Capítulo 15

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Alyssa Seaborn.

Luke estava ali parado na minha frente, como se estivesse procurando as palavras certas para usar naquele momento, enquanto eu o encarava com um olhar colérico.

- Olha, a gente precisa conversar. – ele disse num sussurro.

- Eu acho que não temos nada para conversar. – sibilei, seca.

- Temos sim, Alyssa, você sabe que temos.

Com os olhos cheios de fúria, cheguei mais perto do idiota parado na minha frente e disse com escárnio:

- Você me deixar sozinha em um local desconhecido foi o suficiente para que a nossa relação chegasse ao fim.

Luke me encarou surpreso devido ao tom que eu usei, eu nunca falava com ele daquela maneira, e esse foi um dos motivos para que ele concluísse que tinha carta branca para me tratar como quisesse.

- Sinto muito por isso, Alyssa. As coisas saíram do controle. – ele soltou e abaixou a cabeça.

Em uma falsa tentativa de me fazer ter piedade dele, Luke percorreu o olhar lentamente para o meu rosto e me ficou com os olhos carregados de culpa. Eu não dava a mínima.

- Guarde suas desculpas para você e para seu caráter duvidoso. – praticamente cuspi aquelas palavras e automaticamente, senti um grande alivio.

- Por que você está falando desse jeito comigo? – ele perguntou em um tom quase desesperado. – Eu não mereço isso! Eu sempre te ajudei.

Soltei uma risada sem humor algo, ele só podia estra brincando comigo.

- Não, você sempre me manipulou, é bem diferente. – retruquei calmamente, com uma pontada de ironia, encarando o rapaz de olhos castanhos com frieza. – Nunca mais vou deixar que um idiota como você me manipule por causa porcaria de um favor.

O olhar de Luke se tornou reflexivo e ele estava calmo, absorvendo tudo o que eu dizia. Aquilo tudo era um teatro, ele estava fazendo aquilo tudo para que pudesse me chamar de louca no final das contas. Eu preferia ser "louca" do quê continuar sendo feita de idiota por ele.

- Não é verdade. Eu gosto de você, Alyssa, gosto de você de verdade.

Meus dedos estavam trêmulos de ódio, eu já estava sem paciência para aquele teatrinho ridículo de Luke.

- Olha, honestamente, sai da minha casa antes que eu faça algo que eu vá me arrepender. Por favor. – joguei as palavras no ar, visivelmente irritada.

- Essa casa não é sua, você não tem nada. – ele voltou a ser o idiota que realmente era. – E não teria esse seu estágio bobo se não fosse por mim.

Achei que não tinha ouvido direito quando ele pronunciou aquelas palavras com nojo no tom de voz, antes que eu percebesse, a minha mão já estava colidindo com o rosto impecavelmente limpo de Luke. Senti a região da palma da minha mão arder, Luke deu um berro e com uma das mãos acariciou o rosto e agarrou o meu pulso com a outra, apertando com força.

- Você ficou louca, porra? – ele gritou, me fitando com os olhos gradativamente homicidas.

Luke ainda apertava o meu pulso, logo ficaria um vergão vermelho enorme.

- Me larga agora, seu idiota! – gritei mais alto que ele, em uma tentativa falha de puxar meu braço para longe daquelas mãos nojentas.

- Não gosta de ouvir a verdade? – ele sorriu diabólico enquanto se divertia por estar me prendendo.

Puxei meu pulso com mais força e o idiota me soltou bruscamente, fazendo com que eu desse um solavanco, e em uma fração de segundos eu havia tropeçado nos meus próprios pés e estava caída no chão, sentindo uma dor horrível no meu tornozelo esquerdo. O chão estava um pouco molhado, o que provavelmente havia causado tudo isso.

A amiga da minha irmã Onde histórias criam vida. Descubra agora