Os dias que se seguiram foram de muito estresse, um tanto de medo e muito mais de treino. Hermione não dera a ele uma noite sequer de folga, o fazendo treinar a exaustão. Não podia reclamar, de fato. Após algumas horas de treino, ele decretava a aula encerrada lhe puxando para um beijo que, ou terminava com a roupa de ambos jogadas pelo chão, ou terminava com algumas horas de sono abraçados.
Draco tinha que confessar que a rotina era exaustiva. Ambos acordavam muito cedo e se esgueiravam pelos corredores sem seres vistos e voltavam para seus dormitórios para fingir que haviam passado a noite lá. Hermione até mesmo tinha conseguido a capa de Harry emprestada para passar pelo retrato, dizendo que estava indo na biblioteca para estudar até tarde. Porém, embora se sentisse muito cansado também via-se muito ansioso até o momento após o jantar.
Para manter os encontros com Hermione, Draco se viu fazendo seus deveres durante seus horários de almoço e suas folgas da tarde. Realmente se sentia sobrecarregado, porém não ousava comentar. Hermione seguia preocupada com a segurança de todos, investindo pesado em seu treinamento. No fim, ela tinha razão: apesar de ser o melhor aluno em duelos, não estava nem próximo do nível de um duelo da vida real.
-Eles não vão parar para fazer um cumprimento, Draco. –Hermione explicou após retirar sua varinha pela milésima vez. –Se eles tiverem uma oportunidade, eles irão te matar antes de perguntar qualquer coisa.
-Hermione... –Draco começou coçou a nuca recebendo a varinha da menina. Ele pensou por um segundo se deveria continuar ou guardar seus pensamentos para si.
-Pode falar.
-Por que eles estão atrás de sua família? Isso já dura muitos anos. –Draco observou a reação da menina a sua pergunta. Hermione suspirou.
-Meu avô se envolveu com essa história das relíquias. Acho que eles acreditam que elas estão comigo.
-Mas é apenas uma lenda, não é?
-Supostamente, mas eles parecem acreditar que é real. –Hermione fez uma pausa. –Não se engane, Draco. Apesar de tudo o que aconteceu com minha família, nós não somos santos. Meu avô era maravilhoso para mim e eu o amava incondicionalmente, mas ele também se envolveu com muita coisa ruim e fez mal a muitas pessoas.
-Mas eles perseguiram vocês por tanto tempo e nunca acharam nenhuma pista sobre as relíquias, por que continuaram? Nada disso faz sentido.
-O desejo por poder e pela desgraça supera a lógica, eu acho. –Hermione deu de ombros sentindo o coração apertado.
E com isso seguiam mais uma sessão de treinos. Foram dias exaustivos e, para sua alegria, as férias de inverno finalmente haviam chegado, o que significava folga das atividades diárias. Porém, significava também que Draco iria para a casa dos pais. Na noite anterior a sua partida se viu um tanto melancólico em meio a sua lição.
-O que está acontecendo? –Hermione perguntou abaixando sua varinha por um instante. –Draco...
-Eu estou pensando que ficarei algumas semanas fora e você vai ficar aqui. Sozinha. –Ele confessou fazendo uma careta. Hermione esboçou um sorriso, mas ficou séria novamente ao perceber que Draco dizia a verdade.
-Eu vou ficar bem. Tenho muita tarefa para colocar em dia e Snape e Dumbledore me deram algumas atividades extras também. –Ela deu de ombros. –Sua mãe deve sentir sua falta.
-Mas... É natal. –Ele continuou. –Ninguém deveria ficar sozinho durante o natal.
-Draco, eu nunca comemorei o natal com uma festa. –Hermione o lembrou. –Nós não podíamos simplesmente baixar a guarda e nos reunir para comer e conversar em frente a lareira.
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Born to Die
RomanceHermione Grindewald é a última sobrevivente de uma longa linhagem de bruxos brilhantes , mas que acabaram assassinados. Caçada desde criança, em uma tentativa desesperada de fugir e sobreviver, ela acaba em Hogwarts, sendo protegida pelo maior inimi...