Capítulo 45

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Alyssa Seaborn.

Algumas semanas se passaram desde a minha fatídica ida a Los Angeles, eu estava de volta a minha vida em Miami e eu ainda não conseguia lembrar de algumas atitudes que tomei, sem senti vergonha, ou pelo menos um resquício de qualquer sentimento embaraçoso.

Eu havia dormido com Jensen, após tudo o que aconteceu, eu realmente me deitei na cama do homem que eu jurava nunca mais olhar na cara, e ainda amei cada segundo em que estive com ele.

Depois da nossa noite juntos, eu acordei bem cedo e voltei para o meu quarto, deixei Jensen aninhado a um cobertor alvo, dormindo serenamente, bem distante de uma realidade consciente, que quando acordasse, eu já não faria parte daquele delírio. Confesso que fiquei alguns minutos o observando, tentando gravar na minha memória aquela cena que eu sabia que jamais iria ver na minha vida.

Doeu ter que deixa-lo, especialmente da forma em que fiz isso. Eu fui covarde, não tive coragem de me despedir, ou simplesmente ter uma última conversa, eu não queria ter encará-lo depois do que fizemos. Eu não saberia explicar, visto que foi eu que procurei isso. Agi por impulso e não queria ter que lidar com as consequências de tamanha estupidez.

Eu não sabia se era simplesmente saudade do homem que eu amava, ou um pouco de ego ferido quando o vi dando atenção a outras, ou carência, falta de bom senso, bom, eu nunca saberei, só consegui chegar a uma conclusão: não me arrependi de ter feito.

Jensen era o homem que eu amava, e isso ainda era claro como a luz do dia, eu amei cada segundo que passei ao seu lado, sentindo o seu cheiro, o gosto de seu beijo, a delicadeza do seu toque, cada célula do meu corpo ainda respondia a ele, mas eu precisava voltar para a minha realidade.

O que vivemos foi um devaneio, que não devíamos nos apegar. Eu precisava voltar a Miami, eu tinha a minha vida aqui, onde não existia mentiras, desilusões, nenhum sentimento ruim que me desviasse do meu foco. Eu queria muito Jensen, como nunca quis outro homem, mas eu não tinha certeza de que nós daríamos certo novamente, ou ao menos se ele queria isso também.

Não vou negar que também temia pelo que Jensen me diria quando acordasse, isso era um fato, eu não estava pronta para ser rejeitada, ou qualquer tratamento que o levasse a essa direção, já fora suficiente ele me ignorando completamente na festa dos gêmeos, eu não aguentaria ser tratada dessa forma, não depois de passar a melhor noite da minha vida ao seu lado.

Apesar de eu amar a minha vida em Miami, a minha pesquisa estava chegando ao fim, basicamente estava nos últimos experimentos, faltando apenas um grande patrocinador para patentearmos o nosso produto, eu estava uma pilha de nervos com tudo isso acontecendo, meu sonho estava se concretizando.

Minha vida estava aos poucos entrando nos trilhos novamente, já havia colado grau na universidade, não estava mais saindo com ninguém desde o meu pequeno incidente na cama de Jensen, meus pais estão cada vez mais próximos de mim e não veem a hora de eu voltar a Los Angeles ficarmos juntos, os gêmeos também estão bastante animados com o meu sucesso e estão  torcendo para que eu volte logo, e bom... sobre Jensen, eu não tinha nenhuma notícia, nem me atreveria a perguntar a nenhum deles, eu não tinha essa cara de pau toda, estava tentando não pensar nele, para não criar nenhuma expectativa, ou me decepcionar.

Por falar em decepção, quando conversei com Theresa na minha última ida a Los Angeles, descobri algo que me deixou perplexa, de queixo caído.

Flashback on

Estávamos na casa dos meu pais, após o clima horrendo com Jensen na mesa do café da manhã, Robert havia nos deixado a sós uns minutinhos pois estava acendendo a churrasqueira, quando minha mãe Theresa ficou em silêncio, evitando contato visual, um tanto apreensiva.

A amiga da minha irmã Onde histórias criam vida. Descubra agora