Manipulado

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Off ainda sentia os vestígios do sonho estranho que teve.

Seu corpo parecia uma marionete. Seus movimentos eram lentos e confusos. As vezes parava e olhava para algum ponto qualquer, e depois seguia em outra direção e repetia os mesmos movimentos.

Apenas quando seu celular tocou, que saiu daquele transe. O nome do seu amado na tela, o despertou.

Off piscou repetidas vezes ao ouvir o convite inusitado de Gun. Não sabia como reagir. Sua voz saiu baixa em concordância com o convite do outro. Gun o havia chamado para um encontro e que depois enviaria os detalhes por mensagem e logo após desligou.

Off se manteve em pé, olhando para a tela do telefone. Sua mente apagou a inquietação anterior e fora substituída por nervosismo.

Estar em um relacionamento recente é complicado. A necessidade de agradar o parceiro em cada passo era quase uma regra a se seguir no manual das dicas de um relacionamento.

Este seria o primeiro encontro de Off com Gun. Anteriormente, quando eram apenas amigos, saiam juntos diariamente. Não havia a necessidade de seguir uma regra. Apenas saiam e se divertiam sem intenção.

Porém, agora, como evoluíram para algo mais, havia a necessidade de agradar e impressionar a outra pessoa.

Por Gun tomar a iniciativa, Off estava perdido.

Afinal, para um começo de um relacionamento, encontros era algo preciso para algo duradouro.

As horas passaram rapidamente. Faltavam poucos minutos para o horário marcada. Off estava em frente ao espelho, se olhando. A roupa da qual usava, em sua cabeça, não se encaixava com aquele dia especial. A tirou e pegou uma outra peça.

A blusa preta destacava sua pele branca. O pequeno detalhe na blusa em branco tirava a simplicidade de uma cor reta. Pegou seu sapato e os vestiu. Se olhou novamente em frente ao espelho e sorriu.

Estava simples e bonito.

Faltavam dois minutos para chegada de Gun. Off contava os segundos. Sentado no sofá, dizia a si mesmo para se acalmar. Estar com Gun não era diferente de quando ambos eram apenas amigos. Quase nada havia mudado.

Apenas que agora, ele podia o beijar, abraçar, se enrolar e que ele era apenas seu.

Não havia diferença, tentava se confortar. No entanto, as coisas não entravam em sua mente. Ele estava terrivelmente ansioso e nervoso.

Quando o som de notificação em seu celular o alertou, Off sobressaltou. Pegou suas chaves, se olhou pelo reflexo da TV e saiu.

Gun estava parado em frente a sua casa, com as mãos no bolso.

A lua começava a subir no horizonte, os iluminando. Parados em meio ao asfalto, pareciam dois amantes se encontrando em segredo.

A noite se passou rápido. O lugar da qual Gun o levou era um restaurante recém aberto. O lugar era simples e elegante. As luzes eram fracas e uma musica leve resoava, os deixando num clima mais romântico.

A conversa leve não deixou o clima estranho entrar. Pareciam amantes de longa data. A troca de olhares, os sorrisos sutis, as mãos juntas e as vozes baixas deixavam o clima doce.

Com as mãos entrelaçadas, caminhavam silenciosamente. Off nunca imaginou que apenas o entrelaçar de dedos podiam mexer tanto com seu corpo. Sabia que o único que poderia o fazer sentir tais sensações era sua pessoa favorita. Em seu coração, Gun já estava gravado como dono e seria impossível alguém tentar usurpa.

Gun é o único.

Sentados num pequeno parquinho, olhavam para o céu com memórias no olhar. Recordaram de sua infância passadas naquele lugar. Recordavam e riam das situações passadas. Vez ou outra discutiam sobre um assunto de sua infância. Mas logo depois mudavam de assunto e se deixaram levar.

Já era tarde da noite quando retornaram para casa. Gun olhava para Off com os olhos brilhantes. Estar perto daquele rapaz alto o deixava feliz.

Seu sorriso tímido e seu jeito meigo ao olha-lo, deixava Off inebriado. Com as mãos juntas, ambos se mantinham relutantes em se despedir. Estavam em frente ao início do encontro daquela noite; em frente a casa de Off.

O luar era apreciado pelos dois. Vez ou outra trocavam olhares e sorriam um para o outro. Quando o vento frio corria pelos seus corpos e as horas se mostraram tarde da noite, que se despediram.

No entanto, antes de se separarem, Off tentava convencer seu amado para dormir em sua casa. Por ser algo comum, não via problemas para Gun não o fazer. Porém, Gun pensava diferente.

"Eu não acho certo dormir em sua casa, no momento em que estamos. Vejo que sua mãe não concorda com nosso relacionamento. E caso eu durma em sua casa, ela poderia encontrar um motivo para discutir." Tentou explicar seu ponto.

Off não disse nada por uns segundos. Ele sabia que Gun estava correto, mas o desejo de se manter ao lado de seu amado aquela noite era maior.

Tomando sua decisão como um convite, Off resolveu aquela situação dizendo que tudo poderia ser facilmente resolvido se dormisse em sua casa, em vez da dele. Gun ficou estupefato com a agilidade de seu namorado em contornar a situação em seu favor.

Resmungando, caminhou a frente e liderou o caminho.

Ceder facilmente para Off era seu maior defeito.

O outro homem sorria em felicidade. Agradecia em silêncio por Gun ser fácilmente manipulado e por ele o amar demais.

Afinal, Off sabia que Gun tinha o mesmo pensamento que ele.

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Desculpem a demora. Meu celular rachou e tive que mandar conserta. Agora tô usando um antigo de minha mãe, e tive que reescrever os últimos capítulos. Pois se não, até meu celular voltar, provavelmente só postaria daqui a 1/2 semanas, já que a história está salva no outro celular e não tem como recuperar.

O Último Adeus ◇OffGun◇Onde histórias criam vida. Descubra agora