"Eu... não... não estou maluca! São delírios caralho"
Um lugar escuro e infinito. Era onde Esther se encontrava.
Mais uma vez estava presa em uma ilusão, daquelas que tanto a fazia sofrer.
Por mais que parecesse ser tudo em sua mente, que nada era real, Esther sentia na pele toda a dor que a era submetida.
Acordou no lugar escuro, e começou a gritar.
—ME ACORDE! NÃO VOU PASSAR POR ISSO DE NOVO!
Ela estava sozinha. A voz que a acompanhava na maioria das ilusões, não estava ali.
O lugar escuro então, abriu uma saída, formando um corredor infinito com uma luz forte no final. Uma luz que parecia ser inalcançável.
Com um corredor sendo formado aos poucos, Esther se sentia fechada, se isolando de tudo e de todos.
A luz que estava distante, se revelou, formando a floresta em que Esther estava.
Como uma porta, a floresta a esperava de longe.
Esther veio à tona, e se soltou. Agora ela podia se mexer e fugir. Visto isso, começou a correr em direção a porta final.
Correndo e correndo, Esther não media seus passos, ou sua respiração, apenas se concentrava na esperança de alcançar a saída de seu delírio. Quando se viu quase no momento de alcançar, o corredor se expandiu, deixando a porta mais longe, logo após, um cadáver enforcado em uma árvore se colocou em sua frente.
Seu corpo gelou. Se manteve focada na saída, sem sequer desviar o olhar para o cadáver, mas não foi suficiente. O cadáver se soltou do pedaço de vestido que o enforcava, e caiu em sua frente. Era seu pai.
Esther começou a chorar e gritar por ajuda.
Sentiu uma dor imensa correndo pela sua mente, o luto, a perda, a saudade.
Empurrou-o para o lado, atravessou-o, e continuou correndo em direção a porta aberta.
Novamente quando se viu alcançando a porta, o corredor se expandiu, mas nada aconteceu. Se garantindo de que estava tudo bem, Esther continuou correndo, mas depois de dar poucos passos longos, sentiu seus pés molhados. Estava em cima de sua mãe, morta, sangrando, caída no chão com uma faca empunhada em seu peito.
Esther novamente começou a chorar e a se debater. Deu um suspiro fundo, e passou por cima do cadáver da mãe.
Mais uma vez o corredor expandiu, dessa vez, revelando um armário, que bloqueava a passagem. Em uma das portas de madeira do armário, estava escrito uma mensagem, "Abra-me". Tremendo, tentando focar em sua respiração, Esther abriu o armário. Uma adrenalina consumiu suas mãos, quando se deparou com o corpo do policial que matara, em pé, com a cabeça rachada sangrando, e atrás dele estava o corredor, o único jeito de atravessar seria o empurrando.
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Olhos de Vidro
Misteri / Thriller"Morrer não significa partir, amar significa morrer" E se seus olhos significassem sua alma e consciência? Em uma cidade pequena, afastada e pacata, Thomas Evan, um jornalista estagiário se hospeda após um acidente de carro. A estadia seria breve...