Capítulo 31

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Alyssa Seaborn.

- Calma, eu já estou indo. – berrei sem paciência, provocando risadas gostosas em Jensen.

Abri a porta sem muito ânimo e havia uma mulher morena do lado de fora. Ela estreitou os olhos ao me ver e pareceu surpresa.

Em uma fração de segundos, uma sensação intensa me preencheu quando a vi, não sabia distinguir se era boa ou não, mas era algo peculiar. Aquela mulher tinha uma energia diferente de tudo o que eu já havia sentido. Sua pele alva era madura e sues cabelos eram negros como a escuridão, tentei vascular em minha memória algum lugar em que eu possa tê-la visto, mas não me recordei de absolutamente nada.

Pousei o meu olhar em seu rosto para tentar decifrar o que estava por trás daqueles olhos intensos. Eu tinha certeza que já havia visto aquele par de olhos negros em algum lugar, mas não lembrava onde. Nós ficamos nos encarando por um tempo até eu quebrar o silêncio.

- Olá? – foi a primeira coisa que veio na minha cabeça.

-Olá, aqui é a casa de Sophia Ackles? – a mulher perguntou e eu pude ouvir sua voz extremamente rouca e perigosa. Estremeci em cada palavra que ela pronunciou.

Claramente a voz de uma fumante. Mas que merda era esta que eu estava pensando? Respirei fundo tentando ignorar aqueles pensamentos idiotas.

- Sim, o que deseja? – perguntei, evitando contato visual, o olhar dela estava me intimidando.

Ela me observava minuciosamente, por que raios ela está me olhando assim?

- Quero falar com Alyssa Seaborn. – ela disse confiante, com convicção.

Voltei a encará-la, levantando o olhar para a mulher mais velha que estava na minha frente, à minha procura. Eu podia sentir as batidas do meu coração palpitarem cada vez mais fortes.

- Sou eu. – gaguejei, com os olhos apertados de tanta curiosidade.

Ela arregalou os olhos e ficou imóvel, como se eu tivesse acabado de pronunciar a pior blasfêmia do mundo, seus lábios cobertos pelo bato vermelho se moveram várias vezes, mas ela não foi capaz de conseguir dizer nada. O que será que deu nela?

Alguns segundos longos e confusos se passaram e a morena parou de me fitar com horror e inesperadamente me envolveu com seus braços como se a sua vida dependesse daquele gesto, e obviamente eu fiquei sem reação.

Por que ela me abraçou? Eu nem a conheço! Ela continuou me abraçando e murmurando palavras desconexas, até seus murmúrios se transformarem em um soluço baixo. Eu simplesmente não sabia o que fazer. Depois de algum tempo ela me soltou e eu a olhei com as sobrancelhas saltadas, visivelmente assustada e sem entender o que estava acontecendo.

- Minha filha... – ela murmurou com a voz embargada pelo choro.

Mas que porra era aquela que estava acontecendo? Endireitei os ombros, em êxtase pelo que havia acabado de ouvir.

- Desculpe, senhora, mas eu acho que você se enganou, meus pais me abandonaram quando eu ainda era criança. – expliquei brevemente sentindo o peso daquelas palavras que eu reprimi por tantos anos.

- Eu sou sua mãe, Theresa Seaborn. – ela mal esperou eu terminar de falar para soltar aquela bomba, sem nenhum receio.

Por um instante, achei que meu coração tivesse parado. Tudo pareceu sumir da minha volta, ficando apenas eu e a mulher que dizia ser a minha mãe.

Fiquei em silencio por alguns segundos e depois abri a boca para tentar falar alguma coisa, mas não consegui, o ar me faltou. Todo o ar da sala pareceu ter sido sugado.

A amiga da minha irmã Onde histórias criam vida. Descubra agora