⋙ Porto Seguro {D.M}

3.6K 203 70
                                    

HELLOU, GALERA! Sim: eu, ilustríssima autora, vim trazer um imagine fresquinho pra vocês, porque HOJE É MEU ANIVERSÁRIO {26/12} e são meus leitores lindos que recebem presente!!!

Sério, vocês merecem isso e muito mais, porque me deram o melhor presente de todos: amor pelas coisas que eu escrevo. É algo pequeno, mas muito importante pra mim. Quando vi que o livro chegou à 23 MIL LEITURAS e 1.6K FAVORITOS, eu simplesmente surtei!!! TIPO, CARA????

Obrigada por absolutamente tudo! Esse imagine foi escrito com palavras sinceras do meu coração, seguindo os pedidos (antigos, já rs) da Stranger_11__, OMG_its_Moon e LahWheeler, que pediram o Draco se apaixonando por uma nascida trouxa + a linda da ruelzito que pediu um imagine no qual a protagonista se torna o porto seguro do Draco.

Não sei se correspondi às expectativas de vocês, mas, de qualquer forma, espero que gostem do meu presente! E obrigada ultrxvioleta por falar que meus imagines são incríveis e pedir por mais! ❤️

Sem delongas, aproveitem a leitura.

*****

Porto Seguro

Draco Malfoy sabia que não era a melhor pessoa do mundo. Merda, ele sabia que era uma pessoa ruim, do tipo que apodreceu depois de ter contato com tantas outras frutas podres. Os olhos eram azuis como o gelo, às vezes prateados como a lua; mas tudo o que o garoto conseguia enxergar era sangue.

Divisão de sangue.

E ele acreditou. Por muito tempo, acreditou no que a família pregava, então isso o tornou soberbo, pensando que era invencível. E, realmente, Draco achava que era. O tipo de pessoa que jamais falharia, que não cometeria erros, simplesmente porque estava acima disso tudo. Porque nunca em sua vida seria capaz de amar e deixar esse sentimento atrapalhar sua ambição.

Mas Malfoy não podia estar mais errado.

O último ano em Hogwarts o quebrou. Quer dizer, a guerra o quebrou, do mesmo modo que todas as guerras eram capazes de destruir espíritos por completo. Era exatamente isso que tinha acontecido: seu espírito quebrou e se partiu em dois, com cacos tão afiados que cortavam a si mesmo. O peso da sua tarefa mortal o consumiu de tal forma que não conseguia nem mais enxergar o sangue, tão familiar desde o seu nascimento. Ao menos, não do mesmo jeito.

Sangue-puro? Meio-sangue? Nascido trouxa?

E do que isso importava? Se, quando tudo acabasse, todos estariam enterrados debaixo da mesma terra?

O único sangue que agora visualizava era aquele que escorria do antebraço, furado pela pressão das próprias unhas. E o líquido vermelho que logo sujaria suas mãos, quando cumprisse sua tarefa; quando finalmente se quebrasse por completo. Draco não tinha saída. Não tinha amparo. Caminhou até a borda do precipício, então sua única opção era pular e aguardar o próprio fim.

Ninguém ligaria. Sua mãe, talvez, mas não o suficiente para salvá-lo. Foram tantas as vezes que estendeu a mão e deu gritos silenciosos por ajuda... em vão. Ninguém ligava. Seu pai, sua tia, sua família, os amigos vazios do colégio --- então certamente não uma grifana de sangue-ruim que insistia em ficar por perto. Não, não ela. Malfoy até chegou a se sentir mal, porque, quanto mais tempo passava com aquela garota, mais sentia que estava sugando a vida dela.

E _____ era tão cheia de vida. Havia algo por trás daqueles olhos brilhantes que irradiavam luz e resiliência, como se fosse uma âncora firme na qual as pessoas podiam se segurar. Quanto mais a bruxa insistia em tentar uma amizade com Draco Malfoy, mais ele sentia que estava prestes a explodir. Porque na primeira vez que foi tocado por aquela luz, algo mudou. Um formigamento estranho, um sopro de vigor; alguma força que o puxou para cima quando tudo o que desejava era afundar.

