✏ ◤ Capítulo 3 ◥

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22 De Fevereiro De 1999



- Papá! Vou brincar para o jardim com o Harry e com o Edward.

- Está bem amor, mas tenham cuidado. – Dá-me um beijo na testa.

- Venham. – Sorrio para os dois rapazes atrás de mim.


Edward agarra na minha mão e caminha lado a lado comigo até chegarmos ao jardim de trás da minha casa. Sentei-me encostada a uma árvore, com a minha boneca nas minhas pernas, e Edward sentou-se ao meu lado enquanto Harry ficou à nossa frente a olhar para nós.


- Senta-te. – Peço-lhe.

- Não me apetece. – Faz uma careta.

- Que vamos brincar? – Pergunta Edward.

- Escondidas? – Perguntei

Podemos começar por esconder a tua boneca. – Diz Harry enquanto olhava para ela nas minhas mãos.

- Não. – Aperto-a contra o meu peito.

- Vá lá depois encontras-a. – Anda na nossa direcção.

- A minha boneca fica comigo. – Levanto-me e encosto-me à árvore.

- Alyson é só uma boneca. – Harry faz uma careta e caminha até mim.

- Mas ela não a quer que a escondas, Harry. – Edward diz-lhe.

- É só por um bocadinho. – Arrancou-ma das mãos.

- Dá-me a minha boneca. – Agarro numa das pernas e numa das mãos da mesma

- Vou escondê-la. – Harry puxa-a um pouco para si.

- Não. Eu não quero que a escondas. – Uma lágrima escorre pela minha bochecha.

- Não sejas bebezinha, Alyson. – Diz Harry enquanto se ri.

- Harry larga-a. - Pede Edward enquanto o empurra.

- Não.

- A boneca é minha. – Começo a chorar.

- Deixa de ser mau para ela, Harry. - Agarra no braço do irmão e puxa-o para trás.


Harry puxa com mais força a minha boneca, fazendo-me fazer o mesmo e quando damos por nós estamos ambos deitados no chão, cada um com uma parte da minha boneca.


- Eu odeio-te. – Choro agarrada ao que me restava da minha boneca.

- Calma. – Edward abraçava-me.

- O teu irmão é ruim.- Murmuro.

- Devias-me a ter dado quando a pedi. - Harry cospe para nós.

- És um porco! – Grito a alto e bom som.

- Vai lá fazer queixinhas à tua mamã. – Cruza os braços em frente ao seu peito.

- Harry! - Grita Edward.

- Não fales da minha mamã. – Choro contra o ombro de Edward.


O ser de caracóis, que eu achava ser meu amigo, caminha na nossa direcção chateado e com os braços ao lado do seu corpo. Harry olha para mim e para Edward e por segundos não diz nada mas quando fala eu começo a chorar ainda mais do que já estou.


- Ela deixou-te e o Edward devia fazer o mesmo.

- Harry, eu vou contar à mãe e vais ficar de castigo.

- E eu preocupado. – Encolhe os ombros. – Não tenho medo da mãe. - E dito isto vira-nos costas deixando-nos aos dois encostados a uma árvore, sozinhos.

- Eu arranjo-te outra boneca. – Edward sorri para mim.

- Mas esta boneca era da minha mamã. - Faço beicinho enquanto as lágrimas acalmam. – Não vais encontrar outra igual, e de que eu goste tanto como gosto desta.

- A minha mãe arranja-ta. – Abraça o meu corpo contra o seu, com força.

- Eu odeio-o. – Comecei a gritar contra a sua camisola.

- Calma Alyson. Nós vamos arranjá-la.

- Não. – Começo a andar para dentro de casa.

- Onde vais?

- Para dentro de casa, para junto do meu papá.- Afasto-me cada vez mais dele.

- Vamos ter com a minha mãe e ela arranja-te a boneca.

- O Harry tem o resto dela. – Viro-me para Edward.

- Eu vou-lhe pedir e depois trago-ta.

- Ele não ta vai dar. Ele é mau. – Corro para dentro de casa com a cara cheia de lágrimas.


Quando chego dentro de casa o meu pai está sentado no sofá a olhar para a televisão. Corro até ele e sento-me no seu colo. Quando ele ouve o meu choro envolve o meu corpo num abraço e começa-me a fazer festinhas no cabelo.


- Que se passa amorzinho? – Pergunta junto do meu ouvido de forma calma.

- O Harry estragou a minha boneca. – Mostro o que tenho nas mãos.

- Não faz mal amor. – Beija-me o topo da cabeça.

- Mas foi a mamã que me deu. – Olho para ele.

- Eu sei amor, mas não chores. – Encosta a minha cabeça no seu peito.

- Eu quero a mamã. – Peço num sussurro.


O meu pai remexe-se no sofá até ficar sentado direito e com as costas encostadas ao mesmo. De seguida deita-me em cima do seu peito e beija várias vezes o topo da minha cabeça.


- Amor, a mamã ainda não pode voltar para casa. – Suspira. – Ela ainda não fez tudo o que precisava de fazer.

- Mas eu preciso dela.

- Eu também meu amor, eu também. – Acaricia a minha face. – Ela vai voltar, um dia, eu prometo, mas não para já.

- Porquê?

- Ela não pode anjinho.

- Mas eu quero vê-la, eu quero-a aqui comigo.

- Eu sei que queres mas precisas de esperar. Esperas comigo, sim anjo. Eu estarei aqui sempre.



Continua...




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