipse, o Ritz.

Crowley foi o primeiro a sair, indo até o lado do carona abrindo a porta para o anjo e trancando seu carro em seguida com um simples estalar de dedos.

Ao adentrarem ao local, observaram tudo, era como se fosse a primeira vez que iriam ali, a sensação era sempre essa, Crowley guiou o anjo até o mesmo local de sempre, mas mantendo seu silêncio.

O anjo se sentou e o demônio também se acomodou, não se importando com o que iria comer, ele apenas queria a companhia do loiro que estava ao seu lado.

- eu acho que irei pedir o mesmo de sempre.
- você quem decide tudo por hoje meu anjo!

Aziraphale sempre ficava sem graça quando Crowley o chamava de "meu anjo", isso sempre o deixava com borboletas no estômago, ele antigamente não sabia o motivo, hoje ele consegue compreender o sentimento.

Enquanto o loiro estava perdido em seus pensamentos, Crowley fazia o pedido e o observava debaixo dos seus óculos escuros, mania que ele carregava consigo, era a maneira dele se esconder sem transparecer tudo o que estava entalado em seu coração.

- e então meu anjo, o que tem feito durante esse tempo?

O demônio tenta puxar assunto, pra cortar o clima tenso que havia entre eles.

- lendo como de costume, encontrei uns livros novos, estou quase finalizando eles.

Aziraphale sempre se empolgava quando contava sobre seus dias na livraria, e hoje não seria diferente, mas ao contrário dos dias anteriores, Crowley estava prestando muita atenção em cada e qualquer palavra dele até que...

- querido, tire esses óculos!

Por algum impulso, o anjo revela os olhos amarelados de Crowley para si, levantando um sorriso, e seguindo de mais um gole de seu vinho.
Crowley por sua vez, segurou sua vergonha e recolocou seus óculos na cara.

- aqui não anjo... não é apropriado.
- oh me desculpe ...

Crowley devolveu um sorriso amigável ao anjo, ele sabia que não tinha sido na maldade seus atos, mas, para ele era desconfortável naquele lugar.
Durante mais algumas trocas de palavras, o jantar foi servido e mais conversas foram jogadas fora até quase final do jantar.

"mesmo não tendo a mesma graça de antes
aprenderei a amar novamente"

Quando se deram conta do horário, pagaram a conta e saíram em direção a livraria novamente.
Mas durante a saída, ambos tocaram a mão um do outro sem querer, sentindo o choque de suas emoções e de que também era a hora de dizerem mais coisas do que uma simples conversa de amigos, não aqui, mas ainda sim aquela dúvida: a vida é real ou o amor é uma fantasia?!

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