Se lembrava do que dissera a ela em um raro momento de vulnerabilidade, quando estava jogado no chão do banheiro do terceiro andar e sentia que ia morrer.

"Uma garota com olhos tão brilhantes não deveria se cercar de tanta escuridão."

Draco esperava que aquela maldita grifana pudesse ver o pânico em seus olhos e entender o recado. Ele só queria que ela se afastasse; que o deixasse se tornar aquilo que foi criado para ser. Um monstro? Um assassino? Uma casca de si mesmo? O loiro nem mesmo sabia. Mas a sangue-ruim era tão teimosa, e... e...

"Você se esqueceu que uma estrela só é capaz de brilhar no escuro, Draco?"

Naquele maldito momento, Malfoy podia jurar que seu nome saindo daquela boca era como um colete salva-vidas. Uma corda, algo a agarrar, — se ao menos se permitisse. E o jeito que murmurou o nome dela em retribuição foi a coisa mais estranha que já tinha testemunhado, a quantidade de sentimentos o assustando por um momento. Foi como uma súplica. Uma oração.

_____.

Por favor, me salve.

E por mais que ele não pudesse entender o próprio pedido e nem tudo o que escondia por trás dele, _____ soube que Draco Malfoy precisava de uma âncora; de um porto seguro onde se atracar. Porque, caso o contrário, jamais sairia do fundo daquele mar sombrio.

Porém ele tinha um dever, uma parte fundamental na destruição que estava prestes a acontecer. Ele não amava o mundo bruxo — porque não amava nada —, mas o pensamento de vê-lo destruído era tão doloroso que o deixava sem ar. Sempre desejou sumir daquele lugar tão cheio de magia, porque se sentia sufocado, sufocado...

Até o dia que a corda se estendeu pela primeira vez.

O sonserino demorou a segurá-la. Mas, quando o fez, descobriu que não queria mais se soltar.

O mundo passou a ter um pouco de sentido, com cores e aromas que o garoto nunca havia percebido antes. E então teve medo. Mais do que qualquer pavor que sentira antes na vida, Draco temeu pela segurança de _____ e a possibilidade daquela luz não ter um futuro. Se ela se apagasse... por Merlin, se ela se apagasse, não sabia o que restaria dele.

Ou talvez soubesse.

Nada. Não restaria nada.

Se ela se fosse, o golpe final seria desferido, e só então o garoto quebraria por completo, profundamente, sem possibilidade de remendo.

Então ele percebeu que nada mais importava. O sangue trouxa, o emblema reluzente da Grifinória, sua perfeita família sonserina, a guerra... nada mais. Uma epifania o atingiu. E, ali, naquele caótico campo de batalha, observando-a ao longe, Draco Malfoy se perguntou se jamais entenderia os planos que o universo tinha para ele e por quê seu destino tinha se entrelaçado com alguém tão diferente de si.

Mas quando tudo acabou, ele entendeu.

Quando estava tão cansado e cheio de rachaduras, as mãos delicadas que o envolveram em um abraço finalmente o fizeram entender: a guerra podia tê-lo quebrado, mas Draco ainda seria capaz de tornar a si mesmo uma arte abstrata.

Também não importava se ele estava mergulhado em escuridão, porque mesmo a noite é capaz de trazer paz — e agora a dele trazia, porque era iluminada pela estrela de _____.

E nos lábios dela, Malfoy encontrou a felicidade de um porto seguro.

𝐇𝐚𝐫𝐫𝐲 𝐏𝐨𝐭𝐭𝐞𝐫 𝐈𝐦𝐚𝐠𝐢𝐧𝐞𝐬Onde histórias criam vida. Descubra agora