Capítulo 5- O Velório

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"Que se dane meu irmão, estou morta, mais morta que aquelas crianças, morta de tédio. Qual é! Bebe um pouco mais, você vai descobrir o que é vida!"

 Qual é! Bebe um pouco mais, você vai descobrir o que é vida!"

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Culpa.

Esther sentia culpa.

Se batia. Se torturava. Na esperança de aceitar o arrependimento. Mas no fundo, sabia, aquele arrependimento seria eterno.

Enquanto arrumava o quarto de um dos hóspedes que tinha abandonado o hotel, Esther tentava parar de pensar no que tinha feito.

Levou um susto com uma batida na porta.

-Licença, Bom dia! -Luna, a cozinheira do hotel, entrou no quarto com uma bandeja na mão. Colocou a bandeja em cima de uma cômoda, e foi em direção à Esther. -Eric está te chamando! O velório das crianças já começou. A cidade inteira está lá.

-Tinha me esquecido disso.

-Ele disse que não precisa ir, se não quiser.

-Seria um descaso.

-Bom, eu vou indo! Te vejo lá então!

Esther ficou calada, e abriu um sorriso falso.

Depois de terminar, saiu do quarto e se encontrou com Eric na sala de estar. Ele tinha acabado de acordar.

-Bom dia!

-Oi.

-Está melhor? -Eric se levantou do sofá.

-Acho que sim.

Ele chegou perto da irmã, aproximou a boca em seu ouvido, e sussurrou.

-Já sei como vou me livrar dele.

Esther se arrepiou. Engoliu o nervosismo, e suspirou.

-Bo... bom.

-Acha que vai conseguir ir no velório? Muitas pessoas vão!

-Eu... não ligo Eric. -Esther empurrou o irmão e atravessou.

-Espera! O Liv está dormindo? -Puxou-a de volta.

-Vamos ao velório, depois você faz o seu interrogatório.

-Vai me ajudar né? A entendê-lo? Precisamos tirar ele daqui o mais rápido possível!

-Não quero mais responsabilidades. -Esther soltou a mão de Eric, andou até uma estante repleta de bebidas, pegou uma taça de vinho, e saiu.

O dia ainda se encontrava na parte da manhã. O sol estava quente. As nuvens multiplicadas cobriam o céu claro. As árvores estavam com uma coloração vívida. Os pássaros acordavam pairando sobre o céu, cantarolando suas canções. A ponte que ligava a cidade ao cemitério "Nascidos de Novo", circulava o rio Westgrin Chine, que gerava um aroma aconchegante para todos que passavam por cima dele. Os cascalhos vibravam com o movimento repentino de rodas, correndo para o cemitério.

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