Imagine - Tanjiro Kamado

Sombras e luz

  Eu realmente peço perdão por ter feito vocês chorarem tanto no capítulo anterior. Este aqui está um pouco mais leve, prometo. (シ_ _)シ

  De qualquer jeito, obrigada pelos 22k de leituras. Apesar de fazer minhas leitoras sofrerem, vocês sempre voltam aqui, e isso me alegra muito. (/・༚・)/❂

  Fiquem com o capítulo e boa leitura~

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  A garota sentiu um arrepio desagradável percorrer sua espinha. Os gritos daqueles que ainda tinham condições de se manter de pé e lutar retornaram aos seus ouvidos. Não sentia nenhuma vontade de sair daquele abraço apertado, onde conseguia encontrar uma mísera particular de segurança, um dos únicos fatores que a não a fazia desabar por completo.

  S/n se sentia quebrada.

  Provavelmente ignoraria tudo e todos e continuaria escondia em meio aos braços do seu irmão mais velho, mas os instintos de caçadora de onis vieram a tona novamente, a obrigando a apurar os ouvidos e perceber o que estava acontecendo. Até mesmo Sanemi havia erguido os olhos para espionar o motivo de toda aquela algazarra.

  -- POR FAVOR, TANJIRO! PARE DE FAZER ISSO! - aquela era a voz de Zenitsu.

  -- ONII-CHAN, VOLTE PRA GENTE! VOCÊ NÃO É UM DEMÔNIO! - Nezuko gritava.

  O que estava acontecendo? Tanjiro não estava morto? Desvencilhando-se daquele abraço, S/n enxugou as lágrimas com a manga do uniforme, e seu cérebro se recusou completamente a acreditar no que seus olhos estavam presenciando. Ela não sabia o que sentir ao ver aquela cena. Alívio? Pavor?

  Tanjiro estava vivo, mas aquele não era o Tanjiro que S/n conhecia. Seu braço havia regenerado completamente. Os olhos vermelhos não transmitiam mais nenhum tipo de gentileza ou empatia. Marcas como chamas avermelhadas eram gravadas em seu rosto, que não esboçava nenhum sorriso. Os dentes caninos eram alongados como presas, e as unhas como garras. O rapaz rosnava e grunhia como um animal selvagem, tentando atingir todos aqueles que tentavam se aproximar.

  O mais assustador de tudo era o fato de estar de pé sob os raios solares, sem possuir uma queimadura sequer.

  Após ficar vários segundos com a boca levemente aberta, processando lentamente o que estava acontecendo, S/n sentiu raiva. O sangue ferveu como lava em suas veias. Que brincadeira de mau gosto era aquela? Como Muzan ousava transformar Tanjiro em um demônio? Não poderia simplesmente colaborar e ir para o inferno sem atrapalhar a vida de mais ninguém?

  Se fosse para morrer, Tanjiro deveria sucumbir como o rapaz gentil e amável que todos conheciam, não como uma criatura completamente hostil e descontrolada.

  O Pilar do Vento tentou se levantar, mas S/n o impediu de fazer isso ao colocar uma mão em seu ombro. A garota se colocou de pé e sacou sua nichirin.

  -- Pode descansar. Eu cuido das coisas a partir de agora.

  Sanemi tentou protestar, mas sua irmã já estava fora do seu alcance. Os kakushis ao seu redor não o deixaram ir para a batalha, seus ferimentos eram graves demais.

  Lutar contra Tanjiro oni era algo impossível. Ele havia conseguido arremessar o Pilar da Água para longe, seus amigos não teriam o psicológico para cortar sua cabeça e mesmo que conseguissem fazer isso, o que garantiria que ele iria morrer? A única vantagem que possuíam era uma lâmina feita com um minério banhado pelo sol, mas se Tanjiro era imune ao sol, como iriam matá-lo?

  S/n se recusava a pensar na possibilidade de ele ser tão forte quanto Muzan.

  Suas pernas pareciam se mover sozinhas enquanto corria. Olhar a condição do homem que ela amava era doloroso demais. Ver aquele semblante impiedoso e hostil era cruel demais. Mas no fundo ela sabia que era a única que tinha mais condições de permanecer lutando, ela teria que ser a pessoa a dar o golpe final. Não sabia se seria forte o suficiente para fazer isso, mas não podia ficar pensando sobre esse assunto se não quisesse perder a pouca sanidade que ainda lhe restava.