Dia 1

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Gun olhava para aquele prato em dúvida.  O cheiro era bom, mas a aparência nem tanto. A cor amarelada com algumas partes cruas e as margens pretas o deixava indeciso se deveria arriscar naquela comida duvidosa.

Afinal, como era possível algo estar cru e queimado ao mesmo tempo?

(NT* acreditem, minha irmã conseguiu essa proeza.)

O chefe o olhava esperançoso. O café da manhã sobre a mesa era uma de suas tentivas em agradar seu amado. Não tinha habilidades na cozinha e suas poucas tentivas em fazer algo comivel eram sempre falhas.

Mais cedo, estava convicto de que poderia se arriscar novamente na cozinha e fazer um café da manhã simples para Gun. Acordou mais cedo, botou o avental, pegou os ingrediente e foi para a batalha. No começo, as coisas seguiam perfeitamente seu curso igual ao do vídeo que havia pesquisado na internet.

Mas quem poderia imaginar, que ao colocar na frigideira, as coisas desandaria e o resultado havia se tornado monstruoso.

Off tinha assumido derrota.

Entretanto, Gun havia chegado a cozinha no exato momento em que havia despejado o líquido sobre a frigideira. E, anteriormente, havia dito com convicção que aquele seria a melhor coisa que Gun poderia comer em sua vida.

Para não perder a face, tentou agir convicto. Porém ele sabia que ao fazer isto, mostraria a verdade que tentará esconder.

Ele é péssimo na cozinha.

Gun viu o embaraço de Off. Conhecia bem seu amigo, agora namorado, há tantos anos. Compreendia os sentimentos de Off em apenas um olhar.

Tomando fôlego, pegou o gafo e espetou ovo, onde acreditava estar menos cru e queimado. O direcionou a sua própria boca e quando estava a centímetros de seus lábios, Off segurou sua mão, o impedindo.

"Não precisa comer. Só de olhar da vontade de vomitar."

Gun franziu os lábios, sem saber o que dizer. Queria o confortar mas as palavras de incentivo havia fugido de sua boca. "Não está tão ruim..." Disse.

Off levantou uma de suas sobrancelhas em uma pergunta silenciosa.

"Tá, tá, está ruim. Mas pelo menos você tentou. A intensão vale mais que o resultado."

Off pegou o prato e o inclinou em direção ao lixo, despejando o alimento dentro da lixeira. Um bico se formou em seus lábios e silibou muxoxo de descontentamento sem som.

Botou o prato sobre a pia e suspirou. Off havia sujado muita louça para fazer aquele café da manhã. Suas mãos contra a cintura e seus ombros baixos, mostravam seu desânimo em limpar os utensílios que foram utilizados para, no final, nada.

Os braços calorosos rodearam seu corpo. Gun selou suas costas e os apertou mais forte, na intenção de anima-lo.

Off virou seu corpo em um movimento rápido e o pressionou contra o batente. Sua face reprimida tentava o demostrar, inutilmente, tristeza. Mas o sorriso ladaino e os olhos verozes mostravam suas intenções.

"Me beije."

Gun negou.

"Eu não pedi." Disse Off juntando seus lábios.

Logo o simples tocar evoluiu para algo mais sedento e erótico. Suas mãos estavam sobre a bunda Gun, as apertando com força. Gun puxava seus cabelos em satisfação por aquele toque ousado sobre si.

Suas mãos deslisaram e tocaram a parte sensível de Off, sobre a peça fina que o outro usava.

Caso não tivesse ouvido um pigarro, suas mãos teriam adentrado o short de Off.

O som quebrou o clima evoludado que havia na cozinha. Os dois rapazes se mantiveram estáticos, na mesma posição. Utilizando a mesma técnica de predadores e presas, suas respirações aceleradas eram reprimidas, e seus movimentos pararam. Acreditavam que o predador que estava no mesmo ambiente que eles iriam embora ao não notar movimentações.

Mas claro, a única pessoa que poderia estar ali era a matriarca da casa, mas devido a situação, estavam com os corações acelerados de mais para pensarem em uma desculpa para tal flagra de manhã tão cedo. Por isso, aquela técnica seria, que acreditavam, sua única salvação.

As regras do mundo animal muitas vezes se aplica em nossa sociedade, mas naquele instante, a técnica de salvação não poderia salva-los da mulher parada na entrada da cozinha.

Rose, mãe de Off, estava feliz com as mudanças de seu filho sobre a casa. Dificilmente Off a ajudava com trabalhos doméstico e ultimamente,  tinha se tornado mais produtivo e organizado. Mas no dia anterior, os sons que ouvirá dentro do quarto de seu filho ainda estava ecoava em sua mente.

Seu filho agora um adulto. Ter relações sexuais era comum na idade que tinha.

Porém, Rose queria que Off levasse seus casos para longe de sua casa. Estava com isso em mente ao acordar pela manhã. Ao ouvir sons na cozinha, estava decidida em conversar com seu filho sobre aquilo, qual presenciou tal cena. Ela não sabia o que dizer.

Reprimindo sua vontade de gritar com seu filho sobre a ação desavergonhada que presenciou, seus passos lentos fizeram os rapazes parados estremecerem de medo e excitação.

Devido ao Off estar tampando a pessoa, Rose não notou que aquele que estava se agarrando com seu filho, era seu segundo filho de consideração.  Então, ao vê-lo, seus olhos se arregalaram e sua boca abriu em surpresa.

"Gun?"

Logo, a surpresa foi substituída em confusão. Gun e Off?

Gun, ainda pressionada contra o batente, estava vermelho e envergonhado. Caso Off não o tivesse segurando, Gun teria fugido para não enfrentar aquela situação.

Ao ouvir a voz alta da mãe de seu namorado, tentou o empurrar para longe de seu corpo, mas Off não se abalou. Na realidade, seu toque se tornou mais firme.

Um sorriso de desespero apereceu em seu rosto e sua voz saiu estranhamente, ao cumprimentar a dona da casa.

"Olá dona Rose. Como está?"

O Último Adeus ◇OffGun◇Onde histórias criam vida. Descubra agora