II. Deságue (cap. 5)

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E colidiram.

Yibo avançou sobre o corpo de Zhan com uma pujança avassaladora, ele estava desesperado, faminto por afeto. Xiao também havia se lançado contra os braços do outro, mas ficou surpreso com a firmeza dos toques em seu corpo.

Os lábios se encontraram pela primeira vez, era algo eletrizante e confuso ao mesmo tempo, porque nunca haviam provado de uma intimidade como aquela com alguém do mesmo sexo.

Era extasiante e esmagador.

As cabeças se movimentavam em sincronia para o desfrutar do toque ser perfeito, o encaixe havia sido rude evidenciando a agonia por mais. Zhan se afastou para respirar de olhos fechados, o peitoral subindo e descendo freneticamente. Uma de suas pernas estava esticada sobre o banco, já a outra estava pendurada.

Wang ainda estava sedento, desta maneira se ocupou em provar a quentura do pescoço do mais velho. A carne rosada e cheia desferia beijos carinhosos sob a derme arrepiada, a saliva pintava e moldava com ajuda da língua. Xiao gemeu e levou a mão esquerda para os fios do mais novo, os movimentos difusos que o outro executava o deixavam perdido.

Yibo tateou o abdômen coberto de Zhan e adentrou a camada de roupa fazendo carinho na região, desvendou a pele como se fossem páginas grossas de braille. Como um sopro de pétalas selvagens em uma época de verão, a lascívia se impregnou nas ações e no local. Os dedos subiram e esfregaram em toques circulares um dos mamilos alheios, em uma reação óbvia, a vítima da tortura ofegou e apertou cada vez mais as madeixas do algoz.

O recinto já estava quente graças as pedras que exalavam a fumaça tranquilizadora, mas com aquela devassidão, fervia. Em um som semelhante a um rosnado, Yibo segurou as extremidades dos tecidos de lã e os ergueu rapidamente, deixando o tronco de Xiao desnudo. Livre das peças, Zhan levou as duas mãos até o pescoço de Wang, o afagando. Ele o mirou temporiamente nos olhos, em seguida levantando a veste escura do rapaz e revelando um torso pálido e magro, porém levemente malhado, não sendo tão diferente do seu.

Imitou os gestos que recebeu, roçando as palmas das mãos pelo busto alheio, os dedos passearam pelas elevações até se aproximarem do umbigo para posteriormente retornarem e estimularem as partes mais sensíveis. A cabeça de Yibo pendeu para trás, suas bochechas queimavam e seu ventre se contorcia. O estímulo era prazeroso e fazia com que seus lábios iniciassem uma brincadeira de se abrirem e de selarem-se.

A mão firme de Zhan puxou lentamente sua nuca de volta ao eixo. Um dos dedos macios ameigava a maçã de seu rosto e aquecido pelo carinho acabou friccionando a derme na palma alheia. A beijou com dedicação e subiu até o pulso, para em seguida se jogar de volta para os braços acolhedores. Se encararam de perto e voltaram a se beijar, assim retomando a aflição e insanidade.

Wang abriu a boca e recebeu a dádiva de ter a língua de Xiao degustando e molhando sua carne. Retribuiu o presente sendo mais ousado ao adicionar os dentes e selares rápidos. Cada um possuía uma das mãos pressas em uma mecha de cabelo alheia, em puxões ditavam um ritmo sádico e lento. Em uma ânsia para desbravar mais daquela loucura, Yibo se assentou melhor sobre o colo do outro e se desafiou a iniciar um movimento com os quadris.

Xiao crispou os lábios e cerrou os olhos, mas não aguentou por muito tempo e liberou o segundo gemido. O atrito se tornava cada vez mais rápido, em uma ida e vinda intensa semelhante a uma onda cheia de espumas se chocando com uma rocha.

Mas não era daquela forma que Yibo desejava continuar. O jovem inclinou o corpo para frente até que o mais velho estivesse deitado no banco. Arrancou apressadamente os calçados de ambos e começou a retirar o cinto, enquanto Zhan permanecia deitado e o admirando. Quando desceu o zíper suas mãos foram afastadas e substituídas pelas de Xiao, respirando descontroladamente, o último desencadeou uma segunda sessão de tortura.

Tons De Gelo {WY+XZ}Onde histórias criam vida. Descubra agora