Agora, mais calma, Hermione não se orgulhava nem um pouco do que havia feito. Atacar Malfoy daquela forma, como se fosse uma menina qualquer? O que acontecera com ela? Esquecera-se que tinha uma varinha e que poderia tê-la usado?
Bufou caminhando para a sala de troféus. Tudo bem, haviam brigado no meio de um corredor lotado de alunos, mas francamente... Draco não correra nenhum risco de vida! Se desejasse matá-lo, ela já o teria feito há muito tempo.
Ao chegar ao corredor avistou de longe Malfoy, com os braços cruzados sobre o peito recostado em uma parede. Faz questão de não olhá-la e Hermione agradeceu por isso. Poderia pular sobre ele novamente na primeira oportunidade.
Snape já estava esperando na porta, segurava sua própria varinha na mão e a encarando ferozmente. Suspirou e parou, virando a cara esperando pelo o que o professor diria.
-varinhas! –Snape estendeu a mão. Hermione sacou a sua e rosnou uma vez para Malfoy antes de entregá-la. –agora, divirtam-se! Eu volto em algumas horas! E é melhor não fazerem nenhuma gracinha, ou terão um castelo inteiro com o qual se divertir! –ele olhou feio para os dois alunos.
Draco forçou a porta da sala de troféus e soltou um suspiro pesado. Levaria horas até que tudo estivesse limpo! E tudo o que ele queria era boa noite de sono. Era pedir demais?!
Hermione não deu atenção ao choramingo do loiro. Olhou para a mesa e pegou uma das toalhinhas e uma garrafa com produto de limpeza e começou a trabalhar.
Malfoy, por sua vez, olhou as prateleiras de cima a baixo e fez uma careta. Francamente! Ele era um puro sangue, um MALFOY! Aquilo deveria significar alguma coisa em algum lugar! Era indesculpável que ele tivesse que se prestar a esse papel.
-sangue-ruim! –murmurou começando a trabalhar.
A menina o olhou com o canto dos olhos sem se virar. Era incrível como ele conseguia manter uma postura tão arrogante mesmo um trapo velho e uma garrafa de produto de limpeza nas mãos. Qualquer outra pessoa estaria em total silencio no mínimo envergonhada com o que havia feito... Embora ele não tivesse feito nada de errado dessa vez. Draco era o tipo de pessoa que continuaria com a cabeça erguida mesmo após uma derrota. Hermione era capaz de admitir e admirar isso no garoto.
Passaram os minutos seguintes em total silêncio. O som dos suspiros que ambos soltavam vez ou outra enchiam o ambiente. Hermione se esforçava para pensar em qualquer coisa menos naquele maldito Sonserino
É claro que, agora, com sua raiva no lugar certo, sabia que Draco não seria capaz de fazer uma poção do amor... Francamente! Ele mal é capaz de vigiar um corredor! Alguém deveria ter feito por ele!
Não iria admitir nem a si mesma, mas estava magoada. Magoada como nunca pensou ser capaz de ficar. Achou que existia algum tipo de honra no nome dos Malfoy, pelo menos era assim que seu avô se referia a Abraxas quando falava a respeito.
"Ah, minha querida... Não existiu no mundo um homem com maior orgulho do que o Malfoy! Um homem de fibra! Sabia o que queria e como chegar lá! É uma pena que tenha morrido!"
Mas uma poção do amor não parecia ser uma coisa de alguém que realmente carregue alguma honra! Um homem de verdade não precisa desse tipo de coisas... Mesmo que seja apenas para realmente irritar alguém. E, naquele caso em especial, Draco realmente havia conseguido o que tanto queria.
E pensar que Hermione estava pensando em dar uma trégua! E pensar que ela havia sentado ao lado dele por alguns minutos... Tudo o que ele queria era uma fraqueza para explorar, é claro! Bufou irritada.
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Born to Die
RomanceHermione Grindewald é a última sobrevivente de uma longa linhagem de bruxos brilhantes , mas que acabaram assassinados. Caçada desde criança, em uma tentativa desesperada de fugir e sobreviver, ela acaba em Hogwarts, sendo protegida pelo maior inimi...