Capítulo 16 - No dia seguinte... Não Editado.

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     De todas as formas que eu imaginei que seria a manhã pós o baile, era muito diferente. A expectativa e a realidade eram opostas: Não tinha o coração quebrado ao meio e minhas esperanças cresceram de uma maneira alarmante. Eu acordei sorrindo, cantando antes dos pássaros.

     Finalmente eu conseguia entender Adrien. Se fosse mesmo a nossa única chance, era tão errado assim? Será que existia alguém que pudesse julgar o amor? Ou que em toda Alliance, estivesse mais apaixonado que nós dois?

     Se ele não amava Sophie, que culpa eu poderia ter? O que ela poderia ter que conseguisse competir com tudo o que já vivemos? Com todos os sorrisos, com todos os abraços, com cada memoria?

     Sophie podia ter um reino a sua disposição, mas eu tinha algo que não se podia comprar, eu tinha o coração dele.

     Éramos inevitáveis. Quais as chances de acontecer tudo aquilo? Casamentos arranjados, chantagens, mentiras? A vida, que quanto mais tentava nos manter longe, mais nos aguçava a ficar juntos.

     Eu nunca tive certeza de nada, do que teria para comer, ou para vestir, até se eu teria um futuro. Era um túnel escuro, que eu andava caindo, tropeçando e sem saber se avançava ou recuava, o que me esperava na escuridão. E ele era a minha luz, era minha certeza. Era o meu amor.

     Quando ouvi batidas suaves na porta, sorri. Era tão cedo que nem Margareth havia aparecido ainda e eu sabia que não era ela. Sabia que ele também tinha urgência em me ver. O amor da minha vida estava do outro lado da porta.

     Desci da cama e fui praticamente flutuando ao seu encontro.

― Precisamos conversar sobre o que aconteceu ― meu sorriso morreu com um balde de agua fria. Também sabia que ele viria. De todos, eu tinha plena certeza que ele seria o primeiro a vim.

     Henry seria o menos satisfeito com o ocorrido do baile.

― Não tenho nada para falar com você ― cruzei os braços em frente aos peitos me sentindo muito arrependida por estar usando camisola enquanto ele já estava todo arrumado. ― Se veio falar sobre Beatrice, não perca o seu tempo ― Ah esperança, que maldita! Como queria acreditar que se tratava de Beatrice, que ele não sabia nada sobre seu irmão e eu.

― Não é sobre ela que eu quero falar ― ele estava serio, mas não com a carranca ameaçadora de sempre, e nem com o sorriso que te fazia acreditar que escondia alguma coisa. ― Já que tocou no assunto, eu mesmo tenho me empenhado para que ela seja castigada como merece ― revirei os olhos.

― Com certeza. Ontem, por exemplo, ela parecia sofrer muito com o seu castigo.

― Ela não estava no baile ontem ― impressionante, ele mentia genuinamente! ― Quero falar com você sobre o baile e sobre nós dois.

Nós dois? ― O ceticismo afetava minha voz. ― Príncipe Henry, não existe nós dois.

     Ele suspirou com um meio sorriso. Estava agindo diferente, estranho, paciente.

― Querida, preciso mesmo falar com você sobre o baile ― Meu Deus. A voz dele estava afetuosa? Era um novo tipo de estratégia? Agora ele encenava o bom moço?

― O baile? Você passou o baile com sua querida Beatrice e eu com ― me interrompi. Era isso que ele estava procurando, uma confissão? Medi minhas palavras antes de solta-las ― Com o amor da minha vida ― eu estava decida a enfrentar qualquer coisa por Adrien, e isso incluía o irmão dele.

     Ficamos quietos e os olhos dele ficaram distraídos, meio que perdidos.

     De repente, eu ouvi um riso baixinho, que exalava incredulidade. Sabe quando sorrimos ao nos dar conta do obvio? Quando algo está bem na nossa frente e não percebemos, mas quando notamos, rimos por ter sido tão desapercebidos? Esse era o riso dele.

A Grande MonarcaOnde histórias criam vida. Descubra agora