Foi uma manhã estranha na casa de Jeon Jungkook.
O quarto descansava num silêncio tranquilo e confortável, com as luzes solares de um novo dia invadindo por entre as frestas das cortinas de linho azul-marinho que cobriam toda a janela gigantesca. O calor fazia-se presente logo nos primeiros minutos da manhã e contrastava com o friozinho agradável do ar-condicionado, embalando os corpos do casal dorminhoco de maneira aconchegante e suavizando o seu sono.
Os funcionários não ousaram incomodar os patrões, apenas levantaram como de costume, no início da matina, e foram cada um para o seu serviço, ajeitando o casarão enorme e organizando tudo para o café da manhã. Estavam tentando – fortemente, ressalva-se – agradar o novo morador, mostrando-se sempre gentis e atenciosos, assim como agiam com Jungkook, zelando por ele e deixando tudo em ordem para não chatear o alfa. Eles eram boas pessoas, procurando fazer o seu melhor para um bom serviço.
A governanta, Chinsun, tinha ordenado que postassem a mais bela mesa, pedindo por frutas diversas, pães, frios, sucos, iogurtes, cereais e uma boa garrafa de café, tudo em nome de seu carinho pelo lúpus e também por sua animação com o novo e primeiro companheiro do patrão. Jimin era uma tremenda novidade ali, nenhum dos funcionários, nem mesmo a velha beta, tinham visto o alfa trazer alguém para casa em todos esses anos, e tampouco assumir um relacionamento sério, estavam acostumados com a vida de solteirão do homem e nunca ousaram questionar a sua falta de interesse em outros lobos, seria pouco profissional e de uma curiosidade perversa, quiçá até desleal e vergonhosa. Entretanto, para a surpresa geral, de um dia para o outro, Jungkook aparecera com um pequeno e bonito ômega, dizendo ser ele o seu esposo e companheiro de vida.
Era uma loucura, os funcionários ficaram em choque, ninguém poderia imaginar que aquilo aconteceriam um dia. De manhã, antes de sair para o trabalho, Jungkook era um alfa solteiro e tranquilo, sozinho, e à noite, ao escurecer do céu, estava casado com um adorável ômega e pronto para construir uma vida ao lado dele. Soava improvável, até mesmo meio absurdo, era de tal grandeza que foram pegos desprevenidos, inconscientes de como agir para receber o novo morador, sem saber de seus gostos e preferências e sua personalidade. Estavam, agora, lidando com um completo desconhecido e o enorme peso do título deste: companheiro de seu patrão.
Era impossível negar que todos afligiam-se na justa situação, compartilhavam desse temor incomum, excitados com a presença surpresa do ômega e loucos para conhecê-lo de verdade, para agradá-lo e zelar por ele assim como fizeram nos últimos por Jungkook. Apenas não sabiam como, mas logo descobririam que o novo Jeon era a pessoa mais legal — porém, difícil de agradar — do mundo. Ele era um ômegazinho exigente, cheio de pequenas coisas para implicar, mas não de um jeito malvado, é claro, ele tinha um coração bonzinho demais para isso.
Falando dele, o mesmo estava em profundo sono, viajando em suas loucuras criativas e descansando realmente bem depois de semanas de puro estresse e ansiedade. Ele estava precisando daquilo, uma cama quentinha e macia e fortes braços ao seu redor para aliviar a tensão constante em seus ombros. Porém... espera! Braços fortes ao seu redor? Respiração fraca soprando em seu pescoço? E um corpo extremante quente colado às suas costas? Que droga era aquela?!
Jimin abre os olhos num susto tremendo, o rosto sem cor e os lábios secos, frios com a pouca circulação de sangue nas veias. Seu coração dispara em uma corrida desesperada, maluca, e a respiração trava na garganta, completamente perturbada, com suspiros sendo liberados através de curtos intervalos de tempo. Ele pisca algumas vezes, para espantar o sono e acordar o cérebro, tornando-se angustiado ao sentir a própria cintura ser envolvida por braços longos e fortes, puxando-o para trás e mantendo-o preso ao corpo robusto em sua traseira. Era uma situação inimaginável, assustadora, vergonhosa no extremo. Estava em choque, numa mistura de timidez e pânico estratosféricos, fazendo o sangue voltar a correr e subir todo para as bochechas, enchendo-as com o líquido quente e acendendo a pele em vermelho lustroso, bem brilhante.
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Amor carmim | Jikook
FanfictionO destino não é responsável pelas linhas da poesia da vida que escrevemos. Não é responsável pelas atitudes errôneas e as palavras pesadas que escolhemos usar. Não é criador da maldade humana e nem do egoísmo exacerbado, que corrompe o homem e o tor...