Nunca menti para ti

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Aviso de gatilho⚠️


24 de dezembro de 2017

Voltei para a sala com a expressão mais neutra que conseguia manter, tentei me ater a expressão contente de minha mãe tendo uma conversa amena com sua irmã.

— Tem uma coruja na janela, ela já veio duas vezes. — Lupin avisa novamente, mais cedo ele havia dito o mesmo. Não me atentei pois ninguém me mandaria cartas no natal, ainda mais na casa de outras pessoas. E quem talvez me mandasse, já havia mandado duas ontem.

— Será que não é para o comercial de shampoo ambulante? — Sirius disse em um misto de arrogância e brincadeira. Eu não entendia o apelido novo que ele me deu, mas também não entendia nada do que aquele homem dizia. Preferi deixar de lado.

— Pare de ser infantil, Sirius. — Remus repreendeu. Vi sua mão ir em direção a nuca do homem, ele entremeiou os dedos nos fios negros e traçou um caminho para frente, jogando o cabelo para o rosto dele em um carinho singelo. — Você parece um comercial de shampoo ambulante.

— Alguma coisa dos Black ele tinha que ter. — Sirius riu e enlaçou a cintura do lobisomem. Achei a cena peculiar e muito bonita. Eu não sabia se eles tinham algo romântico, porém tudo indicava isso. Era bonito de qualquer forma, mas era tudo menos o que eu precisava ver no momento.

— Vou verificar a coruja. — murmurei mais para mim do que para o restante das pessoas na sala.

Fui em direção a janela já vendo a coruja laranja com coleira lilás de Pansy. Céus, ela não conseguia ser discreta nem com relação a animais. Peguei o papel enrolado e paguei a coruja com um petisco, finalizei tudo com um carinho, esperando que ela voasse. Porém a coruja negou com a cabeça.

— Pobrezinha, Parkinson te mandou esperar uma resposta? — perguntei, acariciando a penugem.

Desenrolei o papel, e revirei os olhos para a carta colorida, odiava como depois que descobriu as canetas coloridas trouxas, ela tinha mania de usar uma cor por parágrafo, o primeiro era rosa:

"Olá, Draquinho.

Se ignorar essa carta... juro que vou na mansão com um bando de aurores. Eu sei que você tá lendo pois é curioso, então só custa um papel e um pouco de tinta para responder sua querida amiga. Você não ficou tão pobre assim. Seguinte, estou na Holanda com minha mãe, por isso cuide muito bem de Fruta por mim. Viemos passar o natal com minha tia — e sim, ela está mais louca, seu novo vício são chapéus, na manhã que escrevo isso, ela entrou na minha sala usando uma versão The Walking Dead de uma savana no formato do chapéu seletor, uma tragédia."

Ri baixinho, Pansy era louca e odiava sua sua tia, ambas tinham um jogo peculiar de intrigas, ela odiava tudo que Pansy fazia; seja as peças de roupas autorais, que atualmente está virando sua primeira coleção, ou até mesmo as telas que produziu durante o quarto ano, na esperança de virar pintora. Por outro lado,  Pansy odiava tudo que sua tia usava e, honestamente, a mulher não facilitava… todo ano era uma extravagância nova, nunca perdia a graça, de qualquer modo.

Levantei o olhar, tentando ver se havia alguém prestando atenção em mim, porém todos pareciam dispersos. Me permiti relaxar e tentar distrair a mente, estava realmente precisando de uma dose insana de Pansy Parkinson. Olhe para Fruta, tive pena da coruja; deve ter sido enviada antes de Pansy ir pela lareira, no início de hoje. Provavelmente esteve me procurando na mansão até achar a residência de minha tia. Levantei para alimenta-la, que aceitou de bom grado os pedaços de pães que peguei na mesa de aperitivos. Eu e ela nos dávamos bem dada a frequência com que sua dona me enviava correspondência. 

Quando Mais Te Amei ✠ DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora