Capítulo IV

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Quando voltámos à sala batemos à porta mas ninguém respondeu. Decidimos, então, bater novamente e ninguém respondeu na mesma. Tentámos rodar a maçaneta mas a porta estava trancada então fomos à procura de uma auxiliar que nos disse que a professora tinha saído para resolver algum assunto. Então pedimos à senhora que nos abrisse a porta para tirarmos o nosso material e irmos para a próxima aula.

Tirámos as nossas coisas e fomos para educação física. Entrámos nos balneários para trocarmos de roupa e eu vesti uns calções e uma t-shirt, enquanto a Riera vestia também uns calções e uma sweater.

Tempo depois, saímos da aula e Riera desmaiou. Eu fiquei bastante preocupada mas consegui lembrar-me de que quando ela esteve em minha casa ligou à mãe do meu telemóvel então rapidamente peguei nele e liguei à mãe dela. Quando ela atendeu expliquei-lhe o que acontecera e ela disse-me para esperar por ela, que estava a caminho da escola.

Oiço, re repente, passado algum tempo, passos de salto a vir na minha direção quando uma mulher começa a chamar por mim e por Riera.

— Estamos no balneario! — digo.

Quando ela entra reparo que está ofegante e que tinha na mão um pequeno objeto ao mesmo tempo que reparo que Riera está a acordar.

— Sofia — diz ela, meio a gemer.

Fico um pouco envergonhada quando ela me pega na mão e digo-lhe calmamente:

— Ei, desmaiaste à uns minutos mas a tua mãe já está aqui.

— Dá cá, mãe — pede ela estendendo o braço — pensei que não iria precisar.

Então a mãe dá-lhe o pequeno objeto e explica o que é.

— Sofia, aquilo é uma bomba de asma, ela desmaiou com falta de ar. Se nação me tivesses ligado poderia ter acontecido algo bem pior por isso agradeço-te do fundo do coração. Fico muito feliz por seres amiga dela.

— Ah, de nada. Também fico feliz por ser amiga dela — digo, sorrindo.

Quando olho para Riera vejo que está vermelha de vergonha e tenta esconder a cara. A mãe despede-se e vai-se embora, deixando-nos sozinhas e sinto uma mão pegar ao de leve no meu braço. Então ela vira-me e aproxima-se, puxando a minha cintura e começando a beijar-me.

— Desculpa — diz ela, afastando-se

Eu riu e beijo-a de volta. Depois do beijo fica um silencio estranho e digo:

— É melhor despacharmo-nos, o intervalo está quase a acabar.

— S-sim, é melhor — responde ela.

O resto do dia passa e às 16:30 vamos para casa no autocarro quando algo estranho acontece.

— Queres terminar o que começámos no balneário? — perguntamos ao mesmo tempo.

Respondemos simultaneamente que sim e ficamos ambas muito coradas. A caminho de casa o silencio é quebrado:

— Vamos para minha casa — diz ela — a minha mãe enviou-me uma mensagem a dizer que só volta daqui a dois dias, então não há ninguém em casa.

— Hm, que-queres que eu durma contigo, quer dizer, até a tua mãe chegar — digo, gaguejando um pouco por causa da vergonha.

— Ey adoraria, assim podemos conhecer-nos melhor — responde Riera.

— Já que é fim‑de‑semana é melhor eu ir a casa trocar os livros pelos de segunda feira, arranjar uma mala com roupa e avisar o meu pai e os meus irmãos.

— Okay — responde ela com um sorriso bastante fofo.

Quando passamos por uma casa cinza clara ela diz-me para esperar por ela e vejo-a abrir a porta com as chaves, pôr a mala no chão e voltar para junto de mim.

— Ah, então é ali que vives! — exclamo — a minha casa é no quarteirão ao lado mas podemos entrar pelas traseiras.

Depois de andarmos mais um poucos, pego nas chaves e abro a porta das traseiras. Entramos e vamos direitas para o meu quarto, troco os livros, preparo uma mala com roupa e vou avisar o meu irmão. Quando chegamos a casa de Riera ela fez-me uma pequena visita Guida, fizemos os trabalhos de casa e e tomámos banho à vez enquanto via televisão. Eu fui a ultima e de repente ela bate à porta.

— Diz — pergunto.

— Tenho ali pera, vou pô-la no formo — informa ela abrindo a porta e ficando vermelha quando repara que eu estava só de toalha — D-desculpa, pensei que já estavas vestida.

— Não faz mal, e sim, podes fazer a piza.

— Okay — diz ela fechando a porta.

— Riera, espera!

— Precisas de algo? — questiona.

— Sim, podias dizer-me aonde é o teu quarto, é que jia não me lembro e deixei lá a mala com a roupa?

— Claro, anda. Gostas de anime?

— Obrigada — agradeço. — Nunca assisti então não posso dizer que não gosto.

— Então vamos ver um na sala!

Quando terminámos a conversa eu vesti-me e fui para a sala, onde ela se encontrava sentada com a piza e dois copos de Ice Tea. Sento-me a seu lado e tapo-me com uma manta, dando-lhe de seguida um beijo na bochecha. E vemos uma anime chamado "Koe no Katachi".

1ª história - O homicídioOnde histórias criam vida. Descubra agora