Capítulo 10- a festa dos corações partidos

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Apesar de ainda ser inverno, a neve já tinha se dissipado totalmente, e apenas um vento frio cortava a pele dos estudantes de Hogwarts. Estava próximo da hora da primavera renascer como fazia ano após ano.

Albus Severus Potter estava tomando café da manhã enquanto tentava prestar atenção em responder às perguntas de seu melhor amigo, Scorpius Malfoy, sobre a última matéria dada em História da Magia. Era algo sobre a Revolta dos Duendes, ou coisa do tipo.

Ninguém prestava atenção nas aulas do professor Binns de qualquer forma, exceto Scorpius, que parecia querer arrancar os fios platinados, de tão preocupado com os N.O.M.'s que estava.

Enquanto o amigo monologava sobre anotações, a matéria e como ele estava preocupado com os exames, Potter estava passeando os olhos pelo Salão Principal durante o café da manhã daquele dia. 

Rose estava falando algo com Hugo, que parecia um pouco irritado, na mesa da Grifinória. Fred parecia pálido e comia silenciosamente seu cereal com frutas. Lily falava animada com sua amiga, Martina Limberg, e Delfine estava na mesa da Lufa-Lufa, exibindo seu sorriso alegre de sempre.

A discussão com Melinda (sentada junto de Astrid, Roxanne e Nate Dawson na ponta da mesa da Sonserina) não saía da cabeça do moreno. Será que ele estava realmente deixando os amigos de lado? Afinal, Rose também o havia dito aquilo.

Será que estava realmente tão cego por Delfine?

Sabia que tinha exagerado com a Malfoy na cabana de Hagrid, mas não era como se Melinda tivesse sido muito gentil com suas palavras.

Se ele iria ficar bravo e discutir com sua melhor amiga por conta de Delfine, seria bom que pelo menos soubesse se os sentimentos pela Diggory eram correspondidos, certo?

Os pensamentos de Albus e as perguntas (que pareciam não ter fim) de Scorpius sobre os duendes e sua revolução foram interrompidas por um pigarro alto vindo da professora McGonagall.

  -Um bom dia a todos. Bem, sei que normalmente passo os avisos durante o jantar, mas esse é um caso de extrema urgência. - ela passou os olhos severos pelos alunos. - ontem a noite a gata de nosso zelador, Argo Filch, desapareceu. - Albus levantou o olhar para Filch, sentado na mesa dos professores. O zelador parecia desolado. - Pedimos, encarecidamente, que, quem souber de alguma coisa, apareça na minha sala imediatamente. - "mataram a minha gata, mataram!" o homem idoso resmungava.

O silêncio era quase mortal. As pessoas pareciam tentar digerir o que acabaram de ouvir. 

Sumiu! A gata infernal sumiu! 

Seja quem ou que fez isso, toda a escola era inteiramente grata. 

Albus voltou a passar os olhos pelo salão. Alguns alunos tinham sorrisos no rosto. Cardi Finnigan inclusive comemorou baixinho, sentado na mesa dos leões. 

Fred, por outro lado, ficou ainda mais pálido do que estava, e Albus o observou levantar o olhar do cereal para olhar a mesa da Sonserina. 

Ao seguir o olhar do ruivo, Fred percebeu que ele olhava Melinda, que discretamente arregalou os olhos para o Weasley, como se dissesse para ele se manter calado, ou entrar no jogo dela, e crispou os lábios parecendo apreensiva, retribuindo a troca de olhares.

Ninguém além do Potter parecia ter reparado naquilo. 

Scorpius continuava a tagarelar sobre duendes, Rose ainda ralhava com o irmão mais novo e os outros alunos estavam muito preocupados em ficar alegres ao pensar que nunca mais veriam a gata dedo-duro novamente.

O que seu primo e sua melhor amiga tinham aprontado? Será que sabiam de algo? Bem, é claro que sabiam de algo, afinal, aquela não era uma troca de olhares que significava "minhas notas estão ruins, precisamos estudar".

𝐇𝐎𝐖- 𝐇𝐀𝐑𝐑𝐘 𝐏𝐎𝐓𝐓𝐄𝐑 (𝐈𝐈)Onde histórias criam vida. Descubra agora