Capítulo 6: Luxúria Infernal

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Luz...

O mundo parecia girar dentro de sua cabeça. Abrindo os olhos conseguiu enxergar luz, uma vê-la chamuscando, fazendo sua mente se focar em um só ponto. Alves engoliu um pouco de sua saliva ao recobrar por completo a sua consciência. Levantou sua cabeça ainda sentindo muitas dores, voltando a deitá-la num tombo rápido. Tentou mover as mãos e o fato de não conseguir o deixou em pânico.

Cordas prendiam suas mãos e pés, tentou sair dali inutilmente, parecia que mais ardência sentia nos membros a cada esforço. Parou de debater o corpo no momento que o frio assolou seu corpo nu, estava totalmente despido. Arrancaram suas roupas e o amarraram nu em uma cama aos pedaços com o colchão rasgado.

— SOCORRO!

Quem poderia ter feito isso? Devia ser forte para ter carregado um homem pesado e habilidoso no momento que conseguiu nocautear um soldado treinado de Portugal.

— IMPLORO POR AJUDA!

As memórias voltavam aos poucos como pancadas fortes, sim...conseguia lembrar-se de uma mulher loira e cabeluda até os joelhos, depois de um beijo nenhum pouco consentido, ficou zonzo como um bêbado fedorento e desmaiou, tombando no chão com o corpo mole igual a um febril.

Ouvindo um ruído estranho, um ganido faminto e esganiçado, esticou sua cabeça até onde conseguia olhando o pequeno lugar iluminado pelas chamas de uma simples vela já no fim. Estava impossível de ver algo que não fosse a mesa da vela, a própria cama e a porta onde a luz da lua penetrava pelos pequenos buracos das laterais.

Repentinamente teve a sensação de que alguém se aproximava, devagar, fazendo seus passos ficarem barulhentos, anunciando sua chegada. Só podia ser a mulher loira. A porta abriu com a força do vento, o elemento chocou-se no corpo desnudo de Alves, causando um frio mortal. O homem coitado queria poder se encolher, mas as cordas tornavam tal ato impossível.

Uma figura sombria, identificável estava na entrada. Alves podia perceber pernas magras e altas impossíveis de um ser humano possuir, os braços igualmente longos possuíam o que pareciam ser garras com unhas descomunais, não podia ter certeza de nada. A tontura ainda o abatia um pouco, a iluminação precária piorava a sua visão. Franziu o cenho, querendo gritar, quando as pernas diminuíam juntos os braços para o tamanho normal.

Uma loucura! Só podia estar louco, o beijo continha uma espécie de veneno, pensou Alves. Nenhuma explicação plausível daria significado ao fenômeno incomum. A donzela revelando-se por completo fez Alves lembrar das últimas palavras proferidas antes de ver a escuridão.

"E meu nome, meu amor, é Alamoa"

— Alamoa, este é seu nome, estou correto? —Engoliu em seco no momento que percebeu bastante sangue na parte inferior do vestido branco da mulher, os dedos possuíam a mesma cor. — Me solte e meu capitão a deixará rica.

A mulher sorriu, moveu a mão até o rosto, manchando a linda pele branca, e depois chupou um dedo. Revirando os olhos, adorou sentir o gosto da sua presa recém devorada. Dando um passo lento de cada vez, fazendo questão que o homem sentisse medo, arregalou os dentes sujo de vermelho.

— Meu bem, nunca mais sairá daqui! — Ela sentou-se ao seu lado, perto das pernas cabeludas. — E obrigado por informar que há mais homens na minha floresta. Rezo para que eles não cruzem o caminho da cobra de fogo... hãn, hum...me diga, o que você e seus amigos vieram fazer neste lugar?

Alves cuspiria na cara dela e a chamaria de louca, mas isso tal atitude fizesse que sua vida fosse terminada. Nada que pudesse ser feito o faria confessar seus motivos.

— Ora, ora. Resistindo, o que vieram fazer nestas terras pouco me importam. — Disse Alamoa, pondo-se de pé. Lentamente suas mãos se puseram nas bordas do vestido, desprendendo o tecido do seu corpo, ficou totalmente nua. Ela abriu a boca, soltando a fumaça no ar de sua respiração. Os seios fartos tinham os bicos rosas diferenciando-se da cor de pele branca do corpo, os pequenos pelos cobrindo sua vagina mantinham o lugar aquecido. — De tempos em tempos, homens como vocês invadem minhas terras, não são os primeiros e nem serão os últimos. Ao menos, consegui escravizar alguns.

