A doença de S/n

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  O casal Watanabi havia recebido generosamente os caçadores de onis em sua humilde residência e fizeram isso com alegria, pois nunca puderam ter filhos. Tieko, a esposa de Hiroshi, cuidou dos feridos e arrumou futons e cobertores confortáveis para todos. Infelizmente, não tinham um quarto de hóspedes, então todos tiveram que dormir no sótão. Ele era limpo, tirando uma teia de aranha no teto.

  Quanto a Kaori, todos correram atrás dela. S/n, para impedir que ela tropeçasse e quebrasse o pescoço, Tanjiro e Zenitsu estavam em busca de respostas, Nezuko só foi porque seu irmão mais velho estava lá e Inosuke foi, mas foi arrastado.

  Depois de um bom banho, todos estavam sentados em seus futons no sótão, ouvindo o som da chuva que caía lá fora. Zenitsu estava tentando passar uma linha no buraco da agulha para costurar seu uniforme e o haori, quando S/n finalmente resolveu explicar sobre sua habilidade especial.

  -- Eu posso comer onis para absorver suas características.

  Ela iria continuar, ignorando as expressões surpresas dos rapazes, mas Kaori a interrompeu.

  -- O Genya pode fazer isso, mas a S/n não.

  As duas lançaram olhares hostis uma para a outra. Kaori continuou:

  -- O estômago, intestino, sei lá como se fala dela não é tão forte assim, então ela não pode comer carne, só beber o sangue.

  -- Mas ela comeu a carne - Tanjiro disse.

  -- Mas ela comeu a carne - Kaori repetiu e elevou sua voz. - Da última vez que isso aconteceu - apontou para S/n. - ela ficou doente! O corpo dela ficou rejeitando a carne do oni e tudo o que ela comia ou bebia voltava por onde tinha entrado!

  -- Vomitar é uma forma mais bonita de dizer isso - S/n revirou os olhos.

  Kaori lançou mais um olhar feio para a amiga e continuou.

  -- Ela quase morreu de fome - e disse depois uma pausa. - E de desidratação - e completou - E de febre. Graças à Buda, Shinobu conseguiu uma cura.

  -- E qual seria a cura? - Tanjiro perguntou.

  S/n olhou ele nos olhos. Ele parecia realmente preocupado. Mas por quê? Os dois mal se conheciam. Ele só havia emprestado um guarda-chuva para ela e fizeram uma missão juntos depois de uns dois meses, mas resolveu responder.

  -- Veneno de glicínias - e completou ao ver a expressão horrorizada de Tanjiro. -  Uma versão mais fraca dele.

  Kaori se levantou de repente, chamando a atenção de todos, menos de Inosuke que acabou de soltar um ronco, já que estava dormindo.

  -- E eu vou mandar uma carta para ela agora mesmo para pedir o bendito do veneno.

  A garota saiu do sótão com passos irritados e rápidos, iria pedir papel e tinta emprestados para os Watanabi.

  Um silêncio se instalou no local. Parecia que nem Tanjiro ou Zenitsu tinham a coragem o suficiente para iniciar uma conversa com S/n. O Kamado mais velho havia reparado que ela havia agido de maneira confiante, como se não ligasse para essa doença esse tempo todo, mas percebeu que a jovem exalava um leve cheiro de alguém com medo. Conhecia esse aroma muito bem, pois Zenitsu costumava a exalar isso sempre que partiam em uma missão.

  Nesse momento, o loiro parecia estar realmente com problemas. Não conseguia de jeito nenhum enfiar a linha na agulha e estava começando a ficar irritado. Ele disse:

  -- Eu não consigo acertar o buraco.

  S/n respondeu:

  -- Deve ser por isso que você não consegue arranjar uma esposa.

Imagine - Tanjiro KamadoOnde histórias criam vida. Descubra agora