― E o que acha desse? ― Coloquei o vestido de tule verde a frente do meu corpo. Margareth balançou a cabeça negativamente. De novo. ― Como vou estar arrumada a tempo se você diz não para toda roupa que eu te mostro?
― Você disse impecável.
Quando voltei para o quarto, Margareth pulou em mim, literalmente. Perguntou sobre tudo. A roupa que ele usava, onde tinha me levado, o que falou (palavra por palavra), se tocou em mim e se a resposta fosse sim ela queria saber como e onde. Para ela, a historia toda era incrivelmente romântica.
― Esse é o quinto! Estou no quinto vestido e nada te agradou! ― Entrei novamente para o que eu batizei de "quartinho da luxuria" e procurei entre as muitas peças a mais bela de todas.
Eu queria parecer o mais bem vestida possível. Queria que Adrien me visse no meu melhor estado e olhasse para a noiva com um aperto no peito por não ser eu no lugar dela.
Não tinha como competir com Sophie. Ela era uma princesa antes de tudo. Entretanto, se era para perder o homem da minha vida assim, que pelo menos ele me achasse bonita antes de passar o resto da vida preso a uma esposa indesejada.
― Tem certeza que não existe uma pontinha de príncipe Henry por trás disso? ― Perguntou sugestiva me fazendo revirar os olhos.
― Me diga, o que exatamente soa romântico para você? Seria os meus amigos de refém? A minha total falta de vontade de estar aqui? Uma proposta estupida e sem motivo? ― Senti a raiva me subindo. Qualquer teoria idiota romantizada sobre Henry me causava náuseas. Uma tarde boa não compensava absolutamente nada do que já tinha acontecido.
― Okay, certo, você não quer um casamento ― ela levantou as mãos em sinal de rendição, porém o seu tom de voz não era de quem havia se dado por vencida. ― Mas, e se não fosse assim? E se você fosse uma princesa de um reino distante que veio em visita, não ficaria com ele? ― Falava como se estivesse sonhando acordada. Respirei bem fundo para não me estressar com a garota.
― Ficaria com o irmão dele ― ela suspirou como se estivesse irritada.
― E se o irmão não existisse?
― Quem sabe ele não teria um primo? ― retruquei em tom de deboche.
― E se estivesse somente vocês dois, em todo o reino? E vocês tivessem que reproduzir toda a espécie humana? ― O absurdo daquela ideia me fez rir.
― Exibindo a situação assim, bom, sim, nesse caso eu ficaria com ele. Mas saiba que seria somente por falta de opção! ― Levei para ela um vestido de longas mangas prateadas. Apenas para lhe ver suspirar com total insatisfação. ― Então me diz como eu vou? ― Impaciente, me joguei na cama ao lado dela.
― Poderia ir nua e chamaria a atenção de todos! ― lhe acertei um travesseiro, mas sorri do comentário. ― Venha, vamos colocar alguma cor nesse rosto pálido.
Me sentei de modo relaxada na cama enquanto Margareth se dirigia para a penteadeira indo buscar as maquiagens.
― Tem certeza que não quer ir até o antro de embelezamento? Não sei se eu sou tão boa quanto às maquiadoras e cabelereiras de lá.
― E conhecer a princesa com a rainha e Beatrice ao lado? Prefiro mergulhar em poço cheio de cobras! ― A rainha, como boa anfitriã, teve a brilhante ideia de todas as mulheres serem arrumadas juntas, em um enorme salão. Era uma maneira de situar Sophie ao novo lar. As esposas e filhas de ministros, marqueses, lordes e todas que tinham de estarem presentes no jantar e que estava hospedadas no palácio amaram a ideia de corpo e alma para o azar das empregadas, que se esforçavam para agradas as megeras.
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A Grande Monarca
RomantizmNo reino de Alliance, onde a monarquia se ergueu de um modo aparentemente misterioso e as pessoas são separadas pela cor da roupa que vestem, vivia uma garota de cabelos platinados chamada Lua: uma órfã que roubava para comer. Ela tinha um segredo u...