Bad boy Good lips

D-Day (2)

POV Justin

Entramos pela porta de trás. Estranhei a movimentação, ou melhor, a falta dela. A estas horas o gajo devia estar em casa, até porque o carro está à porta. Nem quero acreditar que os meus planos vão sair furados porra.

Um certo nervosismo apoderava-se de mim a cada passo que dava. Por fim entramos na casa, as luzes estavam apagadas e quando as acendi deparei-me com a cena mais chocante de todas, e olhem que eu já vi muita coisa. Mas isto era diferente, estamos a falar da minha mãe, a minha família, e neste momento já não podia fazer nada, os meus planos falharam e a minha mãe morreu. O que eu vinha fazer já o tinham feito e levaram-na pra outro mundo junto com o desgraçado.
Estavam os dois corpos bem em frente aos meus olhos, ensanguentados. Eram visíveis dois tiros no peito de cada um. O cheiro a sangue invadia aquele espaço e dava-me náuseas. Eu já estava habituado a ver coisas do género, mas porra é a minha mãe ali. Nós não éramos assim tão unidos, mas custou-me ver aquilo e iria custar muito mais à Melanie. Ela não iria aguentar, é uma fraca, e eram muito unidas até o Jorge quebrar essa união.

-Drew, lamento!- tocou-me no ombro. Ele estava tão perplexo quanto eu.

-Só quero saber quem fez esta merda. Vou torturar e matar o filho da puta.

-E eu vou ajudar em tudo mano, não estás sozinho, temos é que ter calma e ser inteligentes. Quem fez isto sabia muito bem o que estava a fazer.

-Vamos mazé embora. Esse alguém poupou-nos trabalho, o filho da puta a estas horas já está a arder no inferno.

Saímos em direção ao carro e dei partida no mesmo. Fui a toda a velocidade para descontar a tensão que tinha em mim e substituí-la por adrenalina. Só queria chegar a casa o mais rápido possível e esquecer aquilo.

Eu não sou homem de chorar, por isso não o fiz. Mas tinha um grande aperto que me sufocava e mantinha irrequieto. Ninguém faz mal ao que é meu e mesmo não tendo uma relação muito boa com ela, ela era minha mãe. Como é que eu iria contar à Melanie que ela estava morta? Mas vai ter que ser, não lhe quero esconder mais nada.

Estacionei o carro à porta e entrei em casa a pensar que iria tomar um banho e esquecer o que tinha acontecido. Eram 23:30, não se ouvia nada nem ninguém. Fui até à cozinha e estava a Ana sentada numa cadeira com as mãos na cabeça a chorar.

-O que é que se passa?- Pronunciei-me ao vê-la.

-Menino Justin- Levantou-se num pulo- Ainda bem que chegou- As suas palavras saiam rápidas, ela estava nervosa e atrapalhada- Não sei como dizer isto.

-Fala de uma vez Ana. O que é que aconteceu?

-Foi a menina.

-O que é que ela tem?

-Ela desapareceu.

-O quê?- Fiquei estático, não queria ouvir uma coisa destas, muito menos agora- Como assim desapareceu?

-Como ela nunca mais descia, fui ao quarto dela, mas não a vi. Fui a todo o lado da casa, mas ela não estava em nenhum lugar. Pensei que ela tivesse saído sem me dizer nada, mas isso seria estranho porque ela sempre desce para o pequeno almoço, falamos e...

-Desembucha- gritei fazendo-a tremer. O meu sangue se já estava quente agora estava a escaldar. Esta palhaçada estava-me a deixar sem paciência. Era demasiada emoção para uma noite só.

-Fui ao quarto dela para ver se tinha as roupas, mas a maioria não estava.

-Como é que ela teve coragem? Aquela cabra vai pagá-las.

-Drew calma mano. Talvez isto não seja o que parece.

-Cala a boca! É claro que aquela cabra se foi embora, só tenho é que descobrir para onde.