Capítulo 24 - O meu preço. Não Editado.

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      Eu estava deitada, fazia muito frito. Tão frio que saia fumaça marcando minha respiração. Meus lábios tremiam assim como todo meu corpo, que parecia muito mais frágil na grande cama.

      Nada, absolutamente nada fazia barulho, estavam tudo tão quieto que tive a sensação de estar em uma bolha. Por algum motivo, eu não conseguia dormir e de nenhum modo conseguia me aquecer.

      O silêncio foi interrompido repentinamente por gemidos agudos de dor. Porém, não vinham de fora, estavam dentro do meu quarto. Eram vozes ensurdecedoras, exalando profundo sofrimento.

Quem está aí? ― Gritei aterrorizada. Tudo se calou outra vez.

      Só conseguia ouvir minha respiração ofegante. Tentei me levantar da cama, mas o meu corpo não reagia. Quis girar minha cabeça, não obtive sucesso, estava sendo obrigada a olhar para o teto.

      Passos pesados e duros começaram a soar e pareciam se aproximar de mim. Quanto mais fortes e altos, mais a minha palpitação aumentava.

      Eu queria gritar, porém, assim como meus movimentos, minha voz havia desaparecido também. Vi algo ser lançado ao meu lado, um peso a mais na cama. Só então recuperei minha gesticulação.

      Ergui meu corpo gritando para quem quer que estivesse ali.

      Só que não tinha ninguém.

      Em um pulo saltei da cama correndo para a porta. Ela estava trancada.

      Um calafrio horrível percorreu minha espinha. Contra minha vontade, retornei para a cama em direção ao que estava jogado ali. Quanto mais eu me aproximava, o "aquilo" ganhava forma. Era um corpo masculino deitado de bruços.

― Quem é você? ― Ele não respondeu, permaneceu imóvel. Com dificuldade girei o seu corpo e gritei ao constatar de quem se tratava.

     Henry estava morto. Havia um buraco enorme em seu peito revelando tudo o que havia em sua caixa torácica.

Henry! ― Tentei levantar o seu troco o abraçando. Era horrível ver minhas lagrimas se confundido a poça de sangue que saia dele.

― Será você, Lua ― A voz fria era cortante na alma. Virei o rosto e vi Adrien sorrindo malignamente, segurando uma faca.

Fique longe de mim! ― Berrei, mas ao tentar fugir, o cadáver de Henry me prendeu. Quanto mais urgente eu tentava me soltar percebia que aparentemente, ele me agarrava.

― Seremos nós dois para sempre, querida ― ele estava falando comigo, contudo, era uma figura monstruosa. Vermes saiam pelo buraco no peito, a voz não era dele, a força era sobrenatural. ― É isso que irá acontecer com você! ― Adrien estava cada vez mais perto, Henry me sufocava com a força sobre-humana.

      Eu seria morta por eles.

― Senhorita! ― Acordei ouvindo gritos. Eram meus. Sarah me encarava com espanto, assustada. ― O que houve?

      Me sentei rapidamente colocando a mão sobre o peito, meu coração estava terrivelmente acelerado, minha respiração ofegante, eu suava muito.

― O que aconteceu com você? ― Meus olhos atentamente procuravam pelos príncipes ou por qualquer vestígio que fosse de sangue.

― Eu... ― Tentei me levantar da cama, porém, ainda com medo, cai no chão.

― Vou chamar o príncipe ― Sarah parecia alarmada com meu comportamento.

Não! ― Gritei lhe assustando ainda mais. Respirei fundo e tentei falar mais calma. ― Desculpe, tive um sonho ruim ― Sarah se aproximou de mim, se abaixou, segurou minha mão e me ajudou a levantar.

A Grande MonarcaOnde histórias criam vida. Descubra agora