Chapter 29

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Senti o mundo inteiro apagar em um piscar de olhos.

Não faço a menor ideia de quanto tempo fiquei apagada, só sei que meus sentidos estão começando a voltar. Acho que preferia que eles não voltassem, porque agora eu conseguia sentir minha cabeça doendo muito. Minha memória do que havia ocorrido estava voltando aos poucos.

Onde quer que eu esteja, não ouço nada, nenhum mínimo som é produzido. Com um pouco de dificuldade, forço me a abrir os olhos e tentar enxergar onde eu estou. Estava tudo escuro, havia apenas uma pequena lâmpada que era responsável por iluminar todo o local, resultando em uma péssima iluminação. Mas que merda, para onde ele me trouxe?

Eu me encontrava deitada no chão frio, não havia nada ao meu redor. Fiquei olhando para todos os lugares, mas não conseguia enxergar muita coisa, tudo que vi foram algumas barras de ferro, acho que isso é uma cela. 

Com um pouco de dificuldade, me levantei e comecei a analisar tudo melhor. Assim que fiquei de pé, senti uma corrente prendendo o meu pé. Eu ia começar a usar meus poderes para quebra-la e tentar sair desse lugar, mas algo tomou minha total atenção.

Havia mais alguém na cela comigo. Não consegui ver muito bem por causa da péssima iluminação, então fui chegando mais perto, o mais perto que a corrente permitisse eu andar.

Havia uma pessoa jogada no chão, provavelmente desmaiada. Assim que cheguei mais perto, vi quem era e me desesperei.

— Peter? — minha voz quase não saiu, tamanho fora o choque que eu levei.

Assim que o reconheci, me abaixei e comecei a tentar acorda-lo, não fez muito efeito. Virei seu corpo para minha direção e vi vários cortes nele. Sua camisa estava um com vários rasgos e sangue escorria por parte de sua barriga. Em seu rosto havia um olho roxo e seu nariz estava com sangue seco.

— Que merda fizeram com você? — falei tentando não chorar. — Peter? Acorda, por favor. — falei o sacudindo um pouco. — Merda.

Aproveitei que sua camisa estava com vários rasgos e arranquei um pedaço, transformando em um pano. Peguei ele e pressionei contra o corte na barriga, tentando limpar o sangue que ainda escorria ali.

Olhei em volta, tentando achar algo de útil para ajuda-lo, quando meus olhos cruzaram com uma garrafinha de água pela metade. Era a única água que havia ali e eu duvidava muito que Carl fosse trazer outra tão cedo.

Sem muita escolha, peguei a garrafinha e despejei um pouco da água em outro pequeno pano que eu havia formado com a blusa dele. A blusa já estava toda acabada mesmo, ele não iria se importar muito.

Molhei o pano e fui limpando os cortes que haviam ali. Depois, molhei o pano mais uma vez e improvisei uma compressa para o olho roxo dele. Sobrou apenas um quarto da garrafa de água e eu preferi deixar guardada para uma hora mais importante.

Aquele lugar já estava me estressando, era tudo muito silencioso e o clima sombrio parecia o de um cemitério, eu odiava isso. O calor estava ficando insuportável ali dentro. 

Depois de algum tempo, onde eu tinha a plena certeza de que iria morrer com a temperatura insuportável que fazia ali, eu tirei a máscara para tentar aliviar o calor que sentia.

Peter estava me preocupando, ele não havia acordado ainda. Acho que se passou uma meia hora até que finalmente senti ele começar a se mexer. Tirei a compressa improvisada de seu olho e esperei ele acordar completamente.

— Emily? — ele disse depois de algum tempo tentando abrir os olhos. Eu apenas assenti. — O que? Como você....

— Eles colocaram uma carta no meu armário, longa história. Tá aqui há quanto tempo?

Two Worlds ••• SPIDERMANOnde histórias criam vida. Descubra agora