O meu corpo tremia, o vestido estava pesado por estar ensopado, meu cabelo grudava no meu rosto e parecia que a qualquer momento eu cairia mais uma vez. Meu braços estavam arranhados, fazia horas que eu não comia nada, mas eu precisava continuar. Provavelmente eu tinha me perdido, porem, estar suja, exposta a chuva, fraca, indefesa, era muito melhor que a proposta de Henry. Em vinte e quatro horas, eu havia percebido que estava presa em um pesadelo disfarçado de sonho.
Depois que Adrien anunciou o casamento, não havia motivo algum que me prendesse no palácio, eu queria ir embora, precisava, necessitava! Não queria estar diante do homem que eu amava sabendo que ele se casaria com outra, implorei para ir embora.
― Eu preciso ir! ― já havia me levantado e caminhava na direção que eu julgava me levar para fora daquele labirinto exuberante.
― Você não pode ir! ― o rei bateu com força na mesa me petrificando. Não era bom sinal. O homem que sempre pareceu gentil para mim, me ofertando sorriso e tentando puxar assunto comigo havia desaparecido, dando lugar a um homem de voz fria, movimentos calculistas e autoritário.
― Eu quero ir, o reino não me deve nada! ― por mais que eu quisesse manter a pose, estava assustada. Era o rei e poderia fazer o que quisesse, ninguém interveria por mim.
― Você precisa ficar aqui ― franzi o cenho. Precisava? Por quê? ― Vá para o seu quarto ― ordenou.
― Eu quero ir...
― Prendam-na no quarto agora mesmo! ― berrou.
Eu tinha a impressão que tudo estava ocorrendo em câmera lenta. Os guardas me arrastando pelos corredores, eu gritando e tentando inutilmente me soltar, a rainha sorrindo, Adrien de cabeça baixa e Henry presenciando a cena sem expressão.
― O que houve senhorita? ― Margareth se assustou quando me jogaram porta adentro.
― Eu preciso ir embora! ― assim que fecharam a porta, me levantei rapidamente e corri até as cortinas lhes arrancando.
― O que está fazendo?! ― parecia confusa, mas com o meu comportamento, quem não?
― Margareth ― lhe segurei pelos braços ― Me ajuda, por favor, eu tenho que ir! ― supliquei, acho que os olhos arregalados dela refletiam os meus.
― O que aconteceu?
― O rei... Adrien... Henry... ― eu gesticulava, o folego me faltava e meus olhos não saiam da porta.
― Respire, respire! ― ela puxou o folego e eu a imitei.
― A porta... ― eu apontei tremendo ― Me ajude a fecha-la! ― fomos até a penteadeira e com dificuldade empurramos até que impossibilitasse a entrada.
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A Grande Monarca
RomanceNo reino de Alliance, onde a monarquia se ergueu de um modo aparentemente misterioso e as pessoas são separadas pela cor da roupa que vestem, vivia uma garota de cabelos platinados chamada Lua: uma órfã que roubava para comer. Ela tinha um segredo u...