Capítulo 16 - Sinal

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-Você tem que ir! –Hermione insistia enquanto rolava de um lado para o outro, preguiçosa.

-Todo mundo vai estar em Hogsmead, nós poderíamos ficar tranquilos o dia todo!

-Todos vão estar em Hogsmead, se você não for agora vão desconfiar que algo está acontecendo. –Hermione revirou os olhos. –Não ajuda o fato de você estar sempre aprontando alguma coisa.

-Ei, isso nem é verdade! –Draco revirou os olhos com um sorriso de canto, depois abraçou Hermione. Os primeiros raios de sol entravam pela janela no fundo da sala. –Te vejo mais tarde então?

-Com certeza!

Após Draco partir, deixando a cama que ambos dividiam na sala precisa estranhamente vazia e gelada, Hermione se esgueirou pelos corredores em direção ao salão comunal da grifinória. Não havia sequer um ruído vindo dos quartos. Pé ante pé, ela foi até seu quarto e lançando um olhar para as demais meninas, ela se deitou calmamente em sua cama para dormir por mais alguns minutos até o horário. Entretanto, em meio a penumbra do quarto, um par de olhos azuis faiscava em sua direção. Hermione sentiu um calafrio descendo por sua coluna.

-Você quase se atrasou hoje. –Gina sussurrou fingindo olhar para um relógio de pulso imaginário. Hermione permaneceu imóvel, sem saber o que dizer. Gina riu. –Sua idiota.

-Há quanto tempo você sabe?

-Desde sempre! –Gina revirou os olhos. –Você acha que eu caí naquelas histórias de ir para a torre de astrologia após o jantar?

-Mas eu sempre ficava lá...

-É, até que um dia eu fui te procurar e onde estava a Hermione? –Gina ergueu uma sobrancelha. Ela parecia divertida. –Depois eu acabei te seguindo e imagine o meu horror ao ver você entrando na sala precisa com Draco Malfoy!

-Shhhhh! –Hermione lançou um olhar para as outras meninas que continuavam desmaiadas. –Eu te falei que estava dando aulas para ele.

-Até agora? Imagino que esse roxo em seu pescoço tenha sido um feitiço que deu errado. -Gina parecia divertida. Hermione passou a mão no pescoço sobressaltada e Gina riu. -Não tem nada aí, nem sua vergonha e dignidade.

-Desculpa por não contar, Gina.

-Tudo bem, eu também não ia querer que ninguém soubesse que eu estou namorando Draco Malfoy. –Gina riu ao ser atingida pelo travesseiro lançado por Hermione.

-Ele não é meu namorado. –Hermione fez um muxoxo.

-Ah, vocês são daqueles casais então...

-Que casais?

-Que dormem todas as noites juntos, tem apelidos bregas, fazem planos para o futuro, levam o cachorro do outro pra passear, mas chamar de namorado é íntimo demais!

-Não é nada disso. A gente só nunca falou sobre o assunto. –Hermione voltou a colocar o travesseiro sobre a cama e passou um braço por baixo dele, deitando sua cabeça novamente. –Talvez seja melhor assim.

-Pffff, lá vem você...

-É complicado, Gina. –Hermione se enterrou em suas cobertas. –As coisas podem ficar muito difíceis para quem está perto de mim.

-Hermione, tenha um pouco de fé em nós! –Gina tinha as sobrancelhas unidas e seu rosto adotou um tom rosado. –Nós podemos não ser tão inteligentes, habilidosos ou saber tudo o que aconteceu com você, mas ninguém aqui é covarde. Eu falo isso por todos os nossos amigos e acredito que Malfoy sente o mesmo. Nós preferimos sofrer e ter você por perto do que escolher nunca ter te conhecido.

Born to DieOnde histórias criam vida. Descubra agora