XIII

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Podia usar o meu telemóvel para ligar à polícia, mas ele tirou-mo.
Sem conseguir ver nada, procurei algum candeeiro e liguei-o. Olhei para o Manuel e ele estava sentado encostado a uma parede.

  Manuel - Achas que a mãe vem?

  Helena - Ela disse que demorava pouco tempo, lembras-te?

  Manuel - Sim, mas tenho medo que algum deles nos mate antes dela chegar.

Helena - Possa, matar acho que não né.

Manuel - Olha, estou a começar a ficar com fome.

Helena - Também eu. Só temos de esperar que abram.

Como não tinha nada para fazer fui olhando as fotos. Via-se que a minha mãe era muito feliz em criança. Porque é que eles iriam matar os meus avós? Eles não eram pessoas más nem nunca fariam mal a alguém.
Gritei para que nos abrissem a porta e não valeu de nada. Oiço o meu celular a tocar, provavelmente era a minha mãe a telefonar, mas como ele tirou-mo não consigo atender.

Manuel - Pensa, queres abrir a porta e está aqui um machado.

Helena - Verdade! Se não fosses tu nem sei o que faria.

Agarro no machado e acerto na porta. Não se partiu de imediato por isso tive de continuar.
Depois de acertar com o machado mais de dez vezes, parti a porta e consegui sair com o Manuel. O Júlio aparece atrás de mim e tira-me o machado da mão.

Júlio - Vocês hoje não se estão a comportar bem, por isso vão ficar separados.

Manuel - Não! Não posso ficar longe da Helena!

Júlio - Hahaha não tem mal nenhum, é só uma noite... Ou duas

Tento agarrar no braço do Manuel mas a Louise aparece atrás de mim e com um pano molhado, com um líquido que tinha um cheiro muito forte fez-me desmaiar.

Helena Off*
Manuel On*
A Louise faz a Helena desmaiar e eu não posso fazer nada. O Júlio agarra-me como se fosse um saco de batatas e leva-me para a pequena casa que está no jardim, onde ele corta a lenha.
Ele manda-me para lá e fecha a porta. As paredes da casa são de madeira e vê-se que foram construídas por alguém e não compradas, porque havia espaços entra a madeira e isso fazia com que entrasse alguma luz do Sol. Estava lá um cheiro muito forte a ambientador, daqueles que se põem nos carros para cheirarem bem. Olho em volta e vejo o meu maior pesadelo, um corpo já em decomposição com inúmeros ambientadores por cima. Logo após ter visto entrei em pânico e comecei a bater nas paredes e a pedir socorro, só ouvia carros a passar. Não via ninguém, nem apenas um passo.
Ao que parece foi aqui que ele escondeu um dos corpos, só resta saber onde está o outro e como fugir daqui.

Os Meus AvósOnde histórias criam vida. Descubra agora