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Continuação, 11 de Março

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Continuação, 11 de Março

No caminho para casa, Flora trombou com alguém de capuz preto, suspeito daquela pessoa, mas ao se distanciar um pouco ela percebeu que aquele alguém tinha pegado o papel das pistas no bolso externo da mochila, que estava pendida em seus ombros. Flora correu e ao virar a esquina viu o capuz se abaixando e fios de cabelos vermelhos soltaram-se de um coque mal feito, a menina misteriosa olhou para trás, não havia mais ninguém naquela rua além de Flora e ela. Assustada, aquele alguém de olhos escuros encarou Flora a uns 15 metros de distância, ela sabia que não poderia ter feito aquilo, não queria nada de mal com Flora, mas seu irmão a tinha mandado até lá, nunca havia se rebaixado tanto pensou. Dandara sempre foi esnobe e tals, mas porque uma farsa ela tinha que manter naquela escola ridícula, sempre ajudou o irmão em seus planos para uma vida um tanto arriscada. A mãe adotiva dela não podia saber do que estava acontecendo, muito menos que era com alguém da escola. Flora reconheceu Dandara de algum lugar, talvez a tenha visto na rua ou... pensou...

Na escola!

— Olha, desculpa tá? Assim... - começou a falar nervosa. — Eu posso ser completamente diferente naquele lugar, mas quando estou em ação eu não posso parar. - Flora observou bem os movimentos dela, as duas baixaram a guarda de uma a outra, foram se aproximando de passo a passo, os olhos de Flora iam das mãos da garota até aqueles olhos escuros, observava bem como se fosse pular em cima dela de uma hora para outra. Chegaram perto de olhos vidrados se encarando. — Mas... Talvez você possa trocar por algo? Eu te devolvo o papel e tu não conta para ninguém. - Dandara tentou aquela jogada, Flora até que ia jogar aquele jogo mas foi surpreendida por um empurrão, acabou caindo de costas nas paredes verdes da antiga casa, viu uma pessoa de moletom azul marinho.

— Cara! Por que você empurrou a menina, ela não fez nada! - Dandara o repreendeu, embora participasse daquilo, o que não tem muito sentido, ela ainda possuía dignidade e medo de machucarem mais pessoas.

— Entra no carro! Você quem fez o trabalho errado! - Era a voz de alguém desconhecido. Levantou desnorteada com as mãos nas costas, aquilo era bem pior do que imaginava. Não era só algo bobo, ela tinha que descobrir o que estava acontecendo. Após tirar a touca preta, Flora passou as mãos nos fios brilhantes, embora ela tivesse acabado de cair, não poderia ficar sozinha ali. Ela sabia que aquela menina era alguém de contatos errados e bons, poderia sim fingir ser a esnobe mas tinha um lado desconhecido. Verificou os bolsos da sua mochila bege e percebeu que aquela menina não pegou o papel das pistas e sim a carta de Lorenzo, ou melhor, um papel meio amassado. Andando alguns metros, Flora não tinha dúvidas de que aquilo estava armado, lembrou de Antônio, ele estava com medo dela contar para a polícia, mal sabia ele que ela tinha um policial parente, não só parente como é o pai dela. Flora sempre viu o pai como um salvador dela e que sempre a entendeu, sempre teve uma relação boa e feliz diferente da mãe, as duas sempre viviam de brigas por coisas bobas.

— Flora! Flora! - Lorenzo e Jade não paravam de correr até ela, a menina se virou assustada, poderia ser alguém, a dor nas costas batucava em um ritmo desgastante. "Que diabos os dois estão aqui?" pensou a menina . Pararam ofegantes quando a mesma se aproximou. — Eu queria te acompanhar. - Lorenzo completou.

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