Capítulo 06 - Rodrigo

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— Esse é o melhor restaurante de frutos do mar da cidade, espero que goste – puxo a cadeira para Manuela se acomodar, afinal, ainda sou um cavalheiro. — Então, senhorita Manuela, o que está achando da cidade maravilhosa?

— O Rio é uma cidade incomparável, uma verdadeira obra de arte da natureza – ela responde com um sorriso lindo.

— Concordo com você, só lamento pelo trânsito, está ficando cada dia mais complicado.

— Sei bem do que fala, acredito que muitas das minhas dores de cabeça são devido a isso – ela é belíssima quando está de guarda baixa.

O garçom se aproxima e, como sou um frequentador antigo, logo puxo papo. Ademir trabalha aqui há muito tempo, é normal que estabeleça algum nível de contato com seus clientes. Depois que os apresento e ele sai, deixando-nos com o cardápio, percebo o olhar analítico de Manuela sobre mim.

— Admirando-me, senhorita Manuela?

— Não a sua pessoa, mas a sua educação. Tenho observado como vocês tratam seus funcionários. Arthur não é diferente de você nisso, e eu acho simplesmente incrível. Não é à toa que seus colaboradores os adoram. Parabéns, vocês devem ser o orgulho dos seus pais.

Penso antes de responder a sua afirmação.

— Das poucas coisas que meus pais nos ensinaram, a educação e o respeito foram o de mais valor. Meu avô sempre falava: "Trate as pessoas como você gostaria de ser tratado e lembre-se que o mundo dá voltas. Hoje, você está por cima, amanhã poderá estar por baixo e será nessa hora que colherá parte do que plantou". Humilhar um funcionário ou ser autoritário não fará de mim um chefe respeitado. Sou educado e tento tratar as pessoas com atenção, pois ao se sentirem valorizados, consequentemente, minha empresa o será também. Essas sutilezas aprendi com o meu avô, o meu pai não é nenhum exemplo de empatia, mas sempre cobrou educação porque é uma questão de dignidade.

— Interessante – mais uma vez nos encaramos. Pude observar cada nuance de seu rosto e pude ver o brilho do desejo em seus olhos. Isso desperta-me. Na verdade, a cada encontro, eu fico mais ligado.

O garçom se aproxima novamente e rompo o silêncio:

— Pronta para pedir?

— Sim. Eu quero salmão ao molho de laranja e uma Coca-Cola.

— Coca-Cola? Isso faz mal! – volto-me para Ademir, que aguarda o meu pedido pacientemente. Assim que termino de fazê-lo, questiono-a novamente: — Essa bebida é um veneno para a sua saúde.

Ela dá de ombros.

— Comer doces em excesso também faz, mas nem por isso as pessoas deixam de consumir – ela pisca e abre um lindo sorriso. Se as mulheres soubessem o quanto um sorriso transmite feminilidade, o quanto as deixa sexy, não usariam tanta maquiagem.

Conversamos muito durante a refeição, falamos sobre negócios, sobre a vida, família e percebi o quanto ela é determinada e resistente, tem um senso de humor aguçado que combina muito com o da Bia. Gostei do que ouvi, gostei do que vi e gostei ainda mais de sua companhia. Quando estávamos prestes a pedir a sobremesa, fomos interrompidos:

— Boa tarde, mestre – viro-me na direção da voz e vejo Greice, uma menina que jogava comigo nas cenas de BDSM.

— Boa tarde, Greice. Como está? – levanto e a beijo em sua face.

— Estou bem, senhor.

Ela não desvia o olhar de Manuela e sinto-me compelido a apresentá-las, mesmo algo me dizendo que eu deveria somente tirar Greice daqui.

Dono de Mim (Trilogia Dono de mim - Livro 01) DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora