The madness reigns here

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POV Melanie

Estava irritada, furiosa com o Justin.
Não iria ficar nesta casa nem mais um minuto depois do que aconteceu.
Peguei numa mala de viagem e coloquei todas as roupas que couberam e tudo o que era necessário.
Saí daquela casa sem dizer nada à Ana e sem que ela se apercebesse do que eu estava a fazer. Pode ser estúpido dizer, mas sim, estava a fugir de casa do meu irmão, por ele ser uma besta. Os seguranças também não me impediram de nada, pois não tinham nenhuma ordem para não me deixarem sair, eu não estava propriamente presa ali.

Não tinha carro nem carta, então fui andando por aquelas ruas arrastando a mala que estava ligeiramente pesada. Mas o pior é que não tinha para onde ir, estava a pensar em ficar em um motel, pois tinha algum dinheiro guardado. Dava para algumas noites, e tenho a certeza que tinha visto um perto daqui.

Avistei o motel, depois de andar uma meia hora pela rua sozinha. Senti ser observada, mas provavelmente seriam coisas da minha cabeça, o sono já se apoderava de mim e eu já estava a ficar paranóica.
Paguei duas noites, assim que entrei naquele casa assombrada, pois era mais o que parecia, logo pensaria no que iria fazer, mas por agora é o que se arranja.
O senhor que já não era novo, baixinho e que quase não se via de trás do balcão entregou-me a chave do quarto. Olhei o número, quarto número 13, que sorte a minha han? Não que eu seja supersticiosa nem nada, mas sempre tenho algum receio.
Subi pelas escadas, pois o único elevador que havia estava avariado. Aquele motel era realmente assustador e muito mal iluminado, logo eu que não suporto a escuridão.
Entrei no quarto e acendi a luz que por vezes falhava. Depois de o local estar minimamente visível, deu para ver que, como era de esperar, não havia nenhum luxo alí, era apenas o básico, com uma decoração horrorosa e tenebrosa. "Enfim, melhor que nada"-pensei para mim em voz alta. Isto não era mesmo ao que eu estava habituada, pois sempre fui muito mimada.
Pousei a mala em qualquer lugar do quarto e retirei dela um pijama. Suspirei pesadamente e Deitei-me na cama desconfortável e por incrível que parece rapidamente adormeci.

(...)

Acordei em sobressalto. Ouvi tiros vindos do Rez do chão. Alguma coisa me dizia que esta noite não iria estar descansada e eu estava certa.
Saltei da cama desesperada, só se ouviam gritos e disparos. Nem tive a brilhante ideia de ligar para a polícia, pois o meu desespero aumentava com o aumento do número de tiros ouvidos. Nunca tinha estado numa situação destas, não sabia o que fazer em casos como este. Pessoas estavam a morrer e eu não podia fazer nada, mas pelo menos iria tentar salvar a minha pele. Pensei que isto poderia ser um assalto, mas porque raio alguém quereria assaltar um lugar como este a cair de podre?

Abri a porta do roupeiro ao lado da cama, era velho, de madeira castanha escura, e por vezes rangia com o meu peso. Fechei a porta deixando-a entreaberta, pois já sabem que a escuridão não é onde estou mais confortável. Senti lágrimas formarem-se nos meus olhos, mas tentava segurá-las e manter a calma. Esta situação recorda-me um filme de terror que tinha visto e agora era eu que estava na mesma situação que a criancinha do filme.
A minha respiração tornava-se cada vez mais pesada e o desespero era incontrolável. Ouvi a porta do quarto ser derrubada, e não pude evitar chorar desesperadamente. Senti passos vindos na minha direção e a porta do roupeiro sendo aberta. O medo percorreu toda a minha espinha, até apagar devido ao lenço preto que um homem encapuzados colocou no meu nariz com alguma substância que me apagou completamente.

(...)

Acordei sentindo a claridade atingir-me a vista causando algum desconforto. Tentei levantar-me mas os meus movimentos eram bloqueados pelas correntes que rodeavam os meus pulsos e tornozelos. Estava amarrada numa cadeira no meio de algum armazém abandonado pelo que me parecia. Tentei focar, já estava a amanhecer, a claridade invadia o local fazendo os meus olhos enxergarem montanhas de sacos de diversos tamanhos. Pelo cheiro do local eram diversas drogas, provavelmente roubadas. No canto tinha uma mini plantação, pois não era um espaço enorme, mas suficiente para guardar material deste, e perfeito, visto que ninguém desconfiaria. Pelos vistos devo estar num local bem isolado. Nunca pensei que o meu irmão viesse a ser alguém deste tipo.

Bad boy Good lipsOnde histórias criam vida. Descubra agora