This demon king is bored!

Esse camponês vai morrer

Postando e saindo correndo...

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'Esse capitulo contem cenas de violência.'

Havia um homem agachado perto do cesto de roupas. Se tivesse um globo ocular naqueles buracos vazios, Ciel tinha certeza de que o olhar do homem estaria fixo sobre ele. Um caminho de lágrimas de sangue seco escorria por suas bochechas roxas, a pele escura do rosto era marcada por veias negras que subiam do pescoço.

"He he he..." Um sorriso sinistro surgiu em seu rosto cadavérico, deixando à mostra dentes amarelos e encardidos, carregado de uma malícia aterradora e assassina. Apenas quando o homem saiu das sombras foi possível perceber que todo seu corpo estava encharcado por um sangue negro e espesso, suas roupas tão perfuradas quanto uma peneira. "Olá de novo, donzela."

Ciel sentiu todo o corpo entorpecer e fraquejar, o coração bater forte contra a parede do peito. Todo o seu ser foi esfriando rapidamente, como se ele fosse jogado nas profundezas de um oceano congelado. A pressão das batidas de seu coração foi sentida claramente em seus ouvidos, eram como trovões ressoando dentro de sua cabeça. Instintivamente ele tentou recuar na cama, mas algo colidiu contra suas costas.

Rígida e lentamente, ele virou o pescoço para ver o que tinha atrás dele, e, para sua surpresa, uma pupila nebulosa entrou em seu campo de visão. Todos os cabelos de seu corpo arrepiaram, havia outra pessoa deitada com ele na cama. A pele azul e rachada estava tão próxima de seu rosto que era possível ver os minúsculos flocos de neve que cobriam os cílios cristalizados. De repente, como uma serpente prestes a dar o bote, uma mão gelada escorregou por seu pescoço deixando um rastro frio em sua pele febril.

A mão começou a se fechar em volta do pescoço. Lentamente.

Preste a ser estrangulado, Ciel finalmente saiu do estado de choque e teve forças para reagir, desferindo um soco na cabeça daquela coisa antes de pular da cama desajeitadamente. Ele sequer prestou atenção ao outro homem enquanto se direcionava para a única porta do cômodo, tão rápido quanto um raio. Mas, assim que aquela porta foi aberta, uma grande boca surgiu atrás dela e um grito animalesco foi jogado em sua cara.

Ele não esperou para ver o que era isso. Fechando os olhos, ele empurrou aquilo, contornando-o para correr corredor adentro. Ciel teve a aterrorizante sensação de que esses monstros lembravam muito os saqueadores que o rei demônio matou na noite em que foram à cidade. Embora se recusasse a acreditar nisso, o estado de seus corpos eram a maior prova disso. Atordoado, ele saiu derrubando tudo em sua frente, como um touro desgovernado eliminando tudo em seu caminho.

Em toda sua vida, quando o assunto se tratava do que não pertencia mais a esse mundo, Ciel sempre se considerou um baita covarde, um total desmerecedor das bolas em suas calças — como dizia seu pai. Esse era o real motivo de ele odiar tanto as noites de patrulha, já que existiam vários relatos de pessoas que haviam sido assombradas durante seus turnos. Isso era o que ele mais temia na vida: ser atormentado por criaturas das trevas. Mas, pelo visto, sua vida era mesmo um carma irremediável, ele parecia ser um imã para tudo que já estava morto.

Mesmo que normalmente ele ficasse de pernas bambas quando o assunto envolvia o sobrenatural, nesse momento, porém, seu instinto de sobrevivência sobrepôs qualquer falta de coragem, fazendo-o tirar forças de quem sabe onde. Talvez fosse apenas um impulso natural, mas ele conseguiu deixar aquele cadáver para trás por muito sem qualquer dificuldade. Ele primeiro fugiria, depois pensaria no que estava acontecendo.

Porém, quando sua mão tocou na trava da porta dos fundos, sua perna foi puxada e ele foi jogado no chão. Sua testa bateu forte contra o piso e o gosto de sangue aos poucos inundou sua boca. A pancada foi tão intensa que a cabeça de Ciel rodopiou e sua vista escureceu, ele quase desmaiou naquele momento. Aquilo que ele empurrou na porta do quarto estava segurando seu pé, rindo loucamente.