Ela apontou o dedo indicador com a unha enorme a dois homens que mais pareciam criaturas, perto da mesa onde a vela dava seus últimos suspiros, uma corrente grossa os prendia na parede.

— Por Deus, do que se trata isso?

As criaturas começaram a ganir novamente, famintas, com sede.

— Piratas, exploradores, vermes como você. — Alamoa voltou a sorrir. — Matei todos, escravizei mais alguns — Ela esfregou a unha afiada do pescoço de Alves até encostar na virilha. — Usei outros...

— C-como os transformou nisso? Como desapareceu com as embarcações? — Perguntou engolindo em seco, precisava ganhar tempo. Seus companheiros já deviam ter notado sua falta.

— Informações que jamais saberá, soldado!

Alamoa subiu na cama, passou a perna esquerda por cima cintura de Alves e sentou em cima da cintura do homem, o contato de ambas as peles mornas fez os dois gemerem. Inclinando-se, o beijou mais uma vez.

Alves tentou mordê-la, no entanto não conseguiu. Algo parecia controla-lo, uma força maior. Deveria ser um dos encantamentos da bruxa. Era casado e beijava outra mulher, sua mente culpada o fazia querer morrer. Sentiu uma mão quente segurar no seu membro, os movimentos leves e lentos o fizeram endurecer.

— Pare com isso, s-socorro. — Sua voz saiu baixa, como se estivesse perdendo as forças. Alves nunca imaginou perder suas forças num momento como esse, estava amarrado, indefeso, e agora estava prestes a ser abusado por uma mulher. Uma situação bastante incomum.

Alamoa movimentou para trás um pouco, enfiando o pênis de Alves nela, soltando um pequeno arfar, ela sentou-se novamente, com o instrumento introduzido totalmente. Vê-lo indefeso a excitava, a energia sexual faria ela controlar seus bichinhos de estimação por mais tempo.

Alves podia sentir seu corpo remexendo devido os rebolados da mulher, sentia um prazer sujo, ela as vezes levantava e sentava, deixando o homem mais indignado. Tombando a cabeça para o lado, não querendo olhá-la no rosto, avistou as criaturas. Podia enxerga-los mais nitidamente agora, sim, a chama se apagando ainda podia iluminá-los. Os monstros olhavam a copulação com certo...interesse.

Tinham poucos cabelos na cabeça, feridas horríveis na cara, olhos pretos. Pareciam cadáveres em decomposição. Tinham pequenas garras nas mãos e pés, os dentes afiados como de um animal. Eles pararam de gemer ou emitir qualquer som, seus olhos optaram por apreciar a cena, seus ouvidos sentiam prazer no som de pele contra pele.

— Muito bem, sinto estamos quase terminando. — Alamoa soltou uma pequena risada cruel percebendo o desprezo na feição de Alves. Colocou suas mãos no rosto virado dele, tomando cuidado em não rasgar a linda pele brilhante da presa. — Delicioso.

A mulher apoiou as duas mãos no peito do homem, então rebolou mais intensamente, fazendo Alves gemer contra a vontade.

Estavam quase...

Alamoa começou a gargalhar alto, ver o desespero nas vítimas fazia o sexo ficar mais apaixonante, estava adorando os estímulos, as contrações e, quando Alves derramou-se dentro dela, o último gemido dela ecoou pelos cantos mais obscuros daquela casa. Podia sentir o poder voltando, a magia transcorrendo nas suas veias. Chegando ao êxtase a mulher se contorceu de maneira bizarra, por sorte Alves estava tão enojado de si mesmo que poupou sua mente de captar a imagem horrível.

— Pronto, meu amor, já passou. — Debochou Alamoa, de maneira cruel. — Muahahahahahahahahahaha.

A porta antes aberta fechou-se num baqueestrondoso, apagando a vela e deixando a casa mergulhada na escuridão sem fim.

Alamoa - A Dama De Branco (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora